CAPÍTULO XVII

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CAPÍTULO ─ XVII

Assim que terminou de vestir a blusa emprestada de Sasuke, a garota suspirou fundo ficando de frente para o espelho do quarto. Sasuke já tinha trazido gelo e panos para ela, mas a garota preferiu tomar um banho quente antes e só então percebeu que o moreno também tinha trazido umas camisetas e uma calça moletom caso ela precisasse de algo para vestir. 

Ele tinha deixado as roupas no quarto enquanto ela estava no banho e depois saiu. Sakura caminhou até a cama e se sentou na beira, mexendo nos seus fios e com o olhar baixo. 

Ela passaria a noite ali e teria que voltar para sua casa cedo. Mesmo que fosse ter que ver seu pai, ela não tinha escolha. Pensava em como queria que ele já não estivesse em casa quando chegasse, assim teria mais tranquilidade para entrar lá. 

Ela deitou na cama e se encaixou nas cobertas. Ficou vários minutos olhando para o teto e esperando o sono vir. Seu corpo estava inquieto e não parava de se mexer na cama. Vários minutos se passaram assim, até que ela enfim conseguiu bocejar e suas pálpebras se fecharam lentamente. 

Duas horas mais tarde, Sakura abriu seus olhos novamente. Ainda estava escuro no quarto, o que mostrava que provavelmente era madrugada. Ela esfregou os olhos com as mãos e levantou da cama, sua garganta seca e necessitada de água. 

Ela andou sem fazer barulho até a porta e abriu, colocando a cabeça para fora e observando o corredor sem iluminação. Caminhou quase de ponta de pés por medo de fazer qualquer barulho ali. 

Ela tomou o cuidado de pisar nos degraus certos e desceu as escadas com lentidão. Mas uma luz vindo de um dos cômodos, que parecia ser justamente a cozinha, chamou a atenção dela. 

Sakura logo achou que fosse Sasuke. Provavelmente ele também tinha acordado para tomar água, então foi até lá. Mas, já na metade do caminho, a garota passou a ouvir vozes abafadas que iam ficando mais claras na medida em que se aproximava da porta. 

─ … Você não avisou que chegaria hoje. 

A voz pertencia a Sasuke, sem dúvidas. Mas ela logo percebeu que ele não estava sozinho. 

─ Foi desmarcado de última hora. Amanhã à noite irei para NY e só volto no sábado. 

─ Entendi. Ele sabe disso? 

─ Não. E nem precisa. 

Sakura parou na porta da cozinha, mas não entrou. Os dois homens não a viram ali. Sasuke estava em pé perto do balcão e de braços cruzados, enquanto um outro homem e mais alto estava retirando um prato de comida congelada do freezer. 

─ Sobre aquilo… Você conseguiu resolver? 

Sasuke o fitou, movendo a cabeça na direção dele e assentiu. 

─ Sim. Deu pra resolver sozinho. 

O homem bufou, largando o prato sujo na pia e jogando um pouco de água por cima.

─ É por isso que eu não gosto de te deixar sozinho por tanto tempo. 

Sasuke abaixou a cabeça. 

─ Não precisa se preocupar comigo, Itachi. Eu sei me cuidar sozinho. 

─ Não, não sabe. Se soubesse mesmo, você não aceitaria ter ido ver ele sozinho. E por que você não me ligou quando aconteceu? Só fiquei sabendo no dia seguinte. Acha mesmo que não devo me preocupar com você agindo assim? 

Itachi, que pareceu se alterar um pouco, falava olhando diretamente para o outro. Ele pareceu nervoso, mas Sasuke apenas permaneceu com a cabeça baixa e respirava profundamente. 

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