A procura da Terra Prometida

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A estrada parecia longa demais, já fazia horas que eu estava andando e não encontrei nada, apenas árvores no caminho. O sol estava em uma temperatura agradável, não havia nenhuma nuvem no céu e batia uma brisa fresca. Eu não sabia o que ia encontrar pela frente e nem onde estava exatamente, mas já que eu tinha fugido de casa não tinha mais volta. Ouvia-se apenas os sons dos pássaros no topo das árvores, o vento sobrando entre as folhas e os meus passos. Pela posição do sol acreditei que fosse por volta do meio dia e eu já estava faminta e com sede.

Depois de algum tempo eu senti uma brisa úmida, um cheiro fresco e minha mente já teve a idéia de que ali por perto tinha água. Andei mais alguns passos para frente e vi um cavalo parado no canto da estrada. Ele estava selado e amarrado a um tronco de árvore, ao me aproximar eu ouvi o som de água corrente. Ofereci a minha mão para o cavalo cheirar e não se assustar com a minha aproximação, ele fez isso e ficou calmo, permitindo que eu o tocasse. Fiz carinho nele e disse:





- Você está sozinho aqui nesse sol?




- Na verdade não está não. - Um homem se aproximou com trajes de camponês.




- Me desculpa, eu vi ele e pensei que estivesse sozinho. - Dei alguns passos para trás.





- Tudo bem, eu só fui buscar um pouco de água pra ele. Estamos a muito tempo viajando, ele precisa de um descanso - O homem gentilmente serviu água em um balde que estava em sua mão para o cavalo - E você está vindo de onde?





- Bom... - Pensei na resposta - Do mundo.




- Ah, entendi - Ele riu - A propósito eu sou Tatsuo, sou comerciante.




- Eu sou a S/n... - Pensei que não deveria falar com estranhos, então desconversei - Não quero atrapalhar, eu só vim beber um pouco de água e vou voltar pra estrada.




- Tem uma fonte de água doce a cem metros daqui. A água está bem fresquinha pois vem de um moinho da vila vizinha. Fique a vontade. - O cavalo já tinha bebido a água. Tatsuo jogou o resto da água no chão e subiu no cavalo pra seguir viagem.





- Muito obrigada - O homem acenou e quando pensou em partir, eu chamei a atenção dele - Senhor?





- Pois não? - Ele parou o cavalo e me olhou.




- Eu estou meio perdida, o senhor sabe exatamente onde estamos?




- Sei sim, estamos na divisa de Konoha. Vila Oculta da Folha, você conhece? - Meu coração quase parou quando ouvi esse nome.




- Não, eu não conheço. - Disfarcei.




- Fica a quase um quilômetro daqui, é só seguir em frente. Se precisar parar para descansar ou comer alguma coisa o lugar é bem legal. Tem uma comida boa e um hotel bem ajeitado, você vai gostar. Bom, eu tenho que ir. Até mais, S/n. Boa viagem!





Eu estava perto de Konoha, nunca pensei que estivesse tão próxima. Mas fazia sentindo, se eu era de lá e fui sequestrada não estava tão longe. Enquanto eu bebia um pouco da água da fonte, fiquei pensando se eu ia mesmo pra lá ou dava meia volta. Meti o foda-se e fui andando em direção a Vila da Folha, não demorou nem dez minutos de caminhada e eu vi o grande portão de entrada. Me escondi em meio a vegetação para observar como tudo funcionava ali e vi que cada pessoa que passava pelo portão era abordada por dois shinobis. Eu queria entrar, mas não queria ser indentificada. Por sorte eu vi uma carroça indo na direção do portão, furtivamente eu entrei lá dentro e me escondi atrás de alguns barris. Como ela era coberta por uma lona não tinha problemas. Eu ouvi a conversa dos homens e descobri que o dono da carroça era um comerciante local, então ele entrou sem fazer muito esforço. A carroça seguiu e eu continuei escondida ali até ela parar depois de alguns minutos.

Eu pulei pra fora da carroça antes que o dono me pegasse lá, coloquei o capuz da capa na cabeça e fui andando de cabeça baixa em todo lugar. Parecia que eu estava em um centro comercial, tinha muitas pessoas passando, crianças correndo e senhoras fofocando. Eu senti um cheiro de comida, mas não tinha dinheiro comigo. Vi uma barraca de frutas, me aproximei e perguntei para uma senhora:






- Com licença, a senhora sabe onde tem um hotel aqui perto?




- Você não é daqui, é? - Ela me olhou desconfiada.





- Não, eu sou apenas uma viajante em busca de um lugar para descansar. - Sorri para parecer simpática.




- Você não é nenhuma imigrante querendo ficar não, né? - Ela fechou a cara.




- Por que? É proibido imigrantes aqui?





- Não, mas deveria - Ele revirou os olhos e eu achei muita grosseria da parte dela - Estão falando em nomear um novo Hokage, mas eu duvido que ele tenha peito pra botar ordem nesse lugar.





- Novo Hokage?




- É, você é surda? - Ela se irritou - Bom, que diferença faz se você não é daqui? Olha, mocinha tem um hotel a duas quadras daqui. Só toma cuidado com as pulgas no colchão.




- Ok, muito obrigada. - Agradeci e a velha não respondeu. Provavelmente estava de péssimo humor.




Eu também não tinha dinheiro pro hotel, fiquei pensando no que eu me meti. Continuei andando e observando tudo por baixo dos panos, parecia tudo muito limpo e organizado até alguém me atropelar e eu cair de bunda no chão. Eu ergui o rosto pra ver quem tinha feito isso e era um menino loirinho de olhos azuis. Não era tão novo, aparentava ter uns 14 anos, só sei que ele me olhou e disse:






- Foi mal ai, tia! Eu estou atrasado para uma missão! Quer ajuda? - Ele estendeu a mão e eu aceitei.




- Garoto você tem que ter um pouco mais de cuidado! - Sacudi a poeira da roupa.




- Aê, eu já pedi desculpas, tia - Ele cruzou os braços - Eu já te conheço?




- Receio que não. - Virei as costas e continuei andando.




- Espera! Parece que eu já te vi em algum lugar. - Ele saiu correndo atrás de mim.




- Achei que você estivesse atrasado para uma missão.




- Ah, é verdade! Mas espera ai... - Ele pegou no meu braço e me fez parar - Eu já te vi sim.




- O que? Garoto, me solta! - Puxei o meu braço e fiquei nervosa. O medo de ser reconhecida era grande.




- Eu sou o Naruto, lembra? Uzumaki Naruto! - Ele sorriu.




- Não, você deve estar me confundindo com outra pessoa. - Continuei andando com as pernas trêmulas.




- Ei! Não foge! - Ele gritou, mas eu o ignorei.





Abaixei a cabeça novamente e continuei caminhando rápido até bater de frente com alguém. Levantei a cabeça e tive uma surpresa:






- S/n??? - Era o homem do meu sonho.

- Kakashi? - Perguntei.




(Continua)...


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