Capítulo 2 - Motivos para não ter confiança

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"Motivos para não ter confiança."

Após o estranho episódio ocorrido com o tal demônio, este mago não pôde deixar de se perguntar com que objetivo ele vinha. Por que não poderia aceitar uma comissão em Canterlot? Há realmente algo de valor tão grande assim no império dos humanos? Ponderou por muito tempo, tempo o suficiente para chegar na entrada de uma cidadezinha de aparência pobre.

E de fato, sequer havia pedágio para a entrada ou saída da cidade. Mesmo que as construções parecessem  velhas e tristes, os fregueses que por ali passavam transmitiam certa alegria.

Não vale a pena roubar nada aqui. - Proclamou mentalmente, o Maggi não fazia diferença entre pessoas humildes ou ricas, se tivessem algo de valor, aquilo provavelmente já não pertencia-lhes mais. De qualquer maneira, não era nenhum tipo de renomado cavalheiro que iria ajudar os pobres ou coisa parecida.

Achando a única salvação aparente daquele lugar, entrou em uma taverna e se sentou no balcão próximo ao dono do local, pedindo a melhor coisa que tivesse ali.

Claro, não era um cliente frequente para pedir algo que pudesse desfrutar sem preocupações, então apenas pediu o que aquele homem julgaria ser a melhor bebida do estabelecimento. Havia andado por muito tempo até chegar nesta cidadezinha, naquela altura, o sol já raiava alto no céu, precisa de um refresco.

Enquanto aguardava, conseguiu ouvir as conversas locais, mas apenas uma delas chamou mais a atenção do mago; se concentrou em ouvir o que estava sendo dito naquela mesa.

Três homens embebedados conversavam sobre um estranho de aparência chique na cidade "Estou te dizendo! Ele usava roupas caras e andava como um verdadeiro rico comparado a nós!", exclamou um homem barbudo e corpulento, que jamais tinha pensado na oportunidade de uma pessoa assim estar naquela cidade.

"Isso é história seu velho! O que alguém assim iria querer em Mynat? Aqui é só um vilarejo comum e pobre, não tem motivo para uma pessoa tão rica como você diz vir para cá!" - rebateu o outro, que desacreditava nas palavras de seu amigo.

A resposta seguinte foi a cereja no topo do bolo para Arius, "Não estou mentindo idiota! Ouvi parte da conversa dele com outro cara que estava na carruagem quando passei, vão oferecer um preço alto por algum trabalho nesses reinos grandes!" talvez fosse o destino pregando-lhe peças, mas no momento seguinte mais alguém adentrou a taverna. Por algum motivo, teve a impressão de familiaridade, mas não deu tanta atenção. A explicação poderia ser o fato da pessoa ter a exata descrição que o velho barbudo havia dito há questão de segundos atrás.

Trajes que apenas nobres de verdade conseguiriam obter com seu alto status, esse ladrão ignorante reconhecera a seda de lírio-vermelho assim que seus olhos foram vasculhar cuidadosamente quem havia entrado.

Seus olhos expressaram sua surpresa claramente. Os olhos de diferentes cores tremeluziram perante quem estava de pé logo ali! 

Que diabos estava acontecendo? Não deveria estar encontrando pessoas que tinham consciência de seu nome, principalmente os conhecidos do passado.

Pronunciou alguma ofensa inaudível antes de baixar a cabeça, numa tentativa de não ser notado. Coisa que, obviamente não funcionou, tendo em vista que o homem passou um braço por seu ombro assim que se sentou, justo ao seu lado...

Uma carranca clara havia se formado em seu rosto, tentou se afastar do sujeito, falhando miseravelmente "Quanto tempo se passou, Ari! Ninguém nunca mais teve uma notícia sequer sobre você, como passou?". Aquele sorriso descontraído era costumeiro de sempre o deixar tranquilo, coisa que estava longe da realidade naquele momento.

Ex-Mago do MagistradoOnde histórias criam vida. Descubra agora