Capítulo 3 - Fora do planejado

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"Fora do planejado."

Assim que as escadas do navio foram jogadas sobre o píer, o mago desembarcou em meio aos trabalhadores, que descarregavam as mercadorias com tamanha maestria. Em suma, Canterlot era um reino visivelmente próspero, sendo situado próximo as grutas de íris, era fácil obter grandes lucros exportando os minérios das grutas para outros reinos.

Não apenas isso, mas a localização de Canterlot era repleta de "pontos". Os pontos nada mais eram do que um termo para se referir a locais que possuem alguma renda de lucro quanto aos produtos mágicos. Esse era um dos reinos mais prósperos do norte, perdendo apenas para Margianni quando se tratava de riquezas, fazia sentido no final das contas, ter seu território logo acima de um ponto tão cobiçado definitivamente atrairia um alto rendimento. O rapaz encarou toda aquela arquitetura exagerada da capital, as vezes humanos podiam ser bastante gananciosos... A atenção de Arius logo foi direcionada ao castelo, seus olhos se cerraram numa tentativa de ver mais da estrutura, coisa que não deu tão certo devido as construções da própria capital ocuparem muito de sua vista.

Planejava analisar as possíveis entradas para o castelo de longe, mas realmente foi um problema ter tantas arquiteturas atrapalhando sua vista, não teve escolha, iria ter que se aventurar um pouco mais para analisar a situação em que Cedric havia o metido. O lado bom é que iria ganhar um bom dinheiro em troca desse serviço problemático.

Sem mais opções, conseguiu se esgueirar para os fundos de um estabelecimento desconhecido. Usou alguns barris como apoio e subiu no telhado, se abaixando para não ser visto. Tirou um livro de sua bolsa, o mesmo estava repleto de rabiscos que usava para planejar seus esquemas. Traçou com um lápis qualquer um desenho que, em teoria, deveria representar aquele castelo... Não era uma arte elaborada ou qualquer coisa do tipo, servia apenas para indicar as entradas que poderia usar para entrar sem ser visto no lugar em questão.

Analisou por alguns segundos, diversas das janelas que considerou usar para invadir tinham pessoas passando frequentemente, exceto por uma, que parecia bastante esquecida. Mesmo que estivesse longe, não era difícil notar a clara diferença entre aquela janela e as outras, estava empoeirada. Se perguntou o motivo dos servos do próprio castelo negligenciarem o cômodo daquela janela, não fazia sentido...

De repente, o ladrão teve uma pequena luz se acendendo em sua mente. Talvez aquilo não fosse descuido por parte dos empregados, o caso poderia ser que eles simplesmente não tinham autorização para entrar ali.

Isso sim era coerente. Afinal, Arius já conviveu junto da realeza, estava mais que ciente de que qualquer descuido quanto a limpeza não seria algo tolerado. A realeza... não é algo que qualquer pessoa consiga lidar, isso é inegável.

De qualquer maneira, aquela era a brecha necessária. Seu trabalho era ainda mais fácil por ter um cômodo "abandonado". Embora, aquilo com certeza era incomum. Como haveria um espaço isolado no castelo de Canterlot? Não iria baixar a guarda em momento algum.

Já tinha tudo planejado, agora o que tinha de fazer era esperar o sol se pôr. Digamos que, a probabilidade de seu pequeno roubo não dar errado a noite eram menores. Esse mago com certeza tinha confiança em suas habilidades, mas não deveria deixar a ignorância tomar conta de si e estragar tudo.

Mas, em parte... quando não estava roubando nada, gostava de se sentar e assistir ao pôr-do-sol. A mistura de cores no céu eram interessantes de se observar, lembrava-o de quando tentou reproduzir aqueles tons em uma lição da Academia de Elgar, funcionou e tirou uma boa nota, mas ainda sim queria chegar mais longe do que apenas fazer réplicas que não serviriam de nada.

Ex-Mago do MagistradoOnde histórias criam vida. Descubra agora