Tsukishima ou Kei?

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Fico paralisado como se tivesse acabado de encontrar o fantasma do natal passado - e já estávamos em janeiro -, enquanto ele vira para descer do parapeito e me perguntar:

— O que faz aqui?

— E-Eu me perdi. — continuo parado feito uma besta na frente dele e não consigo falar mais nada.

Meu braço ficou esticado e ele pegou o papel da minha mão já que pareci estar pedindo ajuda, embora achar o caminho fosse a última coisa que passava pela minha cabeça no momento.

— Ah, então está indo ver ele. — Tsukki diz enquanto lê o endereço escrito — Se quer chegar até lá, não podia ter pegado caminho pior.

— Como é?! — finalmente volto à realidade, pois acabo de descobrir que andei tudo isso por nada — Segui por onde o mapa mandou, como pode estar errado?! — mostro a ele o telefone.

— Bom, não está errado, mas você economizaria a metade do tempo se tivesse ido pela direção oposta da casa dos seus pais.

Então você lembra onde fica a casa dos meus pais...

— Por essa direção. — ele desliza o dedo pela tela me mostrando o trajeto — Pelo visto o caminho que pegou está desatualizado, a prefeitura fechou a saída que dá na rua que você quer chegar.

— Eu vou ter que voltar tudo isso?! — quase solto um grito — Sem chance, não tem nenhum atalho que eu possa pegar? Não vou aguentar mais andar.

— Bom... — ele parece ter uma ideia, e começa a apontar para a tela do celular de novo — Está vendo essa biblioteca? A saída dos fundos leva até essa rua, que você pode pegar para cortar caminho até a casa dele.

Ele me explica detalhadamente o caminho, e parece até mais fácil que seguir a ideia original, mas claro que era bom demais para ser verdade:

— Só tem um problema, está trancada. Apenas funcionários têm acesso a ela no fim de semana.

— Desde que pus os pés aqui, sabia que seria um final de semana de merda. — suspiro alto mas então me dou conta de algo — Espera aí, se você sabe dessa informação... significa que...

— É seu dia de sorte. Pode pegar emprestada a cópia que tenho.

— Ai minha nossa, é sério? Os deuses fizeram as pazes comigo!

Quando finalmente o problema do GPS está resolvido, volto a me concentrar no quão alucinante esse momento é. De todas as pessoas, fui trombar logo com ele e tenho tanto a perguntar que não consigo me segurar:

— Como anda sua mãe? Caramba, faz tempo que não a vejo! E seu irmão? Mal posso esperar para ver o quanto Akitero cresceu. — fico tagarelando enquanto caminhamos juntos pelas ruas de Miyagi, como nos velhos tempos.

— Acredito que esteja bem, mas estamos indo para minha casa, é lá onde está a chave.

— C-Claro. — só então me dou conta — Sua chave está na sua casa, isso é bem óbvio.

Não estamos conversando lado a lado, ele está caminhando um pouco mais a frente. Mas se estivéssemos, tenho certeza de que me olharia como se eu fosse um idiota. Até porque, que homem de 26 anos ainda moraria com os pais? Que suposição ridícula de se fazer!

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