Capítulo Um

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Sentada no batente de minha janela, em um dos aposentos mais alto do castelo, observando a beleza do meu jardim imaginando "e se".
Bom a vida é feita por decisões e fico pensando se o grande criador estivesse fazendo a escolha certa em me colocar nessa família.
Imagine só, minha mãe sendo uma bela camponesa, com olhos azuis e belos cabelos castanhos escuros e com a pele livre de sardas, meu pai fosse um guerreiro forte e bonito, atencioso com um sorriso cativante, tipo o tio James, que me desse (atenção) e carinho, e acima de tudo amor, que não ficaria preso no escritório duzentos por cento do dia.

Mesmo que Isabel não fosse a melhor mãe do mundo, ainda sim, a amo, e por mais que meu pai não me dê atenção ele é um bom pai, bom pelo menos me dá carinho quando recebo as migalhas de seu precioso tempo, espero ele lembre-se de que dia é hoje.

Perdida em meus pensamentos me surpreendo ao ver Aiko e Esther vindo ao meu encontro. Animo-me e me visto adequadamente para a imagem de uma princesa caso fosse descuidada, peguei uma cesta e coloquei uma roupa reserva e sai ao encontro das irmãs Kim.




Cheguei aos portões abertos e fui descuidada,
deixei o tio James me ver, foi uma tolice sair pelos portões da frente.
— Bom dia Raio de sol. — paralisei ao som da voz suave e gutural do tio James.— Já está escapando querida?
— Bom dia tio — me virei devagar, pega no flagra.
— Feliz aniversário, minha querida — Levantou rodopiou- me em um abraço forte e caloroso.
— Primeiro a me desejar feliz vida. — Disse rindo ao ser colocada ao chão. — Como sempre, obrigada tio.
— Estou ficando velho meus deuses, você já tem 17 anos, querida.
— Que isso tio, o senhor está em perfeita forma. Pelo menos você se lembrou do meu aniversário.
— Raio de sol der uma chance para Arthu, ele anda bem ocupado ultimamente.
— Ocupado demais para desejar feliz vida para sua primeira filha.
— Olha querida, irei dar esse crédito a você. Mas esteja em casa antes que o sol se ponha. — Ele beijou minhas mãos uma de cada vez — Feliz dia meu raio de sol. Em um salto enrosquei meus braços em seu pescoço.
— Obrigada, tio.
— De nada princesa. — Ele congelou, mas logo abraçou minha cintura.
— Sabe tio, eu amo muito o senhor e queria que o senhor fosse meu pai.
Sai de seu abraço, e corri de encontro a minhas amigas. Não sei se o que eu falei lhe afetou, mas pude ver seus olhos encherem de lágrimas e logo ele se virou para enxergá-los.
Corri para encontrá-las, Aiko e Esther.
As irmãs são minhas melhores amigas desde pequena, por ser princesa e quase não sair do castelo e quando saía era rodeada de guardas, eu não tinha amigas. Até conhecer as irmãs do James, Aiko e Esther.
— Feliz aniversário, Catherine! — Disse às duas em um coro e me abraçaram, e nós três caímos no gramado fresco.
— Obrigada, meninas, amo muito vocês.—Nós começamos a sorrir e se levantar.
— Para aonde vamos? — Disse Aiko
— Para a cachoeira. — Respondeu Esther
— Está loca? A rainha ficará furiosa e pode deixa Catherine de castigo. — Disse Aiko.
— Não meninas, tio James me deu um vale confiança e vai nos acobertar até o sol se pôr. Se voltarmos antes que o sol se ponha, ficará tudo bem.
— Não estou gostando disso menino.—Respondeu Aiko
— Vamos meninas, trouxe uma veste secas para não voltar seca.









CHEGAMOS A CACHOEIRA E FOMOS DIRETO para a água. Brincamos, sorrimos, cantamos parabéns e comemos um bolo delicioso que a senhora Kim fez, o meu favorito. Bolo de massa branca, recheado com nata e muitos morangos, e pequenas margaridas de decoração.
— Estão sabendo? Milo estará de volta em duas semanas. — Comentou Esther.
— Quem não está sabendo? Haverá um baile para comemorar a chegada dele.— Respondeu Aiko
— Hum!— Resmunguei e às duas olharam para mim. — O que foi?

— Nada, só que na nossa infância vocês viviam de namorico com Milo. — Respondeu Aiko
— Quem sabe como ele está hoje? Deve está uma divindade dos deuses. — Indagou Esther
— Foi coisa de criança, meninas, eu não gosto dele e não iremos ter algo. — Coloquei uma garfada de bolo na boca.
— Oh! Milo querido! — Disse Aiko colocando as costas da mão direita que estava segurando garfo na testa, inclinando-se para trás.
— Diga minha amada Catherine. — Indagou Esther levantando e segurando a mão esquerda de Aiko.
— Como eu o amo querido Milo. — Aiko segurou as mãos de Esther.
— Eu também a amo Catherine, vamos fugir e viver para sempre juntos, querida. — Esther abraçou Aiko.
— Parem com isso meninas! — Gritei e joguei um lenço nelas. E ambas sentaram na grama sorrindo. — Isso não tem graça.
— Mas poderia, vocês combinam amiga!
— Você vai, não é? Para o baile da volta de Milo.
— Sim, você acha mesmo Esther que o Duque iria perder a chance de se gabar que a família real esteve em seu baile.
— Óbvio que não — respondeu Esther —Queria ir.
— Mas vocês vão meninas —Ambas me olharam com os olhos arregalados — Acha mesmo que irei ficar naquele baile cheio de velhos resmungões, e o duque me jogando para Milo! Vocês vão sofrer comigo no baile.
Elas me abraçaram e sorrimos muito.
— Oh Céus! O sol já se foi. — Gritei.
— Vamos Catherine, irei pedir aos céus que a rainha Isabel não perceba nossa falta. — Disse Aiko.

Peguei minhas coisas e fui correndo para o castelo, tio James já não estava em seu posto.
Consegui entrar sem ser percebida, entrei em meu aposento e fechei as portas sem fazer barulhos.
— Feliz aniversário, Maria Catherine.
— Mãe? — Paralisei ao som da voz de Isabel
—Vim aqui nos teus aposentos, e você tinha sumido, estava preocupada.
— Desculpe mamãe, fui a cachoeira comemorar meu aniversário.
— Sem mais uma palavra Catherine— me interrompeu. — Receberá o castigo devido a sua desobediência menina.
— Mas mãe, é meu aniversário!
— Deveria ter pensado nisso antes de sair sem permissão. — Resmungou — Guardas!
Ouvi sons de armaduras, porta e logo se abriu.
— Vossa alteza. — Disse o guarda.
— Leve-a para o calabouço.

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