The Past.

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POV Luke

Depois do almoço, e de muita conversa sobre a minha vida inteira, Calum levou-me para o seu quarto.

"Bem-vindo ao meu humilde quarto!"

"Tens um quarto fixe."

"Obrigado."-sorriu. "Põe-te à vontade!"

"Está bem."

Decidi deitar-me na sua cama, que devo salientar ser bastante confortável!

"Uau, a tua cama é mesmo boa!"

"Sim, é bastante confortável!"-riu-se. "Bem, trouxe-te aqui porque iremos fazer uma coisa, se quiseres claro."

"Está bem."

"Confias em mim?"

"Confio."-disse-lhe com um sorriso na cara. "Porquê?"

"Apenas quero que relaxes e entres na onda, pode ser?"

"Não sei o que vais fazer, mas ok."

Calum deu um pequeno sorriso e aproximou-se de mim, acabando o espaço existente entre nós, com um beijo lento e doce. Fiz como ele me pediu, relaxar e entrar na onda, acabando por prolongar o beijo e fechar os meus olhos, saboreando o momento.

Ele sentou-se, de modo a ficar com uma perna de cada lado do meu tronco, e começou a beijar-me o pescoço, o que sabia bastante bem. Ele levou as suas mãos para a beira da t-shirt, preparando-se para a retirar.

"Pára."-pedi-lhe.

"Que se passa Lukey?"

"É que..."-eu gostava de te poder contar noutra altura...

"Se não queres eu não te vou obrigar, nem nunca o faria. Mas se me contasses seria melhor, para eu te poder ajudar ao menos. Tens vergonha?"

"Sim."-admiti.

"Sabes que comigo não precisas de ter vergonha, eu amo-te tal como és."-sorriu-me. "Está bem?"-acenti.

"Não é por causa disso..."

"Então...?"

Digo, ou não digo?... Não, tenho que contar agora. Não posso deixar segredo para sempre.

"Eu preciso de te contar..."

"Estás a deixar-me preocupado Luke."

Sentei-me de pernas à chinês, e Calum fez o mesmo. Agora contar tudo...

"É por causa de uma coisa. Que me aconteceu à alguns anos..."

"Podes continuar, estou a ouvir tudo!"

"Aqui vou..."-suspirei. "Quando eu tinha nove anos o meu pai andava muito fora de casa. Só o via, no máximo, uma hora por dia. À medida que o tempo passava a minha mãe também começou a ficar bastante tempo fora, acabando por serem os meus irmãos a tomarem conta de mim."

Calum ouvia tudo atentamente, assimilando todas as minhas palavras.

"Mas houve um dia em que eu estava a voltar para casa depois de um longo dia de escola e apenas me lembro de ver tudo escuro. Preto. Quando voltei a acordar estava numa devisão conpletamente branca. Reparei que estava numa cadeira, completamente amarrado. Acorrentado. Depois apareceram dois senhores. Eu apenas disse-lhes onde 'estava a minha mamã e o meu papá', mas eles apenas riam-se de mim. Há medida que os dias foram passando, eu ficava cada vez mais fraco porque eram raras as ocasiões onde me alimentavam."

"Luke, eu-"

"Por favor Calum, deixa-me acabar."

"Claro."

"Continuando, houve um dia em que consegui ouvi-los a gritarem com alguém. A minha mãe. A chamada estava em alta voz, por isso conseguia ouvir tudo. Talvez fosse esse o objetivo deles. A minha mãe estava tão aflita. Conseguia perceber pelo tom de voz. Estava trémula. Os senhores disseram que me tinham morto e só ouvia a minha mãe no choro e quando terminaram a chamada eu começei a chorar. Fiquei a chorar durante bastante tempo, por saber que como todos pensavam que estava morto já não iriam procurar-me. A partir daí essas pessoas horríveis começaram a bater-me com cordas fortes e correntes grossas, fazendo com que eu ficasse com imensas nódoas negras e cicatrizes."

Desatei a chorar e Calum aproximou-se de mim, abraçando-me. As lágrimas deslisavam livremente pelas minhas bochechas já rosadas, mas mesmo assim ainda continuei a contar-lhe a história.

"Uma vez os s-senhores saíram e eu t-tive oportunidade para fugir, então eu l-libertei-me das cordas e correntes, e começei a c-correr. Parei num caminho onde relembrei de t-ter passado e a partir daí apenas segui o c-caminho até casa. E encontrei. Toda a minha f-família estava lá, menos o meu pai. Perguntei por ele, e a minha mãe apenas m-me disse 'ele morreu querido'. Uma semana depois vim a saber que os mesmos senhores que me t-tinham raptado o tinham moto, c-como castigo de eu ter conseguido fugir."

"Oh Luke..."

Calum limpou as minhas lágrimas e beijou-me carinhosamente.

"Eu não fazia ideia que tinhas passado por tudo isso Luke, isso é demais para um menino de nove anos... Lamento pela morte do teu pai, mas vamos apenas pensar que ele agora está num lugar melhor, sim? Ele está a olhar por ti, deixa-o orgulhoso."-sorriu.

"Sim, vou fazê-lo."

"Bem, penso que agora precisas de descansar, podes fazê-lo agora."

"Obrigado."-agradeci.

Calum abriu a cama e deitou-se, assim como eu. Aconcheguei-me mais a si, acalmando-me.

"Agora vê se dormes Lukey."

"Está bem."

Depois de alguns minutos a ter Calum a mexer no meu cabelo, acabo por adormecer.

Não sei o que faria sem ti Calum.

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Aqui está o capítulo!

Bem, chorei durante a história de vida do Luke, mas consegui acabar hoje! :P

Porque será que tal aconteceu?

Espero que gostem!

Luv Ya!!


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