CAPÍTULO XXVII

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CAPÍTULO XXVII 

Sakura não disse nada por um longo período de tempo, na verdade, ela não conseguiu dizer nada. Abaixou a cabeça, seus olhos perdidos, o coração doendo e ela começou a se sentir sufocando... Mas respirou fundo, voltando a si quando percebeu que Sasuke estava olhando para ela minuciosamente, ansioso, os olhos marejados e ao mesmo tempo duros, nenhuma nova lágrima escorreu depois do que ele disse. 

O Uchiha esperou por uma nova reação dela, no entanto, nada aconteceu por quase um minuto, isso foi o suficiente para que ele ficasse com o estômago embrulhado de ansiedade. Então, ela suspirou, fitando a mochila dele sem demonstrar nada em seu rosto. 

— Por que você está dizendo essas coisas de repente? Eu já disse que te perdoei pelo passado, Sasuke. — ela lembrou-o, balançando a cabeça. — Você não precisa mais se culpar. 

— Mas isso ainda não apaga o que fiz. Pra você, será melhor que se afaste de mim e... 

— Pare de falar como se soubesse o que é realmente melhor pra mim! Eu sei o que eu quero, Sasuke. — ela se exasperou, interrompendo-o, ergueu o olhar frustrado e cheio de remorso para ele. — Eu me sinto muito bem quando estou com você. Me sinto feliz de verdade ao seu lado. Isso não é o bastante? Tem razão quando diz que não pode desfazer o que aconteceu, mas... Eu quero ficar com você porque te amo, Sasuke. 

Os olhos dele ficaram arregalados e perplexos nela. Ele não piscou e sua respiração ficou entrecortada, porque sentiu que nem conseguia fazer isso agora. Sakura sentiu algo quente escorrer por suas bochechas, mas não se importou no momento. 

Sasuke estava disposto a desistir de tudo, desistir deles, e isso era simplesmente impossível para ela aguentar lidar tranquilamente. Não queria, de forma alguma, que fosse assim. Ela queria estar com ele, achava que Sasuke era sim o melhor para ela. Ela fechou os olhos, deixando mais lágrimas caírem. Só queria que ele entendesse seus sentimentos e esquecesse o que tinha dito há pouco. 

Mas os olhos dele diziam que, apesar de suas palavras bastante claras e diretas, ele não mudara de ideia, e isso a quebrou ainda mais. 

— Eu sinto muito, Sakura. Mesmo que você tenha me perdoado, eu ainda… Não sei se consigo fazer isso. 

Ele perdeu a força da voz. Seus olhos recaíram para qualquer lugar longe dos dela. Mesmo que doesse, ela enfim entendeu o que ele queria dizer: Sasuke não conseguia perdoar a si mesmo. 

Ele estava atormentado pela culpa e se acovardando de repente, preferindo desistir do que eles tinham construído nos últimos meses do que tentar enfrentar as turbulências dentro de si estando ao lado dela. E, ainda, estava com medo de machucá-la outra vez. No entanto, para Sakura, isso não era suficiente para desistir dele. 

Ela não queria. Não podia. Não iria suportar isso. 

— Você não está pensando direito, Sasuke. Provavelmente porque acabou de acordar do coma e está confuso. 

Ele balançou a cabeça, negando. 

— Não é isso, Sakura. 

Ela assentiu, mais para si mesma do que para ele, tentando se convencer de que era exatamente assim. 

— Sasuke, eu vejo em seus olhos que você não quer isso. Não de verdade. Por favor, vamos deixar para falar melhor sobre isso quando você sair daqui, tudo bem? 

Ao afirmar isso, ela viu ele virando a cabeça para o outro lado, fugindo dela. Sakura continuou o observando, até que suspirou, levantou da cadeira e forçou um pequeno sorriso trêmulo. 

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