Arco íris

𝕋𝕣𝕚𝕟𝕥𝕒 𝕖 𝕥𝕣𝕖̂𝕤

-  Você tem que segurar ela mãezinha-a médica fala com a seringa na mão
-  Não tenho força pra isso-eu respondo
- Deixa que eu seguro-eu me levanto, ela se senta no meu lugar e abraça a Maitê, deixando o braço dela exposto
- Pronto, falta só mais uma
Confesso que nessas horas da vontade de chorar, e eu já tô emotiva, então uma coisa embala na outra, ver minha filha chorando é uma pedrada no coração pra mim
- Agora vai ser na perna né?-Brenda pergunta
- Sim-ela pega outra seringa e se aproxima, assim que ela enfia a agulha na perninha dela, ela começa a chorar
- Pronto-ela coloca um algodão em cima do furinho e pede pra Brenda segurar ali encima
- Como você sabe, pode dar algum tipo de reação, como febre, dores etc
- Ok-eu guardo a carteirinha de vacina dela e saio com ela de lá
- Chora não cara-a Brenda fala pra ela
- Dodói-ela fala chorando
- Vamos pra casa descansar e comer
- Quer pedir algo não?
- Pedir comida?
- É
- Você que sabe
- Vamos pedir então, não gosto de você com esse barrigão em beira de fogão não
- Barrigão mesmo-eu passo a mão na minha barriga
- Tô zerada de fome
- Também, não tomou café
- Nós estávamos atrasadas
- Verdade-eu entro em casa
- Vou dar banho nela, escolhe aí o que a gente vai comer
- No Ifood ou na pensão?
- Tanto faz
- Ok-ela entra e eu começo escolher algo no Ifood, peço nossas comidas e vou para o quarto me trocar
- Pediu já?
- Sim-eu coloco um blusão dela e uma cueca dela também, porque todos os shorts que eu tinha de botão não cabem mais em mim, triste realidade, eu volto pra sala e começo a organizar a bagunça de ontem que era mais brinquedos e almofadas no chão
- Banho tomado-ela põe a Maitê no sofá e ela se deita
- Quer assistir pintadinha?
- Não! Pelo amor de deus, assiste outra coisa-a brenda fala e eu começo a rir
- Quelo cocoioco
- Você que manda-eu coloco cocoricó pra ela e fico lá assistindo junto até o rango chegar
- Deixa que eu vou-ela pega o cartão e sai de casa
- Não demora que eu tô com fome-eu levo a tête pra cozinha e já coloco ela sentadinha
- Posso comer a feijoada e você a bisteca?
- Sim, pedia feijoada pra ti mesmo-ela coloca tudo no prato e joga as embalagens fora

...

- Gotoso-a tête fala mastigando
- Gostoso né?-eu como um pouco e volto a dar pra ela-come sozinha
- Feijoada tá boa, pena que veio pouco-ela fala tomando a coca dela
- Já acabou?
- Sim
- Que isso gente
- Posso demorar muito não
- Credo-eu termino de comer aos poucos e depois lavo tudo e seco tudo
- Vamos assistir um filme?
- Não, tô afim não
- Quer fazer o que?
- Ficar de love-eu dou um selinho nela
- Esse love não vai dar certo-ela fala com malícia
- Vai sim, bora pro quarto-ela pega a Maitê que dormia no sofá e leva ela para o quartinho dela
- Aqui tá gelado-eu me deito na cama e ela vem por cima
- Quando a gente saiu, você esqueceu de desligar o ar
- Ah, tá-eu ligo a tv e deixo em um programa qualquer
- Oi Levi-ela.cutuca um lado da minha barriga-oi Davi-ela cutuca o outro lado e eles chutam-a mãe faz milhafre
- Para de ser bobona-eu acaricio minha barriga que estava de fora
- Cara, para de usar minhas cuecas
- Não posso
- Por quê?
- Porque é confortável
- Confortável é pra mim
- Pra min também
- Usa suas calcinhas, calcinha não, pedaço de pano, porque aquilo fica tudo enfiado na bunda
- As pessoas gostam
- Vai nessa-ela fala seria e eu começo a rir
- Quando é eu que brinco, quer logo me agredir
- Mentira
- Verdade, todos estão de prova
- Amor, vamos fazer uma brincadeira, você tem que responder as perguntas que eu te fizer
- Tá
- Sabe quem é a Anitta né?
- Sim
- Ficaria com ela?
- Não
- Por quê?
- Porque eu sou casada
- E se você não fosse
- Ficaria
- Sério?
- Sim ué-eu fecho minha cara e ela começa a rir
- Que foi porra?
- Da licença
- Aí, por isso que eu não gosto de brincar com você, você joga sujo
- Não fala comigo
- Maluca-eu começo a bater nela-aí porra
- Idiota, não me chama de maluca
- Ok, doida-ela fala rindo
- Depois reclama que apanha
- Claro, você exagera
- Mentira, sai daqui-eu me viro e ela me abraça por trás
- Doidona, te amo
- Também me amo-ela ri e fica naquela posição até cair no sono

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