O desabrochar de uma Rosa solitária Parte Final

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[No salão principal do casamento]

Todos os convidados aguardavam inquietos e impacientes a chegada dos noivos para finalmente iniciar o rito de união entre a Casa Real Pendragon e a recém Casa Real Lamperouge, durante toda essa espera, tanto Uther quanto o rei Leodegrace perceberam que havia algo de errado com toda essa demora.

Mesmo que as servas de Uther estivessem preparando Morgan para o casamento, isso não demoraria muito, pois grande parte da maquiagem e o vestido já estavam prontos, o que deixava uma questão incompleta: o que está acontecendo nos bastidores ?

"Leo, meu querido amigo, temo que terei de sair momentâneamente para verificar se minha filha está pronta, já era mais do que a hora do casamento acontecer ." Levantando-se da cadeira em que estava sentado, Uther caminhou calmamente entre os convidados e foi em direção a uma sala específica.

"Querida, posso entrar ?" Perguntando educadamente antes de abrir a porta, Uther esperou por uma resposta.

"Já estou preparada, pai ." Assim que Morgan lhe respondeu, ela abriu a porta da sala e viu os olhos inquietos do rei, que se suavizaram a perceber que não havia nada de errado.

"Vamos logo, querida, os convidados já estão impacientes para a cerimônia. A propósito, você ficou muito bela nesse vestido de noiva, isso me lembrou um pouco da sua mãe ." Enquanto que pai e filha andavam pelo corredor, o clima entre ambos se tornou agradável e sereno.

"Pai, o senhor poderia me responder uma pergunta antes de irmos ao salão principal ?" Morgan de repente havia feito uma pergunta, parando de andar, Uther encarou sua filha com curiosidade.

"Claro, vamos diga-me que tentarei fazer o meu melhor para te ajudar ." Observando diretamente o rosto de sua filha, Uther esperou pacientemente o que estava por vir.

"Pai, o senhor sabe muito bem o real propósito do meu casamento, assim que eu for a esposa de Lelouch, instantaneamente não farei mais parte da sucessão do seu trono. A pergunta que tenho é: isso foi uma armação contra mim ?" Em uma inesperada revolta de acontecimentos, Uther ficou sem reação por alguns segundos ao ouvir o questionamento de sua filha.

A pergunta feita por Morgan não foi totalmente sem justificativas, já que os conselheiros de Uther, após receberem a notícia da captura de seu rei fizeram um acordo sem aprovação do mesmo, em que ofereceram a filha do rei ao inimigo principal de Uther, como forma de apaguizar as relações entre o Reich e o futuro reino emergente de Camelot. Além desse motivo, havia também a questão da profecia do escolhido pela Espada da Seleção, todos acreditavam que Morgan não era adequada como futura governante de Camelot por ser uma mulher e vendo uma oportunidade de se livrar dela, os conselheiros não pensaram duas vezes em oferece-la a Lelouch, isso foi como matar dois coelhos numa cajadada só.

Mesmo que Uther fosse o rei e tivesse a autoridade para absolver o acordo feito entre ambos os lados, ele sabia que não tinha condições de impor um novo acordo, seja, por meios militares, ou econômicos e diplomáticos. Sua reputação sofreu de danos severos, após perder uma guerra contra o Reich e gastar boa parte dos recursos que seriam usados na construção de Camelot para a guerra que foi em poucas palavras desastrosa. Tudo isso combinado, além do fator de Morgan ser a herdeira do trono e ainda por cima uma mulher fez com que Uther não tivesse muita escolha, afinal as futuras instabilidades políticas e sociais trazidas com a ascensão de Morgan ao trono de Camelot deveriam ser lidadas o quanto antes. Mesmo que isso significa-se negar o direito de primogênitura de sua filha.

"... eu ... eu ... peço desculpas a você ... minha querida filha ... não, eu não tenho mais o direito de chama-la assim ... fui um péssimo pai para você e neguei o seu direito ao que era seu desde o seu nascimento ... não precisa me perdoar por isso ... eu apenas imploro para que não caía no caminho da vingança e do ódio ... Morgan ..." Um silêncio tenso e melodramático permeou o ambiente de pai e filha, Uther não se atreveu a olhar nos olhos de sua filha naquele momento, pois se arrependeria se o visse diretamente.

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