Capítulo Três

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— Mary? Está aí? — Sua voz era preocupada.
Rapidamente peguei o diário e coloquei nas vestes por debaixo do meu vestido.
— John? — sussurrei, mas era inútil, minha voz acuou — Estou bem, estou aqui.
— Irei entrar.
Ouvi as grades se abrir e se fechar.
John estava com uma bandeja que contém dois pedaços de bolo, espetado em uma das fatias havia uma vela pequena.
— Parabéns para Mary! — Aproximou e deu-me um beijo no topo de minha cabeça, acompanhado de um abraço quente e desconfortante.
— Obrigada John — Com sorriso no rosto, lhe abracei de volta.
— Nunca vou esquecer seu aniversário, nunca Mary.—Seus braços fortes em volta da minha cintura me aquecendo do frio congelante da cela.

Soprei a vela deixando o local menos iluminado, quando nossos olhos se encontraram, a pouca iluminação do local deixou seus olhos mais brilhantes do que o normal. John nascera com cada um de seus olhos com cores diferentes, o direito é um preto profundo, e o esquerdo é azul piscina.
Permite- me desvencilhar de seus braços, sentei no colchão úmido segurando o prato com bolo. Ele se virou para mim e me embrulhou com uma manta que ele pegou do meu aposento.
— Está melhor assim?
— Obrigada, nem sei como lhe agradecer. Desde que você entrou como meu guarda pessoal, meus dias passaram a ser menos solitários. Mamãe anda ranzinza comigo e eu não sei o motivo...
—Mary, sei que é pouco tempo mas...
Ele se aproximou.
— Apenas oito meses que lhe conheço, mas só precisou desses tempos para lhe considerar...
— Johnny, tudo bem não precisa de sentir se sentir responsável por tudo isso, eu fui quem errou e estou pagando por isso.
— Bem, não vai comer o bolo? — Seus lábios se transformaram em um sorriso caloroso, me deixou tonta.
— Óbvio, eu adoro bolos.
— Eu sei disso. — Seus olhos me fitaram ao me ver devorar o pedaço de bolo delicioso.
— Um, isso está delicioso Johnny quem fez? — Disse apontando para o prato.
— Eu mesmo. — Arregalei os olhos em sua direção, ele estava sentado com as pernas flexionadas, apoiando seu rosto nos joelhos.
— Você, sozinho? — Disse incrédula.
— O que me diz sobre meu bolo de massa branca e nata com morangos? — Sorriu ele.
— Está uma delícia, só perde para o bolo da tia Yuki.Não diga isso para Esther, mas os bolos dela não são bons, mas Aiko faz deliciosos biscoitos em formatos de estrelas. — coloquei mais uma garfada na boca.
— Quero experimentar os bolos da senhora Yuki.— Ele estendeu a mão e tirou uma mecha de cabelo que caia sobre meu rosto.
— Obrigada Johnny. Mesmo obrigada por tudo isso.
— Farei tudo por você princesa.


ENQUANTO DEVORAVA MEU PEDAÇO DE BOLO,
contava a ele tudo que aconteceu no meu dia. Falei das meninas, do baile, sobre Milo, falei também do feliz aniversário que tio James me deu.
Quando parei de falar ele pigarreou e disse:
— Mary sei que isso pode parecer estranho, e se for me fale que logo pararei de falar. — ele se pôs em minha frente.
— Diga-me, o que há de tão estonteante que tem para me falar? — Me acomodei de frente para ele.
— Lembra daquela noite que passamos conversando?
— Lembro-me — Suas mãos estavam trêmulas ao puxar fios de seu manto.
— Bem você me disse que...
Ele pigarrou e me olhou nos olhos, oh céus aqueles olhos hipnotizantes.
— Você me disse querer receber um beijo em seu aniversário, seu primeiro beijo. — Arregalei os olhos e tampei a boca.
— Se isso for... estranho diga-me rápido, pois calarei a boca no mesmo instante.
Ele segurou minhas mãos tirando de minha boca.
— Quero lhe dar este presente. Você aceita?
Paralisada pelo choque do momento movi a boca, mas as palavras não conseguiram sair.
Dois minutos se passaram em um completo silêncio, não consegui falar ou expressar o turbilhão de sentimentos eletrizantes que passa em meu corpo. Borboletas surgiram em meu estômago e arrepios em minha pele.
— Mary? Está bem?
Não consegui dizer estar tudo bem.
— Está passando mal? — Ele avançou em meu encontro.
— Estou bem, apenas sem palavras para isto.
— Então, diga-me. Aceita ou continuaremos sendo como estamos?
Meu corpo elétrico por suas palavras anteriores, valores de uma boca moça vem em primeiro lugar.
Um beijo é reservado para seu marido apenas no casamento, e se...
Só se vive uma vez e essa uma minha chance de meu primeiro beijo ser com rapaz incrível, atencioso e carinhoso, então, danem-se bons odos de uma moça de valor.
— Quero! — As palavras
— Oi?
— Eu quero que meu primeiro beijo seja com você Johnny. — Mordi os lábios olhando nos seus olhos hipnotizante.
—  Nossa, eu não esperava — Um sorriso nervoso apareceu em seu rosto.
Johnny se aproximou de mim, colocando uma mão quente em minha bochecha, e a outra colocando uma mecha de cabelo atrás de minha orelha. E eu apenas estou paralisada, sou mesmo uma boba.
— Tudo bem.
Aproximou seus lábios dos meus, ambos ofegantes e trêmulos. Minha cabeça tonta e meu estômago tomado pelas borboletas. Fechei os olhos e esperei seus lábios tocarem os meus.
— Mary — Sussurrou em meus lábios — Te adoro.

Então seus lábios tocaram os meus e não sentia mais minhas pernas, fiquei tonta.
Suas mãos deslizaram por meus cabelos e nossos corpos se aproximaram.
Minhas mãos enrolaram em seu pescoço em um abraço forte. Senti seu gemido grave e poéticos ecoando em nossos lábios.
Quando finalmente ficamos sem ar nos pulmões, nossos lábios se separaram, estávamos ofegantes.
Eu estava trêmula e incrédula por ter meu primeiro beijo. Olhando em seus olhos de encontraram e sorriso sincero surgiu em nossos lábios.
— Mais que porra é essa? Johnny e Catherine.

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