Capítulo Quatro

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Paralisada pelo som da voz grave que vinha do outro lado da cela, não consegui me mexer. Johnny se levantou rapidamente do colchão que estávamos sentados.
— Johnny me dê um bom motivo para não quebrar a sua cara. — Quando consegui me mexer, vi o rosto furioso do tio James e seus punhos fechados. Logo me levantei e encostei nas grades.
— Tio a culpa foi minha, eu que pedi isso.
— Rio de sol, temos muito o que conversar! — Seu tom de voz mostrava sua raiva.
— Senhor, posso explicar tudo. — Disse Johnny saindo da cela.
— Agora não. Arthu está furioso por você está nesse local, e agradeça ao céus por não ter sido ele que tivesse vindo a buscar raio de sol. — Seu olhar fuzilou para Johnny. — Vá para seu posto, soldado e mais tarde teremos uma breve conversa.
Ele saiu e não conseguia mais o vê-lo, e eu e James caminhamos rumo ao escritório de meu pai, um silêncio constrangedor ecoava pelo corredor, pigarrei e olhei para o lado.
— Papai está sabendo sobre o que mamãe fez? — vi seu maxilar enrijecer.
— Está. — O silêncio voltou a reinar, até James continuar — Ele foi até seus aposentos vê-la e lhe parabenizar, mas não lhe encontro.
— Papai está furioso com a mamãe?— ele parou e segurou meus ombros.
— Maria Catherine, sabe o quanto é grave o que fez naquela cela? Por um triz não foi o próprio Arthu que foi lhe buscar. — A preocupação agora era evidente em sua voz.
— Sim, tio foi uma tolice minha não deveria ter pedido tal coisa para ele, que só queria me ajudar em um momento difícil. — Minha mão foi ao encontro do seu rosto, seus olhos iluminaram e ele paralisou por alguns segundos.
— Vamos, Arthu está impaciente.
Caminhamos em silêncio por mais alguns segundos, não sei o que meu toque lhe fez, mas desde então seu olhar era confuso, seus ombros não relaxavam, sempre rígidos.

Na porta do escritório de papai já podia ouvir a confusão que reinava sobre o local, era a voz alterada dele, choro e uma voz raivosa de Isabel me despraguejando. Respirei fundo e acenei para James, e ele abriu as portas.
Foi quase de imediato, papai mudou suas feições e mamãe continuou chorando.
— Catherine, meu amor. — papai correu e me abraçou intensamente, tirando meus pés do chão.
— Oi, Papai. — o abracei de volta.
— Meu amor, você está bem? Se machucou? — Ele me colocou ao chão e logo examinou meus braços, cabelos, rosto e as mãos. — Venha meu bem, deve está com frio.
Tio James acenou com a cabeça para Papai e saiu fechando a porta. Sentei-me na cadeira que ele puxou, e continuava a me olhar e examinar.
— Tem certeza que está bem meu bem? — Disse sentando à minha frente.
— Estou papai, está tudo bem e eu prometo isso ao senhor.
— Pare de mimar essa garota Arthu, por isso que sempre faz o que faz.
— Cale a boca Isabel, a menina saiu para se divertir com as amigas. Você que tem sérios problemas na cabeça por jogá-la na masmorra por algo tão fútil e irrelevante. — Papai avançou até ela com um olhar fulminante, ombros tensos e lábios formava uma linha. — Cale a porra da boca.
— Pai...
Odiava ver como ele geralmente à tratava.
Fiquei sabendo por fofocas das empregadas do castelo que ele sempre a tratou bem, mas depois que soube que Isabel não poderia ter filhos, ele passou a tratá-la com desdenho. Bom, isso até os céus me mandarem como um milagre, mas ainda tem episódios como esse.
— A culpa foi minha, deveria ter pedido permissão.— me levantei e me pus entre Isabel e ele.
— Não tem que pedir permissão para ver suas amigas ou comemorar seu aniversário, querida.

— Mas mesmo assim papai não a culpe, pois estou errada. — o abracei afastando ele de Isabel.
— Já chega vá para seu aposento, querida. Descanse e irei resolver tudo. Pedi para Cármen para preparar um banho quente.
— Está bem pai, boa noite mãe. — Quando abri as portas, papai disse.
— Feliz aniversário meu bem. Comprei algo para você, de presente e está em seu aposento, dentro da sua gaveta. — Ele andou até a mim e me abraçou, colocando-me no colo como uma criança de quatro anos.
— Obrigada papai, não precisava apenas Aiko e Esther irem ao baile já bastava. Mas muito obrigada.



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