Scream Nevermore

Ato II - Como te chamas na grande noite umbrosa?

As investigações continuam. Cedo ou tarde irão descobrir que Yoko supostamente estava na cena do crime. As enamoradas, Sinclair e Addams, por sua vez, já sabem da verdade. Clamam ansiosamente em sua interna voz mental por um pronunciamento da polícia, e assim que eles abrirem suas bocas, será tarde.

Morticia, progenitora de Wednesday, reflete magesticamente sobre o calor do fogo da lareira. Poeticamente se assombra na escuridão do gélido medo de morrer. Quem poderia e quem pode ter a coragem? Seria ela a próxima?
Sua mente decorre como poesia e seus pensamentos são cantados. A morte conforta Morticia, mas o problema é o prazo. Por mais que o mórbido agrade suas preces como Addams, como Diretora algo deve ser feito a respeito.

- Um jovem rapaz agora se foi, e digai-nos quem foi, pois por mais que esteja agora no barco junto do Caronte, o trabalho permanece aos aqui em vida. Se é que pode-se chamar vida.

A porta toca e se abre, Morticia sabe que é questão de tempo. Não será sua vez agora de ir embora, mas e o próximo? Será este o momento?

- Senhorita Addams - Diz o Xerife tirando o chapéu e limpando os pés no carpete preto - Desculpe o incômodo.

- Não se preocupe... Está tudo bem. Obrigada pelo aviso de antemão. Ando tão ocupada ultimamente. Gomez está aflito!

- Imagino... Fico feliz que esteja assumindo a escola. É uma ótima diretora - Ele se senta na cadeira após receber a autorização - Precisamos conversar sobre a investigação.

- Acharam algo? - Morticia olha para o fogo da lareira de forma incessante.

- Achamos um fio de cabelo, da cor preta, e bem longo.

- O que está insinuando?

- Nada. Mas esse cabelo não estava lá antes. Estamos fazendo um teste de DNA para ter certeza do que certeza. Sua filha anda muito fora de casa?

- Wednesday é impossível de ser parada. Mesmo que eu faça de tudo ela vai continuar a investigar. Se eu fosse você, deixava ela participar. Ela é a vítima eram bem próximos, tenho certeza que iria amar ajudar.

- Eu posso pensar nisso... - O Xerife se levanta - Bom, por enquanto, é apenas isso. Tem algo para relatar, senhora?

- Nenhuma ocorrência.

- Então, acho que é minha deixa. Obrigado pela compreensão... Ah, ia me esquecendo. Você tem algum suspeito em mente?

A mulher inclina levemente a cabeça e olha nos olhos do homem.

- Nenhuma ocorrência.

13:55

- Não consigo fazer essas tarefas... - Reclama Enid. Sua parceira, já acostumada com essa situação, sublinha no texto todas as respostas com uma expressão gélida - Quem você acha que vai ser dessa vez?

- Com Yoko solta, qualquer um.

- E quando ela estiver presa?

O silêncio toma conta das duas. A de cabelos escuros olha para o quadro e volta a copiar suas anotações, com o traço que gradualmente fica garranchudo e alto, rasgando a folha.

- É questão de tempo para se soltar.

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Como poderia saber? Era imprevisível tamanha coisa. Como descobriria?

Tyler Galpin indaga mentalmente sobre tudo que se passou no último ano. Observa o teto, o gélido teto. Jericoh é gélida. Gélida Jericoh.
No fundo já sabia, seu corpo já sabia. Preso naquela camisa de força, seus músculos relaxam.
Ele reflete sobre mais além do último ano, pensa sobre sua vida. Sua mãe, onde ela está? Como ela se sentiria? Um lágrima corre.