- Aquele com a noite da briga -

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A reportagem na tv, apresentava um advogado idiota, provando para todos que limites não existiam quando se tratava de vencer. Tudo era justificável pelo trabalho, qualquer um que dissesse que estava fora dos padrões legais da ética profissional, era levado como um mal entendedor da área criminalista.

Tudo o que fora dito, agrediu fisicamente os ouvidos da delegada. Heloísa não acreditou. Stenio era muito corajoso de assinar publicamente sua sentença de morte.

Ao dizer que por incompreensão da delegada, seu cliente foi preso, e que ele só estava desesperado e num momento de tensão, todos os nervos dela, que eram diariamente mantidos calmos por floral, agora estavam descompassados.

Tudo aquilo era demais para um dia, a soltura de um de seus presos, que por acaso era o querido cliente de Stenio, e agora aquela entrevista ridícula. Helô podia jurar que Stenio estava brincando com a cara dela, ele queria levá-la a loucura.

O homem que agora ele defendia, era um risco para suas testemunhas. Já havia apresentado trejeitos de psicopatia, quando seguiu e tentou matar o ex empregado, e só não estava mofando num presídio, pq Stenio jurava que aquilo era desespero.

Não dava para negar que ele tinha uma causa, era trabalho de um advogado defender quem procurava seus serviços. Mas mentir, cometer crimes, insultar seu trabalho, e quase causar a morte de sua parceira, isso já era estupidez.

Heloísa mal-dizia o nome Alencar com todas as forças, e ouvir a campainha aquela hora da noite, era o motivo do colapso da morena, sabia exatamente quem ela encontraria atrás daquela porta.

E lá estava, Stenio, com um buquê de flores em mãos, e a cara mais lavada possível. Por alguma razão, o advogado achava que umas flores resolveriam todos os problemas que eles tinham, e era só aparecer com um sorriso idiota, que ela cairia aos seus pés.

- Boa noite. - ele cumprimentou.

- Boa noite? Pra vc deve tá ótima! Depois daquela palhaçada daquela entrevista!

- Eu posso entrar primeiro? - ele a encarou sério, sabendo que a discussão seria um ponto alto na noite.

- Eu posso saber o que vc veio fazer aqui? - Helô não tinha a menor intenção de ceder ao advogado.

- Vim conversar. Ontem as coisas ficaram fora de controle entre nós, e, eu não gostaria que continuasse desse jeito.

- Isso foi antes ou depois da incompreensão da delegada?

- Veja bem...

- Incompreensão da delegada? Incompreensão da delegada, como vc teve coragem de falar isso, aqui na televisão e na minha frente...

- Vc não entende o meu trabalho, vc entende que todo mundo merece defesa?

- Que seu trabalho... E o Moretti? Cê sabe muito bem que ele é perigoso, cê sabe muito bem o que ele fez, contra o Oto...

- Esse é o meu trabalho...

- Seu trabalho é defender, não ficar inventando mentiras sobre o meu trabalho! Agora virou mania, dizer que eu não faço o MEU trabalho direito!

- Helô, Helô!

- Quer saber de uma coisa?! Vaza daqui! Eu não quero olhar na tua cara mais!

- Mas eu vim aqui pra conversar. Helô, não vamos mais brigar por causa de Oto e Moretti, vamos deixar o advogado e a delegada só pro horário de trabalho, pode ser?! Eu tô cansado desse assunto!

- Eu tô cansada, Stenio! Será que vc não entende como isso me, me, me atinge? O jeito como vc falou naquela entrevista... Vc me fez parecer... UMA IDIOTA! E agora vem aqui querendo aliviar sua tensão?! Me poupe, Stenio! Eu não sou sua amiga, muito menos psicóloga!

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