Encontro

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— Deve ser bom estar noiva da chefe ― disse Felicia, uma das recepcionistas, quando Caitlyn voltou ao escritório mais tarde naquele dia.

Violet lhe dissera para tirar duas horas de almoço e ela assim o fez, precisando do tempo longe dela para tentar espairecer sua mente confusa.

Engolira um sanduíche de queijo e depois vagou pelas lojas do shopping. Toda vez que pensava em Violet, seu corpo doía de desejo. E frustração. Não entendia o que estava acontecendo com ela.

Trabalhou para Violet durante quatorze meses sem que nenhuma das duas jamais tocasse a outra, ou sequer quisesse fazê-lo. Mas desde que ela a beijara parecia que não podiam ficar sozinhas por muito tempo sem se tocar. Sem se beijar. E querendo mais. Caitlyn se afundou em sua cadeira, sentindo todo o corpo inundado por uma combinação inquietante de tesão e vergonha. Não apenas respondera aos avanços de Violet, como também a encorajara.

O que iria acontecer agora? Perguntou-se.

Violet deixara claro que não era contra um pouquinho de sexo enquanto fingiam ser noivas. Ela lhe dera todas as razões do mundo para acreditar que também não era nem um pouco contra.

Os pensamentos deixaram-na bastante abalada. Aquele falso noivado tinha o potencial para espelhar todos os outros relacionamentos temporários de Violet ― relacionamentos limitados a sexo e a saídas sociais ocasionais por um tempo limitado. E enquanto para ela isso não tinha qualquer problema, para Cait as consequências seriam desastrosas. Caso se entregasse a seus impulsos e tivesse um verdadeiro caso com Violet Miller, como conseguiria continuar trabalhando para ela quando o relacionamento acabasse?

De que acabaria, Caitlyn não tinha a menor dúvida. Tivera quatorze meses para aprender que Violet não tinha a menor intenção de se comprometer, e se fosse tola o suficiente para tentar se convencer de que ela poderia abrir uma exceção, tudo o que tinha a fazer era revisar a cópia do contrato de noivado. Nunca estivera tão confusa em toda a sua vida. Pensava que se conhecia bem para saber que nunca poderia fazer amor com uma pessoa a menos que estivesse apaixonada por ela. No entanto, estivera prestes a pôr seus valores e seu juízo de lado para fazer amor com Violet naquela manhã.

Aquilo não era amor, era puro tesão!

Caitlyn suspirou alto e cobriu o rosto com as mãos. Estava sentindo um tesão louco por Violet Miller e ela estava mais do que disposta a satisfazer-lhe os desejos, pelo menos por enquanto.

E se ela estivesse disposta a seguir a filosofia de "é divertido enquanto dura" dela, poderiam ter um affair quente e de curto prazo. Se. Uma pequena palavra, mas um grande obstáculo. Se ela vivesse de acordo com a política de "é divertido enquanto dura", não teria permanecido virgem por vinte e quatro anos. Mas ali estava, provavelmente a virgem mais velha de todo o estado de Minnesota, que não era avessa a diversão, mas que também queria algo mais.

Queria um relacionamento duradouro. Caitlyn previu o que aconteceria caso se entregasse à atração sexual que sentia por Violet. Embora seus hormônios a deixassem pronta e disposta para transar com ela, sua cabeça faria com que se apaixonasse por Vi antes. E depois que fizessem amor, ela estaria na terrível condição de estar profundamente apaixonada por uma mulher que não a amava. Caitlyn sabia que era uma situação deprimentemente comum.

A seção de autoajuda nas livrarias tinha prateleiras e mais prateleiras de livros que tratavam de amor não correspondido e necessidades não satisfeitas. E ela seria um caso para um livro didático, porque quando Violet decidisse que a farsa do noivado tinha servido aos seus propósitos, acabaria com ela juntamente com o relacionamento sexual entre elas. Não importaria o que ela sentisse por Vi, teria que seguir adiante normalmente, trabalhando para ela.

Stand in BrideOnde histórias criam vida. Descubra agora