Queria te falar da minha infância
Meu tempo de criança
Mas não me lembro muito bem dos detalhes
Há pequenos flashs
Coisas boas...
Águas passadas...
Gosto de falar sobre minha maturidade
Disso eu me lembro bem
Descobri que já estava grandinho
Quando a lua parou de me seguir
E me perdi no caminho
"Ah, meu tamanho era tão pouco comparado ao dela..."
A lua sempre aparece a noite
Mas a única noite que vivi foi a qual eu olhava ao redor e não via ninguém
Pisava em um planalto que manchava, sem que eu percebesse, minha roupa cinza de alfaiataria
E eu me sentia sozinho, tentando não sentir o cansaço
Todos com tanto, sendo tão pouco e
Todos conectados sem muitos significados
E descobri que esse vazio me era muito familiar.
Naquela noite a lua me chamou de escanteio
"ora, que honra... Sou todo ouvidos..."
Me aproximei de sua luz, tão viva que me deixava sem esperanças
"Esse vazio que vê pode ser preenchido com milhares de estrelas, pode te fazer refletir até o último segundo, vai penetrar em sua alma e te trazer um gosto nostálgico, vai abrir seus olhos para os caminhos da meia noite, por tanto continue, senão pelas estrelas ao menos por ti"
Foi quando vidrado, desvencilhei
Me desconectei...
Equilíbrei a maleta de couro velho mas ainda reluzente no chão de terra seca
E corri...
Me desprendi de tudo
Logo quando pensava ter nada
Me prendi a sensação de brincar com a lua como se eu que a seguisse.
Assim já se passava da meia noite
E totalmente despido de mim mesmo
Encontrei meu caminho
Me reencontrei no meu tempo de criança
Mesmo com a memória falha
Sentia aquela franca e vasta...
Imensidão
Desde então eu falo que sou maduro
Mas com o peito repleto daquela saudade...
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Registros de uma desapaixonada
PoetryNick é uma pessoa muito indecisa, e começar a escrever foi a melhor das decisões que ela já tomou. Poemas e poesias vindos de uma mente brilhante Após seus casos com as amadas pessoas que passam por sua vida.