Capítulo 10 - De volta a cidade

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Dentro do carro, um silêncio estranho se instalou entre eles, S/n olhava fixamente para a Hannah ao seu lado que massageava o local onde foi atingida, Jake estava ao lado dele e se concentrou somente na janela do carro, tentando se afastar do desconforto que sentia em estar tão perto da irmã que ainda não sabe que é sua irmã. Dan olhava o clima entre eles pelo retrovisor enquanto dirigia, o restante do grupo estava no outro carro logo atrás.

— Me desculpa, mais uma vez — S/n sussurra para Hannah. — Eu juro que não queria te acertar.

— Está tudo bem, eu entendo seu desespero pra sair daquela caverna. Se eu não tivesse tão assustada, com certeza teria acertado o Alan quando ele me encontrou.

— Posso fazer alguma coisa pra ajudar?

— Creio que não. Não se preocupa, S/n. Não vou guardar ressentimento do nosso primeiro contato.

— As coisas tem saído do planejado desde que cheguei nessa cidade.

— Esse é o encanto de Duskwood, sempre faz de tudo pra dar errado.

— Vou acreditar nisso, já tive a minha primeira experiência.

— Nós duas — Hannah solta uma risada baixa. — Tivemos experiências marcantes, pelo menos temos história pra contar.

— Vou adorar contar pros meus filhos as milhares de vezes que eu quase fui morta.

— Eu também. Então, queridos, a história de hoje vai ser de quando a mamãe foi mantida em cativeiro pelo melhor amigo.

— Crianças, hoje a mãe de vocês vai contar de quando ajudou uma mulher sequestrada e acabou sendo sequestrada também.

Hannah e S/n soltaram risadas altas e divertidas, Jake e Dan olhavam para as duas com expressões confusas.

— Eu tenho uma melhor — diz Hannah assim que controla sua crise de riso. — Filhos, hoje eu vou contar de quando eu fui ajudar a mulher sequestrada que me ajudou no meu sequestro e recebi uma paulada como agradecimento.

— Essa foi muito boa, confesso.

— Sim — ainda se recuperando das gargalhadas, Hannah respira fundo e tenta voltar a sua seriedade. — Acho que eles vão gostar de ouvir isso, vão me achar super legal.

— Você é realmente louca.

— Bem-vinda ao clube.

— Podemos ter um clube?

— É claro, mas eu serei a líder.

— Entendido, não tenho objeções.

Dan freia o carro de repente e o corpo dos três passageiros se impulsiona para frente, Hannah acaba batendo o rosto na parte de trás do banco e reclama da dor.

— Certo, já chega, vocês duas! — Dan as repreende. — Não sei o que está acontecendo com vocês, não sei se a adrenalina deixou vocês duas malucas, mas agora definitivamente não é hora pra gracinhas! Não tem a menor graça isso que estão fazendo, durante o tempo que as duas estavam sumidas, todos nós morremos de preocupação. Isso não é coisa de se brincar, vocês ainda tem traumas e sabem disso, mas usarem a ironia não vai resolver. Eu gosto de brincar com as coisas, vocês sabem, mas pra tudo tem a hora e o lugar certo.

As duas mulheres escutaram o sermão com as cabeças baixas e concordaram com ele. Jake se encolheu no canto dele e não disse nada, só queria sair daquele carro o mais rápido possível.

— Hannah, você vai pro outro carro, vocês duas não estão dando certo juntas — ordena Dan.

— Está me expulsando?!

Inevitável (DUSKWOOD)Onde histórias criam vida. Descubra agora