Onde Kelen Cælum acorda em um ônibus escolar sem saber absolutamente nada sobre a sua vida.
Ou
Uma história sobre uma filha de Afrodite que era mais parecida com a mãe do que ela pensava
|a history of heroes of olympus
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𝐕𝐄𝐍𝐈
O mundo era um lugar sem forma para ela que nunca realmente tinha visto nada além da escuridão de seus olhos permanentemente fechados contra a sua vontade.
Ela não conhecia o azul do céu ou o verde da grama, não sabia a cor dos lençóis macios do local onde desde sempre esteve repousada, não conhecia o formato de uma rosa ou o tamanho de um pássaro. Ela não sabia de nada disso pois nunca viu nada em todos os seus sabe-se lá quantos anos.
O que ela sabia, entretanto, é que de alguma forma estava ciente da existência de todas essas coisas que nunca lhe foram pessoalmente apresentadas, pois as informações estavam guardadas na sua cabeça, embora nunca conseguisse visualizar nada.
De repente, algo roçou sua bochecha de maneira delicada. Algo macio e familiar seguido de uma voz aveludada cantando algo em um idioma estranho e que deveria ser desconhecido, mas que por algum motivo não era.
Subitamente, a voz parou.
O toque em sua bochecha desapareceu de maneira tão repentina que ela se assustou.
Duas vozes distintas se pronunciaram, falando cada vez mais alto e rápido – uma discussão, ela se lembrou –, e as coisas não pareciam estar indo bem.
Então houve um grito, ela se sentiu sendo arrancada do conforto em que estava, e tudo ficou em silêncio.
Ela não estava realmente familiarizada com o sentimento do pânico, mas isso era o que ela sentia cada vez que tentava identificar algo e falhava, não por não conseguir descobrir o que estava ao seu redor, mas porque não havia absolutamente nada para identificar.
Ela parecia flutuar, e o seu pânico passou aumentar quando sua própria mente começou a ficar lenta.
Até que tudo se apagou, e Kelen Cælum finalmente acordou.
