Capítulo 2

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"De noite vamos dar uma volta, não tem graça nenhuma. Só pra conversar"

Regulus não sabia por onde começar a explicar para os demais presentes na sala de estar, quando finalmente consegui se aquecer novamente. Se sentia um pouco ao lado de tanta gente, que eram apenas quatro pessoas sentadas ao seu lado. 

-Vá no seu tempo, querido...-Euphie passou confiança por um contato desajeitado quando pôs suas mãos nos ombros magros do garoto. Regulus sentiu o olhar de James o furando do outro lado da sala, e não que isso o tolerava mal, mas os olhares de James eram melhores quando transmitiam amor por ele. 

  James o encarava, não por dó ou pena, e sim com saudade. Podia sentir e ouvir seu coração batendo mais rápido a cada tentativa fala de Regulus falar. E embora pensasse tão rápido e fácil, não era a mesma coisa quando os sentimentos eram assumidos e frenéticos vindos de um coração para o outro. De um coração para o outro. James sentiu que poderia correr da poltrona e abraçar a qualquer momento em que Regulus se sentisse mal permanecendo ali, com tanta gente o encarando. 

 Já o Black mais velho estava a um fio de ligar para os caras que comiam e mandava-los largar tudo o que estava fazendo para tratar de dar uma lição na sua antiga casa. Se sentiu um péssimo irmão ao repensar no que fez. No dia em que saiu de casa e prometeu tirá-lo de lá quando a situação financeira ficar melhor, e bom, quando ficou, não sabia que eles haviam mudado de casa apenas para que Sirius não conseguisse manter contato com o que eles chamam de,  a única preta que restou. 

O único que restou dos Black.

-Quando minha ma- Walburga, viu minhas fitas -As que colocava para tapar seus intrusos - ela exigiu respostas. Não me lembro quando todos de casa começaram a dizer que eu estava me tornando um monstro por fazer isso com meu próprio corpo. -As pequenas lágrimas ameaçaram a correr por seu rosto delicado, mas se manteve firme. Ele já guardou tantas por muito tempo, essa não seria a que escaparia logo agora. 

  Regulus começou a pensar direito, e de novo, sobre o que ocorreu antes de ser expulso, podendo pegar apenas seu celular e carteira, que já estavam no bolso da calça cargo. 

-Não pense em voltar aqui até que essa sua ideia idiota esteja na sua cabeça! -Sua mãe começou a gritar.

-Então eu nunca mais pisarei nessa merda de casa! -Ele gritou também, não tendo medo pela primeira vez, dela.

Sua mãe parecia desonrada ao ouvir isso, pensou por onde errou ao criá-lo, para que logo depois de dezessete anos, ele se rebelasse contra ela.

-Você é uma desonra para a família! -Regulus repetiu o que Walburga o disse enquanto estava em casa. Sirius estava perplexo ao ouvir todo o diálogo repetido pela boca de seu irmão, que o único instinto foi abraçá-lo perfeitamente quando sua fala acabou. 

  A senhora Potter estava com o sangue fervendo de raiva, e seu marido teve a mesma reação que James, ambos emocionados. 

-Não consigo imaginar o que tenha sentido naquele momento, querido... -Disse o senhor Potter, dando um sorriso acolhedor o suficiente para que Regulus, mesmo estando no abraço de seu irmão, se sentisse amado por ele também. Por todos. 

-Eu sinto muito. -Seu irmão sussurrava várias vezes em seu ouvido, de uma forma incapaz de se descrever. A dor era feita por palavras, as mesma palavras que o Black lhe estava repetindo. 

   Regulus nunca achou que ouviria um sinto muito depois de tantos anos sofrendo maus tratos em casa. 

-Você não está sozinho mais, meu amor...eu estou aqui. -Sirius o apertou mais forte contra seu corpo. 

CYRTR - Caçador de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora