CAPÍTULO XVI

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CAPÍTULO ─ XVI 

Quando ela ficou em silêncio depois de ver o colar na mão do homem, ele fechou-a em punho e trincou a mandíbula pela raiva que começou a queimar dentro de si. 

─ Você não devia estar com isso no seu quarto. Não é seu. 

Sakura se controlou para não deixar seu desespero evidente para ele. Só queria pegar o colar e voltar para seu quarto. 

─ Mas é da minha mãe. 

─ Era! ─ ele bradou, de repente. ─ Eu devia ter jogado fora há muito tempo! Você mexeu nas minhas coisas e pegou sem minha permissão! 

Sakura fechou as duas mãos em punhos. Seus lábios estavam em linha reta e seus olhos cobertos pela raiva de escutá-lo gritando com a voz embriagada. 

─ Essa é a única coisa que restou dela. Eu quero de volta, pai. Por favor ─ ela pediu, mantendo o tom cauteloso. 

Não queria irritá-lo e nem piorar a situação. A última coisa que queria era terminar a noite tendo uma discussão com seu pai bêbado. 

─ Porra nenhuma! Você não devia ter mexido nisso! ─ Tobirama saltou do sofá, apontando o dedo na direção dela ─ Eu vou sumir com essa merda de uma vez. Você não vai ficar com isso! 

─ Não! Eu vou ficar sim porque é o que ela iria querer. Não é justo você fazer isso, pai! ─ ela irrompeu, sentindo seu sangue subir quente à cabeça. ─ E o senhor também entrou no meu quarto e mexeu nas minhas coisas sem que eu visse. Não podia fazer isso. 

Tobirama parou, uma veia saltando forte no seu pescoço. 

─ Sua malcriada! Eu sou seu pai e faço o que eu quiser!

─ Mas por que está fazendo isso, pai? Por que quer destruir tudo que era dela?! Você deu fim a tudo. Eu não tinha nada pra me lembrar dela por sua causa! 

Sakura explodiu, seu coração acelerado e a adrenalina aumentando. Ela não queria perder a única coisa que tinha de sua mãe. Ela não ia deixar que seu pai destruísse aquilo também. 

─ Porque eu quis! Eu não quero nada daquela cretina nesta casa! Aquela mulher desgraçada infernizou a minha vida e eu não esqueço disso. Ela recebeu o castigo que merecia por tudo o que me fez passar. 

Sakura foi para cima do homem, aumentando seu tom de voz e seus olhos se encheram de lágrimas rancorosas. 

─ Não fala assim da minha mãe! Eu não vou deixar você falar assim dela. E a culpa dela ter morrido é toda sua!

E o que veio a seguir foi algo que ela não esperava. O alto estalo ressoou por toda a sala e depois o som do corpo magro da Haruno indo de encontro ao chão. Sakura sentiu um zumbido tomar conta de seus ouvidos, sua visão ficou turva por alguns segundos até ela entender o que tinha acontecido consigo. 

Ela tinha levado um tapa de seu pai forte o suficiente para levá-la ao chão. A garota demorou alguns segundos ainda caída no chão e estática. 

Ela nem mesmo viu a movimentação da mão dele. Foi tão veloz que não teve tempo de se preparar para recebê-lo. 

─ Você é igualzinha a ela! Uma ingrata e inútil que não tem nenhum respeito! Eu não vou tolerar essa malcriação sua! Eu ainda sou seu pai, garota, e você está debaixo do meu teto. Vai me respeitar por bem ou por mal! 

Tobirama cuspiu as palavras para a garota no chão sem um pingo de arrependimento nos olhos que estavam faiscando de ódio. 

─ E eu vou jogar essa porcaria no lixo. 

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