Capítulo 2

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Acordo com o som da musica alta vindo da praia e lembro do lual, me levanto e olho o pequeno reloginho ao lado da cama e vejo que são 22:20 da noite, como ainda é cedo e hoje é minha ultima noite aqui decido ir no lual, vou até a cômoda e procuro algo para vestir opto por um biquíni cortininha que a parte de cima é azul e a parte de baixo é de cintura alta branco estampado com algumas folhagens azuis e verde claro, e um vestido/saída de praia da mesma estampa coloco uma rasteirinha branca no pé, meus cabelos são cacheados na altura do obro como eu dormi com ele molhado ele ficou um pouco armado mas eu particularmente amo ele bem volumoso e por sorte os cachos até que estão bem definidos então eu separo duas mechas na frente do restante que sobra reparto ele na horizontal e prendo com uma piranha de cabelo dourada e o restante fica solto, olho no espelho e gosto do que vejo, me sinto bem com a autoestima boa, os tons de azuis do biquíni dão um contaste bonito na minha pele negra, não quero levar bolsa grande então pego apenas um cartão e coloco na capinha do celular e coloco em uma bolsa pequena de crochê marrom, passo perfume e hidratante corporal depois saio do quarto fechando a porta atrás de mim e guardando as chaves dentro da bolsa.
A parte onde esta sendo realizado a festa está bem cheio, tem algumas mesas com cadeiras de plástico brancas espalhadas pela areia, eles montaram um mini palco onde tem uns caras tocando musicas com uculele e outros instrumentos e umas meninas usando aquelas roupas estilo havaiana dançando.
- aceita um colar de flores moça? - um moço me oferece, acredito que ele trabalhe no hotel e faça parte da recepção da festa.
-aceito sim, obrigada -  digo sorrindo
ele coloca o colar no meu pescoço e sorri para mim de volta, vejo um quiosque mais a frente onde tem alguns barman fazendo uns drink para algumas pessoas que estão ali, vou até lá me sento em um dos bancos.
- oi boa noite, poderia me ver uma gin tônica de maracujá por favor? - peço para o barman assim que encosto no balcão.
- ok já trago pra vc.
Escuto meu celular tocar abro a bolsa e pego o celular, não reconheço o numero no visor mas atendo mesmo assim.
- Alô ?- pergunto
- Oi Manu - diz a voz do outro lado da linha e eu me arrependo no mesmo instante por ter atendido essa bendita ligação.
- O que você quer praga ? - pergunto já irritada, nem me importando por tê-lo xingado.
- Quero você! Até quando você vai ficar com essa pirraça boba? - ele pergunta em um tom mais alto e mesmo do outro lado da linha posso imaginar a cara dele de prepotente com as sobrancelhas arqueadas mostrando indignação como se eu fosse apenas uma criança e não conseguisse ver a decisão certa e obvia bem na minha frente.
- Pensasse isso antes de COMER A MINHA PRIMA SIMPLEMENTE NA NOSSA FESTA DE NOIVADO! - digo aos berros sem me importar com as pessoas ao meu redor, sentindo meu sangue borbulhar dentro das minhas veias.
- Isso foi uma vez só!
- Para de ser cara de pau! Não foi uma única vez, você tinha um caso com ela pois a sua amada fez questão de me contar todos os detalhes sórdidos da relação as escondidas de vocês! - digo de maneira enfática.
- o noivado é justamente pra gente descobrir outras pessoas antes de se comprometer a uma pessoa para o resto da vida em um casamento. - me diz isso na maior naturalidade como se estivesse certo o que ele estava me dizendo e como se eu fosse cair naquele papo.
- Você é inacreditável! - digo incrédula com as coisas que estou ouvindo.
- Pense na vida maravilhosa que pode ter ao meu lado Manuela sou um homem de família único herdeiro, representante da empresa do meu pai, você vai ter uma vida excelente e de qualidade ao meu lado não vai precisar trabalhar, poderá ficar em casa cuidado dos nossos filhos. - ele diz de maneira calma.
- Sim eu realmente vou ter uma vida boa e muito excelente bem longe de você. - digo de maneira firme
- Vai se arrepender -disse esbravejando do outro lado da linha.
- Não! Você vai se arrepender de ter me perdido, e está louco se acha que vamos voltar
- Você só pode estar tendo lapso de sanidade em desperdiçar tudo o que temos tudo o que construímos e a vida boa que posso te garantir e assegurar por uma coisa idiota e sem sentido.
- Lapso de sanidade eu tive no momento em que quando aceitei o seu pedido de casamento Brayan ali eu tenho certeza que eu estava realmente louca, pirada na batatinha. Agora por favor me esqueça, não me ligue mais, não me mande mais mensagens, esqueça da minha existência. Porque pra mim um micróbio tem mais importância e relevância na minha vida do que você! - digo e desligo a ligação sem dar lhe a chance de profanar mais alguma besteira.
Sinto a raiva consumir o meu corpo todo, vejo o taça a minha frente cheia de gin e em duas goladas ela já está vazia, quero chorar mas não de tristeza ou dor de corna mas de ódio de ter sido feita de trouxa e besta e odeio me sentir assim.
- Dia difícil? - escuto uma voz masculina próxima a mim.
- Ligação perturbada na verdade - digo e da pra sentir o pesar da situação em minhas palavras.
Um homem senta-se ao meu lado e o seu rosto é muito família de onde será que o conheço, pense Manuela pense...
- É deu pra notar - ele diz sorrindo e chamando com a mão o barman que está do lado oposto do quiosque.
- Desculpa nós conhecemos? - pergunto pra ele.
- Na verdade não. -ele me analisa uns instantes e volta a falar. - Bem não formalmente, você esbarrou comigo hoje mais cedo no corredor.
- Ah verdade! Sabia que seu rosto era familiar.
Ele sorriu e o barman veio atendê-lo.
- Um Moscow Mule pra mim e uma gin tônica de cereja pra ela por favor - ele diz pra o moço e se vira pra mim - posso te pagar uma bebida né ?
- Pode sim mas estou afim de tomar uma vodka e enfiar os dois pés na jaca de uma vez.
- Uma vodka com soda e limão pra ela então por favor.
- Ok já trago as bebidas.
Ele se vira um pouco pro lado no banco ficando de frente pra mim apoiando um dos braços no balcão e fica me fitando por alguns segundos, e pude observa-lo melhor ele é alto aparentemente uns 1,95 de altura boa forma física, no meio termo eu diria sem ser muito marombeiro mas dá pra notar que cuida do corpo mesmo por cima da camisa branca larga ele veste uma calças jeans de lavagem bem clara e um chinelo, tem cabelos castanhos bem claros e lindos olhos verdes que faria qualquer mulher se perder no meio daquelas esmeraldas.
-  Aproposito me chamo Dante - diz ele cortando o silêncio entre nós e me tirando de meus devaneios.
- Me chamo Manuela - digo sorrindo.
- Os drinks de vocês. - o barman deixa os copos a nossa frente apoiado em porta copos pretos, pego meu copo e viro uma golada bem generosa de uma única vez e sinto a minha língua e garganta queimarem e arderem, nunca tinha tomado vodka antes na verdade de alcoólico tomei apenas vinho, champanhe e gin não costumo a beber bebidas fortes e detesto o gosto de cerveja mas quis  experimentar uma coisa nova então decidi tomar vodka pela primeira vez e que péssima decisão.
- Vai com calma - ele diz sorrindo, após ver a careta de socorro que fiz ao tomar aquele troço - Tá querendo afogar as mágoas ? - ele indaga.
- Na verdade não, estou querendo me reencontrar . - digo lhe encarando
- E acha que poderia se encontrar no fundo do copo? - ele pergunta de forma descontraída como quem está se divertindo com a situação.
- Quem sabe? As vezes esse "eu" que estou procurando sempre esteve no fundo do meu copo e eu apenas não tinha reparado antes. - digo dando risada e ele ri junto. -  E você ? Esta querendo afogar as magoas também?
- Não também, porém estou tentando fazer as pazes comigo mesmo. - ele da um gole no drink - o meu eu brigou comigo e desde de então não fizeram as pazes ainda, mas quem sabe depois de algumas bebidas eles possam entrar em um acordo então aqui estou eu.
- Compreendo você totalmente - digo dando risada. - você é daqui do Rio de janeiro mesmo ?
- Não, e você?
- Também não, é de onde então?
- Ah um pouco de cada lugar eu diria.
- Quanto mistério - digo arqueando uma sobrancelha.
- É um dos meus muitos charmes eu diria.
- Hum interessante, e quais seriam os outros? - quero ver até onde vai está conversa.
- Sobe comigo lá pro meu quarto que te mostro alguns. - ele diz serio e de uma maneira tão sedutora com os olhos profundos.
- Vamos então - as palavras simplesmente saem da minha boca.

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