FNF Soft Mod

27 0 0
                                    

Eae :^
"~~"~~"

;Cigarros;

Lirian era uma garota comum, ela tinha uma família feliz, uma amiga fofa e uma vida simples. Sua família nunca teve muito, sua mãe trabalhava em um banco local como contadora e seu pai era vendedor, mas, nas horas vagas eles faziam pequenos shows pelas ruas na tentativa de arrecadar dinheiro.

Lirian nunca se incomodou em não ter tantos brinquedos ou roupas legais como as outras crianças, ela estaria feliz até mesmo com uma pedra desenhada com dois olhinhos contanto que tivesse carinho.

Mas tudo mudou abruptamente depois que seus pais ganharam fama. Certo dia em quanto faziam um show, um famoso empresário estava passando pelas redondezas e acabou gostando de suas músicas e dali em diante tudo se tornou um inferno...

Benjamin P.O.V

Meu corpo está trêmulo e suado, além do calor insuportável e a longa caminhada que tenho que fazer usando essas roupas pesadas eu ainda terei que encarar meu pai...eu tirei 7 na prova de matemática, eu estudei tanto para aquela prova e ainda assim fracassei pateticamente, como meu pai diria.

Ando pelas ruas serenas da minha cidade, quase ninguém está fora de casa. Meus olhos observam atentamente os detalhes, as famílias felizes em suas casas, comendo um delicioso almoço. 

Comer..está ai uma coisa que eu não faço faz tempo, mas quem eu poderia culpar? Eu estou gordo demais para ter este simples privilégio. 

Não me toma muito mais tempo até que eu finalmente chegue na minha casa, os dois seguranças no portão me encaram, sobrancelhas franzidas, olhos escondidos por de trás de seus óculos escuros e os braços fortes cruzados na altura do peito. 
Meu corpo inteiro se arrepia só de andar do lado deles, me lembro da torturosa lembrança deles me segurando, me impedindo de fugir de um destino tão cruel. 

Minha mão instintivamente desce pelo meu braço, apertando as bandagens em meu pulso, sentindo a dor que ainda pairava pelo local me forçando a lembrar do papel em minhas mãos, praticamente uma sentença de morte. 

Eu respiro fundo, enchendo meus apertados pulmões de ar e empurro a porta pesada da mansão onde moramos, sou cumprimentado com a visão de Mary, uma de nossas diaristas, fazendo o almoço em quanto minha mãe desabafa com a pobre mulher.

"Dona Mearest, eu acho que a senhora não tem com oque se preocupar, ele-"

Minha mãe a interrompe sem nenhuma piedade em sua voz

"Ela, Mary..Ela"

A senhora Mary respira fundo em silencio, ela sempre cuidou de mim, sempre me protegeu, mas entendo que ela não pode simplesmente arranjar problemas com sua chefe, minha mãe, por minha causa. 

"Ela ainda está crescendo...deixa ela testar as coisas, vai me dizer que você nunca beijou uma amiga só pra ter certeza?"

Mary brinca com minha mãe, tentando deixar o ambiente mais leve, mas, obviamente minha mãe nunca aceitaria tal tipo de piada. 

"Você beija mulheres por acaso Mary?"

Vejo o jeito que o pânico toma seus olhos e imediatamente chego na cozinha para interromper a conversa. 

"Mary, mãe, finalmente cheguei da escola"

Minha mãe se vira de costas, eu sei que ela me odeia, ela nunca faz questão de esconder isso. 

"Saiu alguma nota?"

Ela pergunta com seu tom frio de sempre em quanto eu procuro conforto nos Braços de nossa coitada diarista. 

"Sim, senhora..."

Mary da um beijo caloroso na minha bochecha, deixando uma marca dos seus lábios rechonchudos pintados de vermelho, não sei oque seria de mim sem ela. 
Marilyn nos encara com nojo, como ela sempre faz. 

"Me deixa ver, anda logo"

Relutantemente abandono o conforto dos braços de Mary me forçando a entregar o papel nas mãos dela, sinto as unhas pontudas quase fincando meus dedos, me lembrando do que elas são capazes de fazer. Meu corpo começa a tremer, medo e tudo que resume minha existência naquele momento. Analiso atentamente o rosto de minha mãe se contorcendo em raiva e em um movimento brusco, ela agarra meu braço, fazendo um a, sem demora ela começa a me arrastar para longe, eu já sei para onde estou indo e não posso fazer nada se não chorar e tentar seguir seus passos rápidos para que a dor de ser arrastado não seja tanta.

"Mãe, por favor, meu corpo dói."

Eu suplico, rezando por um resto de humanidade na casca fria de Marilyn, não sou surpreendido quando ela me ignora e continua a traçar seu caminho para o escritório de Frank. 

'Meu corpo não vai aguentar.'

Digo para mim mesmo, será que eles se importariam se eu morresse? Eles tiraram o Pico de mim, disseram que ele era uma má influência, mas eles não são muito diferentes. Na verdade, eles são até piores que meu pobre Pico. 

Minha mente novamente me faz lembrar de nossas calorosas noites, um sonho que eu odeio relembrar, porque sei que não o terei de volta. Nunca mais terei os seus braços fortes cuidando de mim, as suas mãos cheias de calos alisando meu cabelo, seus lábios rachados contra os meus e o cheiro intoxicante de tinta spray no nosso quarto, que apesar de eu reclamar, eu sempre amei. 
Talvez eu devesse comprar uma lata, só pra lembrar dele, só pra sentir o cheiro gostoso que nos rodeava quando ficávamos a sós.

Depois de um momento relaxante, porém triste, uma mera lembrança da minha cabeça, a realidade veio a tona como uma pedra esmagando meus ossos frágeis e desgastados. Minha mãe praticamente me arremessa para dentro da sala e Frank olha para cima de sua mesa, encarando minha alma.

"Oque ela fez?"

Ele pergunta, sua voz é rígida e fria, sinto saudade de quando ele me segurava em seus braços e brincávamos juntos, oque mudou? Será que é minha culpa? Perguntas me rodeiam mas eu não me atrevo a fazer um barulhinho sequer. 

"Mostra pra ele, pirralha."

Marilyn puxa minha touca vermelha fazendo o meu cabelo pousar sobre meus ombros, minha mão, tremula, machucada, chega perto para colocar a prova na mesa de madeira bruta. 

Frank encara o número marcado em silencio por alguns segundos, lágrimas já cobrem meu rosto e eu quietamente digo. 

"Papai, por favor.."

Sou carinhosamente retribuído com um soco bem no meio do meu rosto fazendo meu corpo cair pra trás, meu nariz começa a sangrar e não consigo conter meus gemidos de dor. 
Marilyn me encara sem nenhuma pena, sem nenhum amor pelo filho que antes ela tanto apreciava. Oque mudou? Repito as palavras na minha mente em quanto meu pai fica de pé segurando um de seus famosos charutos, gordo e de ótima qualidade, ele sempre fez questão de marcar minha pele com os mais caros de sua coleção. 

Assisto minha mãe tirar minhas roupas me deixando usar apenas o Binder apertando meus peitos, espremendo minhas costelas sem pena. meu estômago ronca de fome, eu poderia contar meus ossos com os dedos a este ponto. 

Frank se aproxima e se abaixa ao meu nível, um sorriso sádico em seu rosto em quanto ele da uma tragada profunda e solta a fumaça escura pelo canto de seus lábios. 

"Sabe Lirian..eu tô cansado dessas suas desculpinhas de merda, você é tão inútil que não consegue fazer uma conta de multiplicação? Você acha isso aceitável? Você sabe o quanto eu gasto para você fazer esse desaforo comigo e com sua mãe?!"

O sorriso rapidamente se transforma em raiva, em cubro meu rosto em quanto choro sentindo o calor se aproximar de meu braço e o charuto se prendendo na pele por alguns segundos antes de ser puxado deixando a marca redonda de sempre. 

Eu gemo, mas não me permito gritar, mais lágrimas escorrem e tudo começa a rodar, uma tontura invade meu corpo fazendo meu estômago embrulhar. Eu tento respirar mas meu pescoço parece inchado, ele não me permite ter oxigênio. 

"Isso é oque você recebe por ser a porra de uma guria ingrata do caralho!"

Frank da outro soco na minha cara, sem dó deixando uma marca roxa de seus punhos, minha mãe o encara antes de agarrar meus dois braços com suas unhas fazendo rasgos por onde elas passam. Meu corpo inteiro dói, continuo lutando por ar em quanto meu pai brinca comigo como se eu fosse seu saco de pancada. 

"V-Vai se foder!"

Eu gaguejo, minha mãe para com o olhar assustado e meu pai apenas me encara, como se ele estivesse tentando processar minhas palavras. Minha garganta abre me deixando respirar e sentir o gosto da fumaça do charuto que novamente encontrou minha pele, dessa vez marcando minha barriga. 
Sinto as mãos de meu pai agarrando meu cabelo e me levando para a entrada de nossa casa, no frio da noite, sem nenhuma roupa em meu corpo. 

"Você não queria o seu namoradinho? pronto, está foi a gota d'água! Vai procurar aquele vagabundo, tenho certeza que ele já achou uma mulher bem melhor que você"

Eu agarro os pulsos de meu pai, se ele vai me expulsar de casa assim, eu vou morrer, mas nunca vou me permitir morrer calado. 

"Ele é Gay!"

Afirmo sem medo nas minhas palavras, Frank apenas ri e segue seu caminho, arrastando meu corpo cheio de cicatrizes e machucados consigo. 

"E você é uma mulher, sua vadia imbecil"

Com essas últimas palavras, ele me joga na calçada, fora do portão fazendo alguns ralados em meu corpo. Eu me levanto vendo ele dando os comandos para seus cachorros de terno me impedindo de voltar para casa. 

No fundo, eu me sinto aliviado, não sei onde Pico está, não tenho abrigo e nem roupas, mas eu pelo menos estou livre desse inferno.

One-shot's de tudoOnde histórias criam vida. Descubra agora