𝑷𝑨𝑹𝑨𝑫𝑰𝑺𝑬 𝑶𝑵 𝑬𝑨𝑹𝑻𝑯 - 𝑹𝑨𝑭𝑬 𝑪𝑨𝑴𝑬𝑹𝑶𝑵

CAPÍTULO 13

RAFE CAMERON

A noite de hoje havia sido incrível, apesar dos pesares. Eu já conheci muitas mulheres ao longo da minha vida, já me relacionei com a maioria e nenhuma delas nunca fez eu me sentir dessa forma. Eu nunca senti vontade de me abrir para ninguém, nunca desejei ter a companhia de uma pessoa, nunca fiquei ansioso para ver a pessoa, mas com a Maya, tudo tem sido diferente. Quando eu a vi na piscina de casa aquele dia, conversando e rindo com as minhas irmãs, tudo o que eu conseguia pensar é que eu iria foder completamente com a vida dela, simplesmente pelo fato dela ser uma pogue e ter me enfrentado na frente de todos, mas agora, eu me sinto um completo idiota por ter pensado assim e por querer agir assim.

Para ser sincero, eu não estou me reconhecendo. É tudo muito novo e confesso que sinto um pouco de medo, mas não por mim, e sim de não ser o suficiente para ela. Porra, essa garota mexeu com a minha cabeça como nenhuma outra, e isso está me deixando louco. Eu nunca me senti inseguro, mas agora, tudo o que passa pela minha cabeça é se ela está sentindo o mesmo, ou se pensa em mim tanto quanto eu penso nela, entre várias outras coisas. Eu disse que a faria ceder, mas olha para mim, estou completamente rendido aos pés dela, e só precisou de um beijo para isso acontecer. Para falar a verdade, eu já estava assim antes mesmo do beijo, o que é ainda mais humilhante.

A Maya era uma mulher incrível, e eu admirava muito ela. Hoje, quando eu vi o Kelce e a Hanna a tratando daquela forma, eu senti uma raiva dentro de mim fora do normal, principalmente por saber que já fui como aquelas pessoas, e não tem muito tempo. Eu poderia ter acabado com ele, eu estava disposto a fazer isso, mas ouvir sua voz tão doce chamando o meu nome, me fez repensar um pouco, por mais que eu tenha ignorado a mesma. Mas mesmo com toda aquela confusão, ela se manteve calma, o que me surpreendeu bastante, já que ela não costuma levar desaforo para a casa. Eu ainda estou sem acreditar em tudo o que aconteceu. Eu queria beijar ela já tinha um tempo, mas estava me segurando para isso, porque não queria invadir seu espaço e nem ser inconveniente, o que também é uma novidade para mim, já que nunca me importei com outras pessoas além de mim, em todos os sentidos. Ela tem um poder enorme sobre mim e nem faz idéia disso.

Subo as escadas de casa na ponta dos pés, fazendo o mínimo de barulho possível, afinal, não queria nenhum interrogatório a essa hora. Eu estava cansado, e acho que depois de muitas noites em claro, hoje eu conseguiria dormir bem, pelo menos é o que eu espero. Caminho até meu quarto e abro o mesmo cuidadosamente, entrando sem fazer barulho nenhum e fechando a porta atrás de mim. Assim que ligo a luz, levo um enorme susto ao ver meu pai sentado na ponta da minha cama. O mesmo me encarava serenamente, mas para ele estar aqui a essa hora, alguma coisa havia acontecido, o que não era bom.

— O que está fazendo aqui, pai? — pergunto, tentando soar o mais natural possível.

— Como foi sua noite, filho? — ele pergunta, ajeitando sua postura e fixando seu olhar em mim.

— Normal, nada demais. — desvio o olhar do seu e pego a cadeira para me sentar de frente para ele.

— Sabe, Rafe. Eu te ensinei muitas coisas ao longo da sua vida... — ele começa, ficando de pé e andando de um lado para o outro. — Mas mentir para mim não foi uma delas. — ele para de frente para mim e seu olhar volta a ficar sério.

— Do que está falando, pai? — pergunto, sentindo o nervosismo tomar conta de mim, mas tento não deixar aparente.

— Um passarinho verde me contou uma coisa hoje, e eu confesso que não acreditei, mas por via das dúvidas, é melhor te perguntar. — ele solta uma risada nasal. — Me disseram que você foi visto com a senhorita Carrington hoje.

— Sim, porque ela trabalha no bar do avô do Topper e eu fui lá mais cedo para beber. — tento soar o mais convincente possível.

— Ah, e isso incluía beijá-la? — congelo completamente com a sua pergunta e ele parece perceber isso.