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Algo de errado estava acontecendo com os monstros. Eles não paravam de suspirar por alguém e a se declararem por meio de composições musicais, poemas e palavras melosas.

Lali e Tom permaneceram na Colina do Ninguém e tentavam entender o que estava se passando com seus amigos.

- Eles estavam muito estranhos. Você viu o olhar de bobo que eles tinham? E aquelas vozes melosas... Pareciam estarem até hipnotizados! - Lali comenta para Tom, supondo o que poderia ter acontecido com seus amigos.

- Pra mim, pareceu olhar de apaixonado. - Tom responde.

- Isso mesmo! Mas eles só ficaram assim depois que levaram uma flechada e viram a primeira pessoa na frente deles!

- Como um monstro-cupido faz?

- Sim! Essa é a única explicação pra isso. O Dedé se apaixonou por mim, depois que levou a flechada...

- Tem certeza que foi por isso?

- Claro! Qual seria o outro motivo? - Fica ansiosa, tocando a ponta das garras na boca.

- Bom... O fato de você ser linda também ajuda.

- A melhor coisa a fazer é ficar longe dele! - Cobre a fala de Tom. - Não quero ficar bocó!

Se você soubesse o quanto eu sou apaixonado por você...

- E como era o monstrinho que você viu? - Tom pergunta.

- Hum... Ele era redondo e pequeno... Ele era vermelhinho e...

Tom avista um monstrinho acima deles e se assusta.

- Lali!?

- Espera aí! Estou tentando lembrar!... Ele tinha... - Toca a boca com a ponta das garras, como sempre fazia quando estava pensando.

- Lali! Ele segurava flechinhas de coração?

-Sim! Como você sabe? - Pergunta animada.

- Porque ele está ali! - Aponta para o responsável da confusão que pairava no ar.

Lali vê o monstrinho e começa a gritar junto de Tom.

- Salvem-se quem puder! - Lali grita.

Cada um vai para o lado oposto e tentam desviar-se das flechadas.

Por onde Lali passava correndo, o monstrinho do amor disparava e acertava em todo mundo, resultando em vários monstros apaixonados um pelo outro, fazendo os outros sofrerem também.

Lali continua a correr com o cupido atrás dela, a fazendo se esconder atrás de uma árvore, querendo ficar invisível.

Ela achava ter escapado e suspirou de alívio, mas desta vez, o cupido não errou a mira e acertou com tudo no coração de Lali, que caiu no chão.

- Ah!

Lali fecha os olhos rapidamente com as mãos e tenta chegar em casa, a fim de não ver ninguém e não correr o risco de se apaixonar.

-Saiam da frente! - Dizia, enquanto estendia uma mão para a frente e a outra tampava seus olhos.

Ela ignora a todos que se esbarram em seu caminho e com muita dificuldade e se batendo nas coisas, chega a casa.

Mas ela ainda não poderia abrir os olhos, pois ouve a voz de Morgume, que estranha a situação e lhe pergunta:

- O que foi, Lali? Por que está tampando os olhos?

- Eu não posso ver ninguém! - Responde e apalpa as paredes, se batendo nas coisas, passando pelo corredor, até achar a porta de seu quarto.

Ela entra e achou que não havia ninguém ali e por isso, abre os olhos aliviada, mas grita em seguida, o que fez Morgume se assustar do lugar onde estava.

Seu olhar avista Tom, que estava de costas e vira-se para trás. Lali o vê de forma esplêndida e brilhante, sorrindo para ela.

Lali suspira ao vê-lo. Era como um príncipe de capa.

Tom?... - Diz de uma forma boba.

Em sua visão, ele era radiante, incrivelmente lindo e atraente.

O semblante de Lali muda completamente e ela diz séria:

- Você tinha que aparecer na minha frente!

- Por quê? - Tom não estava entendendo nada.

Tom não sabia que Lali havia sido atingida pela flecha da paixão.

- Porque... Ah... - Sorri.

- O que há com você? - Tom estranha o comportamento de Lali.

- Ah! Você fez isso! - Volta a ficar brava.

- Isso o quê?

- Ai... - Caminha para frente e esconde o olhar dele - Eu estou... Apaixonada por você! - Confessa, virando-se e olhando sem jeito para Tom.

- Sério?!

- Sim. Completamente, totalmente, perdidamente apaixonada por você. - Diz as palavras uma a uma. - Você é tudo pra mim.

Tom abre um sorriso ao ouvir isso vindo de Lali. Ele esperou muito por esse momento, que só acontecia em seus sonhos. O super-herói (sem poderes) estava vivendo um sonho e não queria acordar.

- Não vai dizer nada?! - Lali pergunta, envergonhada e brava.

- Nossa! Eu também estou apaixonado por você! Isso já faz muito tempo, mas nunca tive coragem de te dizer! - Tom começa a abrir o jogo.

- Você também foi flechado pelo cupido?

- Cupido?

Tom entende o que aconteceu e de alguma forma, isso o deixou triste. Lali não estava confessando seus sentimentos, ela estava apenas sob o efeito da flecha da paixão.

Para disfarçar, ele responde:

- Ah... Sim! Eu fui flechado e você foi a primeira pessoa que eu vi depois disso. - Mente.

- E o que a gente faz agora?

Tom teve a brilhante ideia de aproveitar o momento, pois sabia que não teria outra chance como esta, de fazer o que sempre desejou com Lali.

Tom tocou seu rosto e o acariciou.

- Você é tão linda. - Falou.

Lali sorria de paixão para ele.

Tom a puxou pela cintura e encostou seus corpos. Lali o enlaçou com os braços e Tom, segurou seu rosto para mais perto de si e a beijou.

Não era mais um sonho, era real.

- Tá tudo bem com você, Lali? - Morgume caminhava em direção ao quarto.

Eles se separaram ao ouvir os passos de Morgume chegando mais perto.

- Aí vem ele! Haja naturalmente! - Lali avisa.

- Claro! Você também. - Tom responde.

- Lali? - Morgume diz ao entrar no quarto.

- Olá, Morgume! - Ela responde, estando sentada na sua cama, com um livro na mão.

- E aí? - Tom lhe cumprimenta de sua cadeira.

- Vocês estão bem?

- Estamos ótimos! - Lali responde.

- Melhores que nunca.

- Pois eu achei que você...

- A gente vai brincar lá fora! - Lali diz, puxando Tom pelo braço. - Tchau!

- Tchau...

Morgume não entende nada, mas pensa que tudo não se passava de uma brincadeira e volta a seus afazeres.

 Amizade ou Paixão? (QMTM)Onde histórias criam vida. Descubra agora