9º Capitulo - Uma Intrusa no Apocalipse Zumbie parte 1

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Sentia uma dor e ardência nos seus braços, a última vez que teve esta sensação foi quando tinha sido mordida na quarta serie por um menino irritante e histérico. Seus olhos abriram e se depararam com um ambiente completamente estranho, parecia estar em um quarto hospitalar, no caso já tinha sido um, os monitores estavam cheios de poeira e desligados, a cadeira de visitante estava com a espuma para fora, o couro estava rasgado, os vidros da sala quebrados, como se tivesse passado um furacão no quarto.

- Eu bebi vinho das fadas ontem? Que role de doido eu fiz. – Tentou puxar sua última lembrança e só lembrava de ter sido carregada até a torre na corte e fechar os olhos quando Elena começou a recitar o encantamento de contensão.

Tirou uma velha coberta de cima de seu corpo e saiu da cama, imediatamente suas pernas dobraram e seus joelhos foram para o chão.

- Já chega, se minha mente esta me pregando peças, ou que viagem é essa que eu to fazendo por ter dividido minha consciência, não sou obrigada a passar nessa espelunca. – Pode sentir as engrenagens do seu cérebro girando e finalmente se dando de conta de algo que já deveria ter notado. – Que voz é essa? Megan que voz é essa?

Quando começa a falar de si mesma na terceira pessoa já sabemos que alguns problemas psicológicos no mínimo a pessoa têm, com a Megan não era diferente e os problemas não eram poucos.

Arrastou seu corpo até uma bandeja caída no chão e com a manga da blusa limpou o objeto até conseguir ver seu reflexo embaçado. Piscou três vezes não acreditando no que via, tocou nos seus cabelos, na maçã do rosto e sim, aquele era seu corpo.

- Porque eu estou no corpo de uma gótica? Por que ainda faço perguntas se não tem ninguém para respondê-las? Ai Megan, você tenta sair da loucura, mas a loucura não sai de você.

Deu socos de leve nas suas pernas como incentivo para seus músculos começarem a trabalhar, precisava limpar as mordidas em seus braços, estavam doendo bastante.

- Se esse lugar for o que eu estou pensando vou assaltar a farmácia ou pedir alguém para fazer algum curativo. – Deu de ombros e tentou ficar de pé.

Massageou um pouco suas pernas com um pouco mais de delicadeza e finalmente conseguiu da alguns passos para fora daquele quarto, às vezes suas pernas falhavam e encontrava o chão, toda vez que acontecia um palavrão saía da sua boca, mas continuou a seguir pelo corredor imundo, as paredes azuis eram deprimentes, o sangue que a manchava levantava questões do que poderia ter acontecido naquele lugar estranho.

Quando estava para virar o corredor viu uma mão no chão, se esgueirou pelas paredes, usando-as de apoio para seu corpo fraco e com cautela se aproximou, o que seus olhos viram arrepiaram todos os pelos de seu corpo. A sua frente tinha vários corpos em decomposição caídos no chão, havia sangue seco para todo o lado, o cheiro era insuportável, ficou surpresa por não ter sentido antes.

Tapou seu nariz com a manga de sua blusa e olhou para cima, estava no corredor dos quartos, a sua direita estava o quarto 220, seguido pelos 219, 218, 217. Abriu as portas e verificou se tinha alguém vivo, mas só havia cadáveres, cada um em pior estado que o outro. Toda aquela energia de morte embrulhava seu estomago, se apressou a sair o mais rápido possível, mas antes que pudesse respirar um ar mais puro seu estomago não aguentou e expulsou todo o liquido que enfiaram para lhe alimentar naquela cama.

Em alguns quartos conseguiu encontrar suprimentos hospitalares e pode tirar a blusa do pijama e cuidar das mordidas, pelos rótulos estava em algum lugar dos estados unidos, pelo menos o país falava em inglês. Primeiramente limpou os ferimentos com soro fisiológico e algumas gases esterilizadas, em seguida molhou o algodão com álcool e a poupou levemente as mordidas, mordendo os lábios com a dor e a ardência, com mais gases secou o ferimento e em volta dele e pegou uma atadura e enfaixou todo o local machucado.

Sua boca estava seca, precisava de água, mas na falta dela espirrou um pouco de soro na sua boca e deixou que o liquido removesse toda parte seca e em seguida cuspiu tudo no chão.

- Eca! Que nojo, só queria saber que porra esta acontecendo aqui, da ultima vez que vi tantos cadáveres assim foi antes de eu invadir o reino Unseelie.

Como a situação ainda não era clara e sua sobrevivência era primordial, pegou alguns kits médicos e vários remédios que encontrou na farmácia e colocou tudo dentro de uma enorme bolsa de pano.

Tinha remédios, mas agora precisava de água e comida já que não conseguia acessar sua magia de dentro daquele corpo, sentia que ele ainda estava ligado a sua mente principal, mas não conseguia estender as mãos até onde estava seu poder.

***

Depois de uns vinte minutos tentando encontrar a recepção do que parecia ser uma casa de repouso para pacientes especiais se deparou com outro corredor coberto de cadáveres, mas o que lhe surpreendeu eram as armas jogadas no chão e um machado pregado na porta junto de um cadáver em decomposição profunda, a metade da sua cabeça tinha pele apodrecida e a outra parte era só osso. Mexeu no bolso do homem que parecia ter morrido armado e encontrou uma faca de caça, uma granada e uma arma descarregada, pegou o que era útil, inclusive o machado que não havia enferrujado, pela sua surpresa e finalmente encontrou a recepção e a saída daquele lugar.

- Não acredito! – Gritou em êxtase. Jogou a mochila no chão, junto do machado e pegou todos os salgadinhos dentro da maquina e garrafinhas de suco e água que restava na maquina de bebidas. Tentou se alimentar o máximo que podia de acordo com seu estomago fraco, bebeu apenas água. Era possível que estivesse em coma antes de despertar, ou seu corpo não estaria tão fora de forma.

Arrastou suas coisas até um sofá velho, chutou um corpo que estava em cima dele e o arrastou até onde não sentiria o cheiro dele, mas era impossível, o cheiro da morte estava por todo o canto. Se jogou no sofá e não pensou em mais nada, estava cansada, seu corpo estava debilitado e todo dolorido, só havia aguentado por tanto tempo por causa da adrenalina, só precisava de um minuto para tirar a rigidez e a tensão de seu corpo. Relaxar apenas um pouco, seus olhos foram se fechando e pelas janelas de vidro pode ver a luz alaranjada do por do sol antes de enfrentar a escuridão mais uma vez.

Uma Intrusa em Crepúsculo 2Onde histórias criam vida. Descubra agora