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❦︎𝐍𝐚𝐫𝐫𝐚𝐝𝐨𝐫𝐚 𝐨𝐧𝐢𝐬𝐜𝐢𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐨𝐯’𝐬
Atena não aguentava mais a confusão que sua vida havia se tornado por causa de um jogador de futebol. O desgraçado não teve ao menos a coragem de negar e assim me livrar dos holofotes.
A brasileira tentou conversar e explicar para o jogador que ela é uma intercambista e que não poderia ter seu nome envolvido em notícias por conta do emprego. Absolutamente nada fez o jogador voltar atrás.
Consequentemente perdeu o seu contrato de três anos na escola que dava aula; até então ela ficaria na Espanha para sempre e agora terá que retornar em três meses. Só não foi demitida imediatamente por dois motivos: o primeiro porque o intercâmbio cobria esses meses; o segundo motivo foi a ajuda que um rapaz havia dado.
A mestranda não havia pegado o número e nem dito seu nome para o rapaz. Tudo que lhe restou foi um cartão escrito: 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟, 𝐺𝑜𝑛𝑧𝑎́𝑙𝑒𝑧. E em nada ajudava, mas guardou o cartão com todo o carinho. A verdade é que aquele momento ficaria gravado em sua memória. Alguém havia proibido a impressa de noticiar sobre a vida de Atena.
Esse alguém que até então se tratava de um anjo. Tanto Atena quanto Pedri estavam buscando um ao outro. Ele viu a brasileira em apuros, viu que Gavi não ajudaria e resolveu tomar posição diante do caso. A defendeu em frente às câmeras e depois pediu para que o staff dele cuidasse dos meios de cominação.
A única coisa que a brasileira havia deixado para trás foram pequenos ramos de flores secas sempre vivas azuis. O cheiro maravilhoso que Pedri fez questão de guardar. Com toda a confusão o jogador não teve nem tempo de perguntar o nome; a confusão era tanta que somente avisou o seu staff dar um jeito de resolver. Ele não sabia como eles tinham resolvido, mas no outro dia não tinha mais notícias circulando.
Mas isso não era suficiente para Pedri, ele tinha medo que a moça dos cabelos ruivos fosse apenas uma visitante na Espanha. Um mês havia se passado e nada de encontrá-la. Estava perdendo as esperanças.
Seus pensamentos param quando o jogador estaciona na frente do seu apartamento. Pedri havia trazido seu irmão mais novo para morar com ele em Barcelona. Os pais preferiram ficar em Bajamar cuidando do restaurante. O jogador chama o elevador e logo apeta o botão para o seu andar.
Atena aguardava Fernando na sala. A brasileira dava aulas particulares de Filosofia e Fernando estava indo mal nessa disciplina. A pedido da mãe do rapaz, a garota aceitou dar as aulas. A verdade é que adorava a senhora López; havia conhecido a senhora quando passou alguns meses em Bajamar. Atena sentia falta da comida caseira que servia no restaurante. A brasileira escuta um barulho da porta; Fernando havia dito que divida o apartamento com o irmão.
Pedri abriu a porta e logo foi atingido com o cheiro das flores secas; Fernando não mexeria nas suas coisas e mesmo se tivesse mexido, o cheiro era mais forte. O jogador podia jurar que a garota que tanto procurou estivesse ali.
Atena sentiu o perfume que havia ficado gravado em sua mente durante um mês. Sua pele se arrepiou na mesma hora assim que ouviu a voz que tanto desejou ouvir desde aquele dia. Apertou o cartão com força, a brasileira carregava com ela como se fosse uma proteção.
— 𝑁𝑜 𝑝𝑢𝑒𝑑𝑜 𝑐𝑟𝑒𝑒𝑟𝑙𝑜, 𝑒𝑟𝑒𝑠 𝑡𝑢́ 𝑎𝑞𝑢𝑖́ 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑎 𝑚𝑖́ (𝑛𝑎̃𝑜 𝑝𝑜𝑠𝑠𝑜 𝑎𝑐𝑟𝑒𝑑𝑖𝑡𝑎𝑟, 𝑒́ 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑎𝑞𝑢𝑖 𝑛𝑎 𝑚𝑖𝑛ℎ𝑎 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒) — Pedri correu para abraçar a mulher que tanto procurou durante meses.
Atena retribui o abraço ainda estática; era ele. Ele era irmão de Fernando e filho da senhora López. Atena estava confusa, mas muito feliz. Poderia se despedir e agradecer o espanhol pela ajuda.
Os dois se olharam como se quisessem garantir que fosse mesmo real. Finalmente estavam perto um do outro, o único detalhe é que Atena ficaria na Espanha por mais três meses apenas.
— 𝐴ℎ𝑜𝑟𝑎 𝑛𝑢𝑛𝑐𝑎 ℎ𝑢𝑖𝑟𝑎́𝑠, 𝑚𝑖 𝑎𝑚𝑜𝑟 (𝑎𝑔𝑜𝑟𝑎 𝑛𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑓𝑢𝑔𝑖𝑟𝑎́, 𝑚𝑒𝑢 𝑎𝑚𝑜𝑟) — Ela não fugiria. Mas também não podia prometer ficar.
— 𝑇𝑒𝑛𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 ℎ𝑎𝑏𝑙𝑎𝑟, 𝑐𝑎𝑟𝑖𝑛̃𝑜 (𝑝𝑟𝑒𝑐𝑖𝑠𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑟, 𝑞𝑢𝑒𝑟𝑖𝑑𝑜) —Pedri ficou sério na mesma hora.
Atena e Pedri teriam uma conversa longa, mas talvez o futuro dos dois não fosse tão longo assim...
