A tarefa de impedir que um assassino suicida seja assombrado pela morte parece quase impossível, e pode se tornar ainda pior quando eventos estranhos começam a acontecer para que uma história conhecida seja contada novamente.
Manjiro Sano estava na...
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Qual é o valor de uma alma?
Essa dúvida sempre surgia em minha mente durante as diversas ocasiões em que visitantes mortais passavam pelo meu domínio para cruzar os portões da vida. Contudo, nunca fui capaz de respondê-la adequadamente, uma vez que o valor de uma alma não pode ser definido.
Existem almas extraordinárias que podem ser enganosas, assim como existem almas medíocres que são mais autênticas do que qualquer joia rara existente nesse pequeno planeta que os humanos chamam de Terra, tornando-se simplesmente impossível atribuir preço para esse elemento intangível.
Não que isso fosse importante para mim em especial, já que a minha única função era apenas a de guiá-las para o outro lado e nada mais. Entretanto, estar em contato com as pobres almas que sofreram injustamente ou tiveram suas vidas ceifadas antes do previsto por tantos séculos fez com que meu coração se tornasse suscetível a sentimentos mundanos, me levando a cogitar a opção de negociar uma segunda chance para que elas pudessem viver novamente sem arrependimentos.
Cada alma passageira era de certa forma única em sua própria essência, um elemento peculiar que conseguia fazer com que eu criasse um forte vínculo com elas assim que contavam as suas histórias ou demonstravam estar dispostas a perdoar a vida, mesmo que a injustiça cometida fosse a das mais piores.
Apreciava ouvir todas com muita paciência, e mesmo sendo incomum para um ceifeiro, também possuía uma estranha compaixão pela maioria. No entanto, não importava o quão forte fosse o meu desejo, a morte nunca foi piedosa em nenhuma circunstância e nada poderia retornar depois de completar a travessia entre o véu que dividia os dois mundos.
Pensar sobre isso realmente me cansava, e após soltar um longo suspiro entediado, eu sou tirada da quietude antes de terminar de tomar o meu habitual chá de bolhas. Logo, repouso a cabeça em uma das mãos ao saborear as pérolas em minha boca enquanto escuto o sino do cômodo ecoar o som característico pelo ambiente.
Alma nova.
O cartão de identificação e um cilindro de vidro translúcido surgem em cima da mesa através de uma fumaça negra, me incentivando a rapidamente depositar o copo ao lado para analisar os elementos e descobrir o que estava grafado neles.
