4

18 4 3
                                    

Tom estava assistindo a um filme, juntinho de Lali, que estava com a cabeça apoiada no ombro dele.

Ao se dar conta de que ainda estava com ela, sentiu-se bem. Seu cheiro de erva doce era tão suave que lhe atraía.

O relógio marcava quinze para as nove da noite e Tom, sentiu-se um pouco triste, ao imaginar que Lali o deixaria quando voltasse ao normal.

- Já é um pouco tarde. Seu pai deve estar preocupado com você.

- Mas eu não quero ir! Eu quero ficar aqui, do seu lado pra sempre...

Eu também quero isso.

- Mas é que o Dr. Z...

- Você está me rejeitando? - Dobra o lábio inferior - Por favor, não faça isso, eu te adoro... - Implora.

Tom suspira antes de falar:

- Tá bom. Você fica aqui comigo hoje.

Lali fica feliz e sorri, o abraçando em seguida.

Enquanto isso, o Dr. Z fazia pesquisas sobre o monstrinho-cupido que havia capturado e que agora, estava preso dentro de uma cúpula transparente, em cima da mesa.

Ao ler o artigo em seu computador, Dr. Z compartilha com Morgume as suas pesquisas.

- Aqui diz que se trata de uma criatura chamada "Cupidus Apaexonadus Fatalys"! "A monstrinha" da paixão. - Diz, catalogango o monstrinho em seu computador. - Ele lança, através das suas flechas, altas substâncias de dopamina e feniletilamina, que são os hormônios da paixão.

Dr. Z olha para o lado e o monstrinho da paixão lutando para sair de dentro da cúpula, atirando suas flechas que atingiam o vidro e sumiam.

- Você fez um belo estrago. - Falou para ele. - Agora eu preciso criar uma fórmula "anti-paixão" e... Ah! - Sente alguém abraçando seu corpo- Morgume! Me solte!

- Eu te amo... - Beijava os pés do doutor.

- Ah, como eu vou conseguir trabalhar assim? - Põe a mão na testa.

Dr. Z começou a fazer várias poções e a testá-las em Morgume.

- Beba isto, Morgume. - Ele disse, dando um frasco para o seu assistente (e cobáia).

- O que é isso?

- Apenas beba.

Morgume tomou o líquido rosado, e Dr. ficou esperando a reação dele.

- Ah... - Arrotou.

- Agora me diga: O que você pensa de mim?

- Você é...  Maravilhoso, inteligente, fantástico e...

- Não deu certo!

Dr. Z continuou a criar mais fórmulas e Morgume já estava passando mal de tanto beber os líquidos.

- Eu não aguento mais...

- Vamos, Morgume...

- O que a gente não faz por quem a gente gosta tanto? - Morgume disse antes de beber mais um frasco.

Perto dali, Tom jantava na mesa com Lali. Ele forrou a mesa e preparou um jantar para os dois.

Pôs até um jarro com flores no centro da mesa, para enfeitar e serviu os pratos.

Eles jantaram olhando um para o outro e tanto Lali, quanto Tom, estavam felizes.

- Eu sempre quis jantar na sua companhia, sabia? - Tom lhe diz.

- E por que nunca me convidou antes? - Lali pergunta.

- Nunca tive coragem. - Respondeu acanhado.

- Mas você deve ser sempre corajoso!

Eles riram.

Continuaram a se alimentar e a beber o suco.

- Ainda bem que aqui também tem comida pra humanos que nem eu. - Tom riu.

- Gostei disso que você me serviu. Como é o nome, mesmo?

- Ostras.

Tom a olhava comer e sorriu do jeito que ela fazia com as garras.

Mais tarde, era a hora de dormir e Tom forrou o colchão que era seu, para Lali dormir nele.

- Mas onde você vai dormir? - Lali pergunta.

- Eu dou meu jeito. O importante é você dormir de maneira confortável. - Pôs o travesseiro  para ela.

- Obrigada. - Sorriu.

Depois de preparar a cama, Tom lhe disse:

- Boa noite, Lali.

- Boa noite.

Tom afastou-se e foi para o outro cômodo, a deixando ali.

Lali deitou-se no colchão que Tom havia lhe preparado, embrulhou-se com o lençol e fechou os olhos.

Tom não estava conseguindo dormir e por isso, foi para o lado de fora.

Ele sentou-se em uma pedra e olhou para o céu, que estava limpo e estrelado e ficou pensando na situação.

- Eu queria tanto que ela gostasse de mim de verdade. Que tudo o que ela me diz fosse verdade, como o que eu sinto por ela. Talvez eu seja mesmo um covarde, já que nunca me declarei pra ela, antes.- Suspiro.

Enquanto mantinha os olhos para cima, sentiu um cheiro familiar. Aquela fragrância de erva doce, que sabia a quem pertencia.

- Lali? - Ele diz ao vê-la - O que faz acordada a essa hora?

Lali senta-se a seu lado e lhe responde:

- Não conseguia dormir direito.

- Insônia?

- Não.

- Então o quê?

Lali segura sua mão e lhe diz:

- Saudades de você. - Suas bochechas ficaram rosadas.

Tom sorri para ela.

- Você é tão fofa.

Ela continua a olhar para ele.

- Vamos entrar. Está muito frio aqui fora. - A segura pela mão e a guia para dentro de casa.

- Você precisa dormir agora.

- Por favor, Tom. Dorme comigo.

- Dormir com você?

- Sim. Não gosto de ficar longe de você.

- Mas o colchão é pequeno. Acho que... - Tom percebe a tristeza no rosto de Lali.

Tom pensa por um momento, antes de responder:

- Tudo bem. - Diz e Lali, sorri.

Os dois deitaram-se e Lali o abraçou, olhando direto para seus olhos.

- Me sinto segura com você, Tom.

- Por que eu sou um herói?

- Porque você é meu herói.

Tom lhe sorri e lhe acaricia.

- Eu te amo, Lali.

- Tom, eu... - Seus olhos brilhavam por estar junto a ele, mas Tom coloca o dedo na boca dela, a calando.

- Palavras não são necessárias quando podemos provar isso.

Tom  começa a beijá-la sem pressa.

 Amizade ou Paixão? (QMTM)Onde histórias criam vida. Descubra agora