──❥ 𝐂HAPTER 𝐎NE

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O INÍCIO DA METADE, QUE
TECNICAMENTE DEVERIA SER O
INÍCIO DO INÍCIO

Em livros de história e contos convencionais, aqui seria o lugar onde o início normalmente deveria ficar

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Em livros de história e contos convencionais, aqui seria o lugar onde o início normalmente deveria ficar. No entanto, se algum dia eu encontrar esse chamado "início", eu avisarei com três dias de antecedência.

Se está lendo porque acha que é apenas uma ficção qualquer sobre uma garota sem memórias, peço encarecidamente que deixe isso exatamente no lugar onde o encontrou, pois significa que você não é a pessoa certa, ou que sua hora de descobrir a verdade ainda não chegou.

Entretanto, se assim como eu você não tiver a menor ideia de quem é ou de quem já foi, se duvida seriamente do conhecimento gravado no seu cérebro porque não faz ideia de como todas as informações foram parar dentro da sua cabeça, ou se simplesmente acordou em um ônibus escolar sem ter a menor ideia do que estava acontecendo, então essa história também pode ser sua. Porque significa que, assim como eu, você está aprendendo de maneira extremamente rápida e pouco convencional sobre quem você é.

Na verdade, foi por isso que eu comecei a escrever o que quer que isso venha a se tornar no futuro. Para o caso de eu esquecer quem eu sou graças a alguma divindade entediada com a atual normalidade da vida.

Meu nome é Kelen Cælum, eu tenho dezoito anos e a primeira coisa que fiz no início, ou mais especificamente, no início da metade (se é que isso faz sentido) da minha vida foi acordar no banco de trás de um ônibus escolar, sem ter a menor ideia de onde eu estava, e ao lado de um garoto latino com cabelos encaracolados, orelhas pontudas como as de um elfo, e que parecia ter ingerido meio litro de cafeína na última meia hora.

Um punhado de crianças estavam espalhadas pelos bancos em frente a mim, a maioria ouvindo música em seus iPods, conversando ou simplesmente dormindo. Todos eles pareciam ser um ou dois anos mais novos do que eu, fato que deveria ter me feito ao menos erguer uma sobrancelha para a minha atual situação, mas a dor de cabeça infernal que eu sentia nublava quase completamente qualquer linha de raciocínio que eu tivesse no momento.

O ônibus seguia por uma estrada esburacada em meio a um deserto arenoso debaixo de um céu azul brilhante, e o meu primeiro pensamento coerente foi de que eu com certeza não vivia no meio do nada. Tentei ignorar a dor de cabeça para pensar novamente. Afinal, qual a última coisa que eu me lembrava?

── Está bem, cupcakes, ouçam! ── Me assustei com o grito de um professor na parte da frente do ônibus, cerrando a mandíbula quando o barulho piorou minha dor de cabeça ao ponto de eu começar a massagear minhas têmporas quase violentamente antes de olhar para cima.

O homem que gritou tinha um apito pendurado no pescoço e um megafone preso ao cinto, o que deixava meio óbivio que ele era um treinador. Seu boné de beisebol estava afundado na cabeça, deixando a vista apenas seus olhos estranhos. Ele tinha uma barbicha rala e uma cara de quem comeu e não gostou. Seus braços e peito ligeiramente musculosos estavam cobertos por uma camisa pólo laranja que o deixava parecendo um cone de trânsito ambulante, ele também vestia calças de treino de náilon e tênis da Nike imaculadamente brancos.

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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𝐯𝐞𝐧𝐢, 𝐯𝐢𝐝𝐢, 𝐚𝐦𝐚𝐯𝐢 ──── heroes of olympusOnde histórias criam vida. Descubra agora