Heir • Draco Malfoy

2

𝔓𝔩𝔢𝔞𝔰𝔢 𝔫𝔬, 𝔱𝔢𝔞𝔠𝔥𝔢𝔯

Ravena Foxx

Dias atuais...

O dia da volta a Hogwarts depois das longas férias de verão finalmente havia chegado, e uma mistura de emoções tomava conta de mim. O meu coração estava repleto de ansiedade, nostalgia e antecipação, tudo ao mesmo tempo.

Enquanto caminhava pelo pátio da estação de King's Cross, a sensação de voltar para aquela plataforma onde o Expresso de Hogwarts aguardava, trouxe comigo uma onda de familiaridade reconfortante. O aroma da fumaça da locomotiva misturado com o som animado de estudantes reencontrando amigos e colegas ecoava nos meus ouvidos, trazendo à tona lembranças de anos anteriores.

Eu me sentia tão, mas tão familiarizada com tudo aquilo.

A viagem havia sido tranquila, e eu passei boa parte do tempo dormindo, visto que havia ficado sozinha na cabine.

Eu caminhava em direção ao grande castelo com duas malas em mãos e me preparando mentalmente para mais um ano. Eu mudei muito durante os últimos anos, psicologicamente e principalmente, fisicamente. Eu era muito atacada nos primeiros anos devido à minha aparência. Mas durante as férias, a mudança em meu corpo ficou perceptível. Ganhei um pouco mais de peso, consequentemente trazendo mais curvas.

O quarto ano acabou de começar, e sinceramente, eu agradeci por isso. Desde que minha família soube a qual casa fui designada no meu primeiro ano em Hogwarts, tudo mudou.

Diferente do que tinham me falado há três anos atrás, meus familiares - que já não eram muitos - agiam como se eu não fosse a mesma. Como se eu sendo da Sonserina, automaticamente havia me tornado uma bruxa das trevas ou seguidora de Você-Sabe-Quem. Desviavam de meu caminho e procuravam não caçar assunto. Era nítido o enorme preconceito nos olhares de cada um. E por mais que minha mãe não admitisse, ela me olhava da mesma forma.

Deixei minhas malas ao lado da porta, e joguei-me na cama. Sentindo o colchão macio abraçar meu corpo. Pansy deveria chegar ao anoitecer, como sempre, então eu teria um tempo sozinha já que o quarto era apenas nosso.

Ter uma família rica tem seus benefícios, afinal.

Eu estava quase pegando no sono quando ouvi batidas na porta. Respirei fundo antes de me levantar, ajustar minhas roupas e atender.

O garoto alto e de cabelos ruivos me envolveu em um abraço, empurrando-me para dentro do quarto.

— George, o quê faz aqui? — perguntei confusa, mas com um sorriso nos lábios. — Como entrou na comunal?

Ele selou nossos lábios rapidamente antes de responder.

— Paguei um idiota do segundo ano para me deixar entrar. — riu levemente. — Eu só queria ver minha namorada, antes que a amiga insuportável dela chegue e a tire de mim.

Sentei-me na cama, ficando de frente para ele.

— Não fala assim da Pansy, ela é tipo minha irmã. E nós não namoramos, você sabe... Ainda não vejo uma aliança na minha mão. — levantei minha mão, balançando o dedo anelar próximo ao seu rosto.

Ele apenas sorriu, pousando as mãos em minha cintura, aproximando seu rosto do meu pescoço.

— Não importa, eu senti saudades. E eu quero aproveitar mais um tempo com você, antes das aulas começarem. Nós nem conseguimos respirar direito lá em casa.