Uma Intrusa em Crepúsculo 2

8º Capítulo - O Inicio da Tormenta

Sua irmã estava sendo preparada para entrar no mundo das sombras através das memórias seladas no livro que lhe tinha confiado, mas ainda precisava ser treinada, então deixou esta tarefa a cargo de sua mãe, elas precisavam mesmo se resolver, Asten como um bom feiticeiro sempre estava no meio de jovens que pudessem lhe entreter com sua inexperiência, o que poderia até ser bom, ele ficaria de olho na sua mãe e poderia trazer lazer aos seus meios irmãos caso as tarefas fossem muito estressantes, afinal ele era irmão de Magnus Bane, ele sabia como criar diversão através de uma boa festa.

Sua mãe havia lhe confiado à chave mágica do cofre das fadas, que era uma marca que ficava gravada nas costas das suas mãos, então voltou ao seu reino e anunciou a novidade aos seus súditos.

- Recentemente chegou a mim a revelação de dois filhos da rainha mãe Regina, meus meios irmãos. Por eu ser da linhagem demoníaca não poderei trazer descendentes para herdar minha coroa.

Não era uma novidade que a rainha era filha de um demônio, por tanto era infértil, mas depois de seu primeiro filho alguns tinham esperanças que sua salvadora poderia ter descendentes diretos.

- Vocês podem estar confusos, houve um período em que eu pude dar a luz. – A escuridão dentro de si estava evoluindo e esmagando a luz de sua alma, mesmo que lutasse para tirar aquilo de dentro de seus corpos, suas ações não estavam sendo eficazes, precisava de outro método, um mais agressivo.

Algumas tosses interromperam seu discurso, um lenço foi lhe oferecido pelo seu regente, cobriu a sua boca e esperou sua garganta acalmar, quando afastou o tecido de seus lábios viu uma gosma preta cobrindo a seda, o feérico ao seu lado lhe encarou assustado, com um olhar repreensivo o mesmo retomou sua postura.

- Aquele evento só foi possível porque era para abrir passagem para o deus dos mortos Osíris vir ao mundo dos vivos, não será possível que eu realize novamente tal milagre. Então hoje eu estou nomeando Lívia Wells como a princesa herdeira da corte Unseliee. – A crise de tosses voltou a lhe atacar, todos agora podiam ver o porquê apressava a apresentação do seu sucessor ao trono, a rainha estava doente, e caso o pior acontecesse já sabiam quem procurar.

- Majestade, a senhora deveria se recolher. – Pediu o seu regente. Ele era tão gentil quando lhe ajudou em suas primeiras semanas como rainha. Ter tirado aquele desespero de seus olhos quando o viu pela primeira vez tinha o feito achar que estava em divida, talvez todos pensassem assim, sua mãe tinha sido um trauma enorme para aqueles feéricos.

- Este é meu ultimo recado a todos vocês, quando chegar a hora de recolher os frutos que espalharam no mundo dos mundanos traga os para a corte. Eu entrarei em reclusão para cuidar da minha saúde, e será por tempo indeterminado. – Dava para ver a tristeza e algumas lagrimas saindo dos olhos dos seus súditos, eles realmente a amavam.

Não se estendeu mais do que o necessário, ou seu povo poderia ver o quão doente realmente estava, tinha camuflado seu estado com um feitiço de ilusão, mas não poderia mantê-lo e se curar ao mesmo tempo.

Uma carruagem a levaria para uma torre que ficava dentro dos limites da corte e em uma distancia segura para não causar danos a ninguém a sua volta. Por algum motivo quando se aproximava e a via de longe lhe fazia lembrar a Askaban, a prisão bruxa de Harry Potter.

Seu estado piorava a cada segundo, e quando chegou até a torre teve que ser carregada pelos seus guardas. Fechou os olhos por alguns momentos, sua tosse havia dado uma pequena trégua e descansou por alguns minutos, até ser levada para a sala que ficaria toda a sua reclusão. Lhe deitaram em uma cama de madeira lindamente decorada que teria prestado mais atenção se não fosse pelo seu estado.

- Majestade..?

- Não me olhe assim regente, não é como se eu fosse morrer, você sabe o que fazer agora. – Suas palavras não puderam acalmar o homem, mas não podia fazer muito por ele.

Os guardas se foram e lacraram a torre.

- Você esta péssima Megan. – Falou Elena, a deusa que um dia a ajudou.

- Suas palavras são mesmo reconfortantes. – Falou Megan dando um meio sorriso sem mostrar seus dentes, não queria que seus dentes manchados deplorassem ainda mais a sua imagem.

- Irei te ajudar como você me ajudou, mas não será nada fácil para você, como você já tem experiência em dividir sua consciência, talvez fosse melhor fazer isso durante o processo, será menos doloroso. – Aconselhou Elena em quanto preparava o feitiço de contenção que aprendeu na Biblioteca da terra nula, o único feitiço que poderia conter um deus.

- Agradeço o conselho, talvez eu o siga. – Respirou fundo e esperou pelas correntes.

- Que a luz que iluminou o mundo brilhe em seu núcleo e expurgue toda escuridão... – Uma corrente cobriu todo o corpo da deusa demônio, ela brilhava como uma estrela. - ... Que a pureza de seu coração seja mais forte que as trevas que a esconde. Que a luz da criação acorrente esta alma condenada e não deixe que a escuridão preencha o vazio. Eu invoco o poder de Apolo, deus dos médicos cure as feridas desta alma. Que as forças da mãe terra sejam a sua força, e assim invoco Gaia.

Conforme ditava o encantamento correntes brancas saiam das paredes e cobriam o corpo de Megan, ao ponto de apenas seus pés e a sua cabeça pudessem ser vistos.

Quando Elena terminou de recitar Megan já tinha caído na inconsciência, aquele encantamento era poderoso, iria remover toda melancolia, rancor, ódio, luto e dor que Megan já havia absorvido desde antes do massacre da corte Unseliee, mesmo sendo um deus talvez ela não tivesse forças para abrir mão da escuridão e ficasse para sempre acorrentada, isso pensando positivo, porque o pior era a escuridão toma-la e ela virasse a próxima Regina, então o demônio dentro dela se tornaria completo e assim qualquer vestígio da Megan seria apagado.