A CURA DAS MARCAS DO DEMÔNIO DE FRUSTRAÇÃO

6 1 0
                                    

PARTE 21

Você deve estar se lembrado de quando eu falei da experiência com o demônio de Frustração. E como ele tinha conseguido entrar na minha vida duas vezes.
A primeira, destruindo o meu casamento.
E a segunda, me deixando com depressão por cinco anos, por não ter conseguido virar pastor de uma igreja.

Essa foi a forma que o Espírito Santo usou pra me curar, na minha alma, da frustração de não ter virado pastor de uma igreja. No começo, tive muito medo, mas, depois, foi só alegria e prazer. E o mais importante: fui curado na minha alma, das marcas que o demônio de Frustração tinha deixado em mim.
Obrigado, Espírito Santo!
Você é o "cara!"

Não fui e não sou vítima dessa história!
Foi apenas a forma que o Espírito Santo usou para me curar, da dor de não ter sido pastor de uma igreja.

Vamos lá para a história:
A minha ex-esposa abriu um processo, para querer receber a diferença do valor, que eu pagava de pensão. Diferença, e não falta de pagamento. Verdade que era um valor baixo, mas era um valor dentro da minha realidade. Para se ter uma ideia, o valor que a minha ex-esposa queria, era o valor de 100% do que eu recebo de ajuda de custo por mês, como pastor.
Ser pastor, para mim, é um chamado; não uma profissão, pra se ganhar dinheiro.

Mas chegamos a um acordo, por meio do qual ela decidiu retirar o processo. Acreditei! Mas, na verdade, foi tirado um dos processos. E, na realidade eram dois processos. Então fui preso no Poupatempo, na hora de tirar a segunda via do RG.

Choque! Choque! Fiquei em choque, mas "inacreditavelmente eu estava em paz."
Fiquei preso e sem comer, o dia inteiro. Mas, à noite, eu ia ser transferido pra outra prisão.

Antes de ser transferido, tive que passar pelo IML, e foi aí que percebi, que viveria uma das maiores experiência da minha vida. Porque aconteceu algo muito engraçado: como eu estava algemado, todos ficaram me olhando no IML, mas, quando eu voltava o olhar para as pessoas, todos baixavam a cabeça, com medo de mim. Supostamente imaginando o meu crime, mal sabendo que, na gíria criminal, somos conhecidos, como, "ladrões de leite Ninho."

Voltei para o meu "Uber Black," ou seja, o carro da polícia civil, com as minhas pulseiras de prata nos pulsos, com destino à 97ª DP.

Cheguei quase às dez da noite, depois de um dia inteiro sem comer nada. Agora começava a prisão de verdade.
Assim que você entra, você já ouve: "Põe mais água no feijão!" Lógico, não é literal. É, estranhamente, um sinal de boas-vindas .

Fui levado por dois presos, direto para o Kapa; não descobri o significado do nome, mas é onde ficam os chefes da cadeia. Lá dentro dá muito medo, mas, estranhamente, continuava em paz. Lá, ouvi as três regras, que eu nunca podia esquecer, e as quais, pratiquei todos os dias, enquanto estive preso.
As regras eram:
Respeito
Disciplina
Higiene

Depois disso, recebi meu "pikua" uma garrafa pet, cortada ao meio, tendo dentro um sabão usado, uma pasta de dente, e também uma escova de dentes, que, me juraram, estava higienizada. Tive que acreditar, né, não tinha outra opção. Deram também uma toalha usada, mas estava limpa, e duas peças de roupas usadas, com um chinelo, também usado.
"Vem!", disse um preso. Ele me disse: "Vou te explicar como proceder na cadeia. Com um alerta: não pode esquecer as regras."
Respeito
Disciplina
Higiene

Fui atrás dele.
Eu o segui pela praia, corredor na frente dos X, ou seja, as celas. Quando parei em frente o X, ou seja, a cela.
Ele me disse: "Todas as vezes, que você for entrar no X, você diz, antes de entrar: 'salve X'. Só depois disso, que você entra." Ficava pensando: "Não posso esquecer."
Salve X!
Salve X!

O detento que me acompanhava disse: "Aqui é a ducha!"
"Aqui você diz: 'salve ducha', antes de entrar!"
Ele continuou me explicando:
"Aqui é o boi! Lugar onde você faz o número 1 e o número 2! A mesma coisa: antes de entrar, você diz: 'salve boi!' Quando fizer o número 1, são dois porquinhos! Quando fizer o número 2, são quatro porquinhos! Porquinhos são baldes. Ah! Nunca esqueça! Antes de fazer o número 2, acende a Tereza!"
Tereza era papel higiênico, enrolado com pasta de dente, pra evitar o mau cheiro.

O CÉU DOS DEMÔNIOS e o inferno dos anjosOnde histórias criam vida. Descubra agora