VII | ☽

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    Enquanto eu esperava na cozinha, olhando pela janela a todo instante para ver se Jeongin já havia chegado, eu me sentia mais feliz do que me sentira a semana inteira. O convite para a cerimônia de premiação de Hyejin estava na minha mão.

     Minha mãe entrou toda arrumada, usando o que eu chamava de roupa de corretora, que hoje eram blazer vermelho e saia lápis preta.

— Ainda não me sinto confortável. Não conheço bem esses garotos, e o seu irmão nem sabe que você vai.

— Mãe, é surpresa. Por favor, não conte ao Hyejin. E você conversou com os pais de Jeongin. Pensei que estivesse tudo bem.

— Estava. Agora estou incomodada outra vez.

— Você pode conhecer o Jeongin quando ele chegar. Vai se sentir melhor.

Ela olhou para o relógio, provavelmente calculando se tinha tempo para isso. Quando eu estava prestes a perguntar a que horas ela teria que sair, ouvimos a campainha. Minha mãe abriu a porta, comigo bem atrás.

Quase desejei que Minho tivesse ficado no carro, porque o efeito calmante que Jeongin poderia ter sobre a minha mãe, com aquele cabelo infantil caindo sobre a testa e o sorriso afável, era provavelmente, revertida pela ansiedade que Lee Know parecia produzir nela.

Jeongin estendeu a mão. — Oi. Sra. Hwang! Eu sou o Jeongin.

— Oi, Jeongin.

— Oi, sra. Hwang. É bom te ver de novo. — Minho cumprimentou.

— Oi. Eu só... — A cabeça da minha mãe ia explodir, eu sabia. A boa educação lutava com a preocupação.

— Mãe, vai dar tudo certo. Obrigado por me deixar ir. Eu telefono assim que chegar lá e assim que entrarmos no carro pra voltar pra casa.

Ela juntou as mãos em um gesto aflito e Jeongin sorriu para ela. Isso a fez soltar o ar e assentir. Eu a abracei antes que ela mudasse de ideia, passei por ela e saí.

— Obrigado, mãe.

— Comporte-se. Amo você.

Minho sentou no banco do passageiro, como se quisesse me mostrar qual era o meu lugar, eu sentei no banco de trás. Jeongin engatou a ré.

— Sua mãe não confia na gente?

— Minha mãe não confia em ninguém que não conhece, mas nunca diz não na frente dos meus amigos. Ela não quer que as pessoas pensem que as coisas em casa são menos que perfeitas.

Minho riu. — Bom saber que você encontrou um jeito de manipular a sua mãe.

— Eu chamo de orientação criativa.

Jeongin entrou na avenida principal. — Como foi a semana?

— Tudo bem. E a sua?

— Longa.

Tentei interpretar essa única palavra. — Muita coisa no colégio?

— Não, pelo contrário. Foi uma semana realmente lenta. Estamos nos preparando para as provas finais, tem muita revisão.

— Entendi. Nós também.

— Vocês dois são tão chatos. — Disse Minho. — Acho que eu devia ter ido no banco de trás. — E pôs os fones de ouvido.

— Ele tem bem pouco do meu pai. — Jeongin comentou. Eu ri. — E aí, que comida você acha que não pode faltar em uma viagem de carro? — Ele perguntou, parando na mesma loja de conveniência onde falei com Minho no outro dia.

The Fill-IN Boyfriend ఇ hyunin ఇ HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora