Capítulo 5: Aguente

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Raiva se deita imóvel em sua cama enquanto olha no que poderia ser o teto, sentindo sua cabeça inundar com os pensamentos dos eventos de hoje. Seu olhar movia vagamente para todos os cantos que ele podia ver, que honestamente, não tinha nada tão interessante para concentrar o olhar a não ser a janela, o saco de pancadas suspenso na parede, o extintor montado no teto e a misteriosa cabeça de cabelos compridos na escuridão pendurada de cabeça para baixo enquanto olhava diretamente para ele.

... Espera-

Raiva, assustado, levemente pulou de sua cama até que sua visão se ajustou ao escuro para perceber que era na verdade ê Empatia, o que faz ele suspirar.

- Nossa, Empatia. Quer me matar do coração? - ele sussurrou.

- Desculpa, eu não quis te assustar!" Empatia riu, sua voz com o mesmo volume que a dele: - Eu só queria perguntar se você tava bem, já que ainda tá acordado.

- É, pois é. Tô tendo uma noite difícil.

- Quer que eu desço aí pra gente conversar?

Raiva pensou um pouco antes de balançar a cabeça com um sim, se sentando na sua cama enquanto Empatia descia do lado de cima da beliche para se sentar ao seu lado. Elu então permitiu que ele falasse.

Hoje foi... Difícil. Nem mesmo alguns minutos na nova escola e tantos problemas já estavam acontecendo. Bem, não muitos, mas foi o suficiente para causar um desastre. A Alegria e a Tristeza não estão mais na Sala de Comando, Riley brigou com os pais e, ainda por cima, a Ilha da Bobeira desmoronou.

- Eu odeio ter que admitir isso, mas... Eu tenho medo do que pode acontecer amanhã. Assim, pelo que eu sei, a gente poderia perder um amigo ou algo assim!

- É, nós nunca sabemos o que acontece amanhã. Mas infelizmente não dá pra evitar, ou prever, então é só... esperar e ver.

Ele assentiu e Empatia ajustou sua posição enquanto os dois contam as estrelas de mentira no teto em silêncio. Não era estranho, entretanto. Era mais... Reconfortante, no mínimo.

Raiva então bateu o dedo na perna enquanto pensava no que dizer agora. Ele não era tão bom com palavras como ê Empatia, mas tudo que ele pôde pensar no momento que poderia ajudar era: "Se eu fosse Empatia, o que eu diria?"

Então após uma leve hesitação, ele se vira para Empatia e pergunta:

- Como você se sente?

Elu estava surprese ao ouvir essa pergunta vindo dele. Elu ficou em silêncio por um tempo, pensando em como responder a sua pergunta. Sua cabeça inundou com centenas de coisas que poderia ou não dizer. Porém, sua única resposta era:

- Eu... Não sei.

Raiva balançou a cabeça, compreensivo. Ele não ia forçar Empatia a falar sobre isso se Elu não tem certeza do que está sentindo. Mas algo sobre o seu tom o diz que definitivamente não era um sentimento bom. Pensando nisso, ele desviou o olhar, lentamente levantou o seu braço para fingir se espreguiçar, e o colocou em volta do ombro dê Empatia, puxando-o para perto do seu lado.

- Bom, seja lá o que for... - ele pausou, procurando as palavras certas para se dizer: - Eu... Tô aqui.

Empatia não pôde deixar de sorrir para seu gesto. Elu também sabia que ele não era bom em apoio emocional, mas apenas sua atitude lhe mostrou que... Ele estava tentando. E isso era reconfortante o suficiente para elu.

Elu se inclinou para descansar a cabeça na dele, o que o fez corar mais uma vez. Raiva, após uma leve hesitação, colocou sua mão na cabeça delu, passando os dedos pelos seus cabelos. E Empatia não se afastou em repulsa nem por um segundo.

Empatia (1º livro)Onde histórias criam vida. Descubra agora