Ex-Mago do Magistrado

Capítulo 4 - O cair de um mago.

"O cair de um mago."

Arius lentamente retornou à consciência, mas o espaço em sua volta há muito tinha mudado, estava deitado em uma cama em um quarto desconhecido. Algo que chamou a atenção do mago foi o vaso com flores sobre a escrivaninha ao lado da janela, o homem franziu as sobrancelhas e processou o que havia ocorrido desde que desmaiou, realmente tinha sido... sequestrado?

Não só isso, mas o homem, ou melhor, demônio que o raptou aparentemente tinha tirado algum tempo para vasculhar as coisas de Arius. Sua bolsa com costura cuidadosa estava em cima da mesa, com suas coisas esparramadas logo ali.

Ele deveria dar o fora dali o quanto antes, então guardou suas coisas novamente e passou a alça da bolsa pelo pescoço. Analisou se a altura da janela era muita alta para que pudesse pular; qualquer um que convivesse com esse ladrão perceberia que frequentemente o sujeito estava saltando de alturas perigosamente altas.

Como um infortúnio, parece que quem o sequestrou sabia exatamente desse hábito ruim, estava em uma construção alta, extremamente familiar... Arius iria pensar em outra saída, mas uma bandeira vermelha chamou sua atenção. Aquela era a bandeira do Império de Elgar! Mas, de todos os lugares, por que logo esse?! O homem franziu o cenho enquanto observava a paisagem além da janela, o lugar havia mudado muito desde que Arius foi embora...

Não deveria estar ali, então não iria ficar ali, era simples. O mago abriu a janela, tentando pensar em uma solução para tudo aquilo, não entendia o motivo de ter sido trago justamente para sua terra natal. Em sua mente, aquilo simplesmente não fazia sentido.

Estava perdido em pensamentos quando a porta foi aberta e diversas pessoas entraram, algumas figuras familiares estavam ali no meio, inclusive Cedric! Aquela situação definitivamente era esquisita, tudo começou com aquela comissão repentina, seguida por aquele cenário aterrorizante no palácio de Canterlot, o reencontro com aquele demônio que não se lembrava o nome, e o momento atual... Cedric tinha um sorriso nervoso no rosto enquanto os outros o encaravam com um olhar de repreensão, o loiro tinha se envolvido em confusão, aparentemente.

Arius tinha uma expressão confusa no rosto, seu olhar fuzilava Cedric como se estivesse exigindo uma explicação para o que estava acontecendo. Como se parte de suas dúvidas fossem respondidas, uma mulher de pele oliva passou pela porta, o cabelo cheio e encaracolado preso em um penteado complexo, usando uma coroa simples com um rubi incrustado como adorno. A donzela trajava um vestido carmesim repleto de bordados e rendas, o mago definitivamente não esperava rever a princesa do reino de Elgar, nem mesmo em centenas de anos.

O ar de realeza que ela emitia era surpreendente, mesmo os vilarejos menores espalhados pelo reino conheciam sua princesa. Mas a história de Arius Konvhoum e uma das figuras mais adoradas do Império, princesa Diana Midgard, era um tanto complicada.

O aperto do mago na alça de sua bolsa aumentou, era impossível se livrar dessa situação agora. A princesa tinha uma expressão um pouco entristecida ao olhar para Arius, mas logo foi substituída por uma uma de rigidez ao redirecionar sua atenção para Cedric, a voz doce e firme soou na sala silenciosa:

"Achei que estivesse sendo clara em dizer para não precipitar as coisas, Cedric."

O louro engoliu em seco, sua voz vacilando levemente "... Eu sei que esse não foi o plano, mas ele nunca iria aceitar nos ajudar se não visse o que estava acontecendo com os próprios olhos!". O ladrão bufou ao ouvir aquilo, seus olhos rolando nas órbitas inconscientemente:

"E o que garante a você que eu vou ajudar? Na verdade, quem em sã consciência iria ajudar depois de ver aquilo?". Ele realmente tinha um ponto, mas mesmo assim, aquela parecia uma fala arrogante na vista dos outros que estavam no quarto. Obviamente, Cedric ganhou mais uma variedade de olhares furiosos. Uma mulher usando um uniforme militar deu um passo a frente e parou apenas alguns centímetros atrás de Diana, a voz firme e rígida de alguém que se acostumou a sempre estar no comando das coisas: