confusio

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homem sem luz;

daquele perdido na multidão

à beira da praia,

como uma formiga correndo pela sua vida

enquanto uma criança pisoteia a sua casa.

homem sem luz;

sem nome escrito em seu uniforme

e com pupilas dilatadas, se remoendo,

observando aqueles que diziam ser seus amigos

morrendo por uma promessa mentirosa: a liberdade.

homem sem luz;

com calos em suas mãos

segurando a dor de tentar ser alguém feliz,

de não ser indigente ao amor

ou de até mesmo, amigo da ira.

homem sem luz;

daquele de sorriso podre

que devora suas imperfeições no jantar da vida,

onde sombras da luz o apontam como culpado

de não querer mais viver o amor.

homem sem luz;

daquele igual árvore nua em um campo florido,

como um pássaro perdido voando ao mar,

viajante no deserto com sede do sucesso

observado por abutres no relevo do calor.

homem sem luz;

desalmado com a paixão

onde refugia-se em abraços magros,

de olhos amargos se afogando em água doce

e confuso em palavras certas.

com medo de enxergar a luz

e com fascínio das trevas,

homem sem luz, limita-se,

enterre-se em seus falsos desejos

e morra com desprezo em seus orgulhos.

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