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16, Filhos Do Pai
Avisos: Breve menções de violência, overdose e sangue.
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QUANDO você cresce em uma casa em chamas, você pensa que o mundo inteiro está pegando fogo também.
Seu pai exercia sua violência sobre os outros. Sua mãe simpatizava com o sofrimento dos outros. Um dia você dirigiu a violência que herdou para si mesmo. Você distribuiu como seu pai e aceitou como sua mãe.
A vida de JJ tem sido assim. Ele contou isso para Cornelia em algum momento enquanto eles estavam chapados na praia e ela ainda se lembrava daquilo. Como ela não se lembraria?
E era por isso que ela estava tão nervosa agora que eles estavam voltando para a casa dos Maybank.
Faziam dias que o garoto não estava em casa, as cicatrizes dele ainda eram visíveis e Cornelia lutou para não dizer a Kiara para virar o carro e simplesmente deixar o plano de lado. Ela não dava a mínima para o barco. Ela queria que JJ nunca mais voltasse para aquela maldita casa.
Mas ela não podia dizer isso porque eles estavam brigados. (De novo.)
E também, John B e Sarah precisavam de ajuda e, pela primeira vez em sua vida miserável, eles precisavam que Luke Maybank fosse a chave. (Literalmente.)
JJ olhou para o lar quebrado do banco de trás. "Lar doce lar", ele proferiu zombando, mastigando a língua para não franzir a testa.
Cornelia apertou as mãos, tentando aliviar sua tensão e JJ ainda não parecia notar o desconforto dela. Ou, talvez, estivesse fingindo que não percebia — algo que ele fazia muito bem, especialmente quando se tratava de evitar confrontos emocionais.
A garota virou a cabeça para ele, observando o reflexo do rosto do garoto no vidro do carro. A expressão cínica que ele exibia com tanta frequência estava lá, quase como uma máscara.
