Capitulo Cinco

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"Querido Johnny, sinto muito pelo que aconteceu e eu assumo a culpa. Não deveria ter fugido para ver minhas amigas, não deveria ter levado você comigo para o calabouço.
Mas só existe uma coisa que não me arrependo desse dia. Ter aceitado seu beijo.
Nunca havia lhe visto com outros olhos além da amizade sincera que temos, mas hoje vi um lado seu que nem em outra vida poderia imaginar-me vendo.
Ainda sinto o gosto do seu beijo, o toque macio de seus lábios e seu olhar brilhante como Angelita e Turmalina.
Espero conversar em breve com você, até mais Johnny.

Com carinho: Maria Catherine."

Amassei o papel em volta da pedra que ele enviou sua carta, apareci na janela.

— Psi, Johnny...

Ele se levantou e nossos olhos se encontraram.

— Diga Mary.

— Estenda suas mãos. — Peguei a pedra e atirei, e ele pegou — Leia quando estiver a quilômetros daqui.

— Ótima noite, vossa alteza. — Com sorriso presunçoso que arrancou arrepios de minha pele, ele colocou a pedra no bolso.

— Não seja bobo, vá andando.

Ele sorriu e foi caminhando para o vilarejo, sua postura era de quem conseguirá conquistar o mundo.
Deitei na minha cama à procura de sono, mas consegui adormecer. Então levantei-me e eu ergueu o diário que estava escondido no assoalho solto de meu armário. O abri e comecei a ler.

"Queria Litha, estou escrevendo, pois sei que um dia irá ler este diário.

Estará em boas mãos e seu pai cuidará de você, no começo tudo será confuso para sua pequena cabecinha, mas saiba que não lhe abandoneis, você foi tirada de mim mesmo antes de lhe amamentar.
Nesse momento você é apenas uma criança e deve ter oito anos, e até esse diário chega em suas mãos terei tempo de detalhar tudo o que aconteceu, e lhe mostrar o caminho para chegar a mim.
Se eu pudesse filha, eu teria te tirado daí com as próprias mãos, mas uma feiticeira criou uma barreira que não posso ultrapassar.
E a maldição não permite que eu entre em contato com você até completar dezessete anos.
Estou esperando mais filhos, e queria que estivesse aqui para conhecer seus irmãos.
Bom filha, irei em breve ter bebê e preciso organizar tudo, mas em breve irei lhe escrever.

Eu te amo, Litha Cordélia."

— Litha Cordélia — sussurrei franzindo o cenho.

Folheei o diário e não havia datas escritas, quem era Úrsula, quem é Litha? E a pergunta principal, qual a ligação com essa Úrsula e o tio James?

Tinha algo a mais para me preocupar e desvendar mais um mistério, amanhã pedirei permissão a papai para visitar Aiko e Esther.

Coloquei o diário de volta ao assoalho e tampei com os meus vestidos.

Voltei para a minha cama e os pensamentos não me deixavam dormir, quem é Litha? Que maldade fizeram com elas, separaram mãe e filha mesmo antes da amamentação.
Com pensamento rodeando minha cabeça, adormeci.

Acordei mesmo antes dos galos cantarem, aborrecida pela noite mal dormida, o dia que teria pela frente e pela fome que está atordoado meu estômago e meu humor.

Me vesti e fui de encontro para o salão de jantar esperar meu café da manhã. Encontrei a criada Joana, uma das senhoras que trabalha no castelo.

— Bom dia, tia Joana! — Dei pulinhos, segurando as mãos e rodopiando a senhora.

— Querida, essa hora acordada?

— Sem sono, Joana, e a senhora como dormiu essa noite? — Abrace a senhora e me sentei na cadeira acolchoada.

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⏰ Última atualização: Apr 20, 2023 ⏰

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