A Motorista e A Madame [AboVerse | Shortfic]

Capítulo Um

Shortfic passada no universo ABO.Boa leitura!

Sentada em sua cama, Regina olhou para o rosto adormecido do marido. Ele era um bom homem, um companheiro carinhoso, então por que o desejo que um dia sentiu por ele havia morrido? Há muito tempo, eles tinham deixado de ser amantes. Entre os lençóis, o sexo era automático, sem tesão, mais que monótono.

Regina resignou-se com essa situação durante os últimos anos do seu casamento e acostumou-se a fingir prazer quando na cama com ele, afinal, ainda gostava de Robin. Como não gostar de um homem tão nobre e tão gentil? Ela se apegou a essas qualidades do marido e se conformou, por assim dizer, com o que a vida conjugal vinha lhe oferecendo.

E tudo ia bem, até que, semanas antes, o sr. Geppetto, o bom e velho motorista da família, comunicou que iria se aposentar. Estava cansado e queria aproveitar cada minuto que lhe restava de vida viajando ao lado da esposa, como ele mesmo fez questão de dizer.

Assim, no início de uma manhã de quarta-feira, Regina estava sentada em uma das poltronas antigas na antessala da mansão, folheando uma revista apoiada em suas pernas cruzadas, quando Robin entrou acompanhado de outra pessoa. O nome dela? Emma Swan.

Regina levantou-se para cumprimentá-la, abandonando a revista no assento da poltrona e passando a mão em seu vestido azul, ajeitando invisíveis amassados, sem olhar direito, no primeiro momento, para a mulher que acompanhava seu marido e que ele anunciava como a recém-contratada motorista. Uma profissional com ótimas referências.

Ainda distraída, Regina levantou a cabeça e, por segundos, prendeu sua respiração, sentindo a pontada úmida da excitação entre suas coxas quando foi atingida pelo brilho daqueles olhos verdes e pelo ar de mistério que emanava daquela linda alpha.

— Bom dia, senhora! — foram as primeiras palavras que Emma Swan lhe disse.

A voz educada dela ressoou nos ouvidos de Regina e o calor gradualmente foi subindo pelo seu corpo. No momento em que a mão forte de Emma apertou firmemente a sua, Regina fantasiou com aqueles dedos finos em volta de sua garganta, pressionando-a e sufocando-lhe os gemidos enquanto a alpha metia com força dentro dela.

Aquela fantasia mais que imprópria, provocou um breve acesso de tosse em Regina e ela sentiu seu rosto corar.

Porém, para seu alívio, Robin não podia ler sua mente. Ele se aproximou e colocou uma mão suavemente em suas costas, perguntando gentilmente: — Tudo bem, querida?

Ela fez que sim com um rápido aceno de cabeça, soltando a mão de Emma que parecia queimar sua pele.

Seu olhar voltou para os olhos verdes da outra mulher e a expressão impenetrável da alpha não dizia nada a Regina, embora ela se apegasse a ideia que a outra também não percebeu nada. Emma não seria capaz de ler em sua expressão, o desejo ardente que tinha provocado nela. Ou seria?

Agora, tirando os olhos do rosto adormecido de Robin, Regina sentiu por antecipação um arrepio de medo e remorso pelo que estava prestes a fazer, mas o desejo quente que lhe consumia as entranhas era mais forte do que qualquer sentimento de culpa.

Vagarosamente, afastou o lençol para o lado e desceu da cama. Com passos lentos e cuidadosos atravessou o quarto e, ainda mais silenciosamente, abriu a porta, dando uma última espiada por cima do ombro para a cama.

Robin continuava imóvel.

Regina passou a língua pelos lábios e sorriu, nervosa e excitada. Sentiu-se ordinária ao imaginar que, dali a pouco, estaria no andar debaixo, embaixo daquela alpha atraente, enquanto seu apático e gentil Robin continuaria dormindo o sono dos justos.