XIII - Liar

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[A context]

[14:00]

[Narrativa]

...

Sentada em um sofá, em uma enorme sala um tanto fechada, um ambiente aconchegante mas um tanto "solitário" móveis claros em diversos tons de branco, a única janela visível é fechada e coberta pela enorme cortina também branca. A iluminação do local e fria e o clima também, uma sala tão gelada so ponto de fazer as mãos de Lumine ficarem geladas e um tanto pálidas...

- Sem recaídas? Que grande avanço mocinha!

- Doutora Nahida... Quantas sessões eu ainda precisarei ter? Digo, eu já estou bem melhor que antes.

A mulher alta de cabelos brancos sorri gentil e cuidadosamente enquanto analisa o papel em suas mãos.

- Bom, as consultas ao psicólogo deveriam ser algo frequente que todos precisam fazer, mas... Suas sessões serão 1 vez à cada 2 meses a partir de hoje.

- Então eu já posso ir?

- Apesar de tudo você tem consulta comigo, então... Não terminamos

- O que eu deveria dizer então? Hm... Desenhar meus sentimentos?

- Não, precisamos evoluir sua habilidade de expressão em fala, preciso ouvir de você então me diga Lumine, me diga sobre o início até atualmente tudo que você lembra ter acontecido em sua vida...

- Tudo? Haha, eu deveria mesmo dizer?

-- Não precisa olhar pra mim nem para nada, apenas diga como se fosse escrever uma autobiografia.

No momento em que o silêncio tomou o local tudo pareceu então ser mais claro do que já era e o som do relógio agora era audível.

- Desde pequena... Desde pequena e quando me lembro tenho muitos medos, um dos primeiros não foi temer monstros ou o escuro, foram meus pais. Eles brigavam e gritavam alto ao ponto de sentir o timbre de suas vozes ruir e doer em meu ouvido, tinha medo de meus pais matarem a si mesmos durante as brigas, eles jogavam o que viam pela frente um no outro ameaçando algum momento realmente se atingirem e eu ouvia tudo escondida em um canto até que os empregados me encontrassem e me tirassem dali... Eram sempre situações parecidas, negócios, trabalho e... Supostas traições, e sempre foi estranho que eles sempre brigavam a ponto de se matar, traiam um ao outro mas no fim acabavam sempre se pegando agressivamente em algum canto da casa de forma descuidada...

- Seus pais nunca pensaram em se divorciar?

- Eles se divorciaram... Mas seguiram vivendo juntos, mas mesmo todos vivendo na mesma casa nunca sabíamos exatamente o que acontecia na vida um do outro, pelo menos, eu e meu irmão nunca sabíamos exatamente o que se passava por eles afinal, as únicas vezes que tive realmente um contato próximo com minha mãe foram para me manipular, controlar e ela reclamar da vida dela.

- Lumine, e na escola? Como era a escola?

- A melhor, sempre a melhor. Desde o fundamental até o ensino médio, bom... Eu era uma mentirosa assídua, não tinha amigos então constantemente eu mentia para meus colegas para que pelo menos eu não fosse tão sozinha, mas no fim não importava o que eu fizesse eu jamais seria bem vista... Eles mesmos moldaram uma visão sobre mim que não existia e eu acabei tendo minha imagem presa a ela... Ninguém realmente tinha certeza sobre mas independente disso espalhavam sem empatia alguma.

- Me conte detalhadamente sobre essa visão...

- Bem, isso... Eles acreditavam e espalhavam boatos sobre eu ter relações com os professores, falavam sobre meu corpo e... Bom, no fim os professores me olhavam com desprezo e medo dos boatos e todos apenas tinham interesses em mim.

PARADOX | chilumiOnde histórias criam vida. Descubra agora