QUANDO VOCÊ SE APROXIMOU
Depois que te enxerguei em janeiro, você montou uma escola de samba no meu peito em fevereiro.
Não, não no sentido romântico.
Não ainda.
Nesse mês você me ensinou que não é só o amor romântico que pode curar.
Eu estava começando a quebrar, enquanto você já sabia o que era dilacerar. Talvez essa tenha sido a ponte entre nós: dor mútua.
Nós éramos uma bagunça, mas encontrávamos conforto na companhia um do outro. Nossas semelhanças nos aproximavam e nossas diferenças não significavam nada. Eu e você nos tornamos um emaranhado de segredos, confissões, cuidados e sensações.
Éramos tão parecidos e diferentes ao mesmo tempo que metade de nós se completava e outra metade se enfrentava.
Eu te ensinei a ser carinhoso e você me ganhou com um lado ardiloso. Você me ensinou a ser persistente e eu te mostrei o que era ser resiliente. Eu te incentivei a confiar e você me provou a importância de desconfiar.
Enquanto eu era emocional, você era racional. Você não acreditava no amor, mas acreditava na dor. Eu sonhava com um romance cheio de poemas iguais aqueles que passam nos cinemas. Você era prático, eu era metódica. Você era engraçado, eu tinha um humor todo bagunçado. Você era direto e discreto, eu era enrolada e muitas vezes descontrolada.
Mesmo assim, você ficou.
Você ficou, sorriu e o mundo se abriu. Você gargalhou e o som da tua risada se espalhou no meu peito, fazendo com que o timbre da tua voz ecoasse pelos meus pensamentos e se acomodasse nos meus sentimentos.
Nesse mês tua escuridão abraçou a minha e em clima de carnaval elas fizeram da nossa conexão o espetáculo principal.
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A Atmosfera entre nós - Tudo aquilo que eu queria que você soubesse
PoesíaEssa é uma coletânea de textos e poemas para todos aqueles que já se sentiram sufocados pelo amor. Quando nos apaixonamos, pulamos de um precipício, sem paraquedas, na esperança de que o outro esteja lá, de braços abertos, para nos segurar. Somos in...