Parte Quatro

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A casa de Shoyo era exatamente como Sakusa esperava. Ela era alegre e acolhedora. Ele tinha muitas estatuetas e uma estante com livros bem na sala. Sofás largos e confortáveis, um espaço amplo pra andar. O local era incrível.

Shoyo pousou Sakusa no sofá, deixando a sacola com suas roupas e celular ali do lado. Ele também havia comprado areia, para constrangimento de ambos. Ele havia perguntado até mesmo qual pacote Sakusa queria, o rosto tão vermelho quanto um tomate.

Parecia que eles estavam pulando certas etapas da escala de intimidade.

Mas de fato Sakusa iria precisar da areia, porque não era capaz de usar o banheiro. Ele havia tentado. E então teve que aguentar Akaashi zoando ele durante um ano, por ter caído dentro da privada. Pelo menos ele conseguia usar papel higiênico.

Sakusa não tinha nada contra lamber uma bunda, mas o gosto de cocô não era agradável.

— Você quer que eu te mostre a casa? — perguntou Shoyo, depois de ter ido a cozinha deixar as sacolas do mercado. Ele se ajoelhou no chão para olhar o gato nos olhos. — Isso é normal? Seus olhos são negros na forma humana, mas são verdes na forma de gato.

Ah sim, essa estranha coisa. Ele não entendia porque era diferente, e até havia ido ao médico depois de adulto, mas era normal.

Sakusa miou e balançou a cabeça afirmativamente. Shoyo o olhou confuso.

— Você quer conhecer a casa — estendeu uma mão — ou é normal a mudança de cor dos seus olhos? — Estendeu a outra. Sakusa apoiou sua pata na dos olhos. — Okay. O que você quer comer pro jantar?

Shoyo não iria lhe dar comida de gato? E sim comida humana? No abrigo sempre lhe davam ração e ocasionalmente uma espinha de peixe.

— Que carinha é essa? — perguntou Shoyo, estendendo a mão e parando ela no meio do ar. — Kiyoomi, por acaso você está achando que eu vou te tratar como um animal?

Bom... Sim.

— Seu olhar me diz tudo. Eu não vou te tratar como um animal, Kiyoomi. Você ainda tem suas opiniões e livre arbítrio.

De novo. Aí estavam as coisas gentis que apenas Shoyo disse a Sakusa.

Sem pensar, Sakusa se aproximou daquela mão ainda estendida e esfregou sua cabeça nela. Pedindo e dando permissão para um carinho. Shoyo sorriu radiante enquanto os acariciava atrás das orelhas do gato.

Foi o melhor carinho que Sakusa já recebeu.

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Sakusa observou enquanto Shoyo se movia pela cozinha, uma fofa faixa rosa com o desenho de um morango mantinha seu cabelo fora da testa. Honestamente, o gato nem prestava atenção no que estava sendo preparado, estava mais ocupado babando nos músculos de Shoyo.

Como estava na forma de gato, podia fazer isso sem se preocupar em ser pego.

— Você está secando a minha bunda, Kiyoomi?

Sakusa soltou um miado longo. Como diabos ele sabia?

— Eu posso sentir o seu olhar. Mas tudo bem, você pode continuar — Shoyo olhou por cima do ombro. — Mas esteja ciente que vai estar me dando permissão para fazer o mesmo.

A ideia de Shoyo secando sua bunda, olhando ela tão atentamente que babaria... O gato enlogiu em seco.

— Não que eu não tenha olhado sua bunda antes — completou Shoyo. — Então acho que estamos quites.

Sakusa escondeu o rosto nas patas diante daquele sorriso maravilhoso.

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A comida de Shoyo era absolutamente maravilhosa. Ele havia feito uma comida simples até, arroz, macarrão com molho de tomate e sardinha e carne cozida, além de salada de pepino e tomate. Mas foi a melhor refeição de Sakusa em meses, anos até.

Gatinho Arisco (OmiHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora