Termino...

1.4K 169 135
                                    







Música tema: I Miss You I'm Sorry (Slower)
Artista: Gracie Abrams.










PVO Lady Sam.












6 meses depois.




























Faz quase 6 meses que estou nos Estados Unidos cuidando da saúde do meu pai, minha família se reuniu mas como só sou eu, Song e nossa avó ficarmos as três em uma casa que a senhora alugou por um tempo, era mais uma mansão. Tenho tentado me adaptar a minha nova condição, a escola é algo que só consegui completar em casa por aulas particulares que minha avó pagou professores e conseguiu conversar com o conselho estudantil, tenho estudado na biblioteca da casa com Song durante três horas por dia o que já era o bastante pra mim, o clima era de frio me deixando ainda mais incomodada. Nunca havia presenciado um clima tão gelado quanto esse, me incomoda, eu odeio tudo aqui, das pessoas as coisas que vejo pela rua quando andamos em família... Estou passando dias ruins.

Quando cheguei a 6 meses atrás não conseguindo dormi a viagem toda mas acabei apagando por não aguentar tanto tempo de sono, pousando no solo liguei para Mon avisando que havia chegado, já era noite mesmo que o som estivesse no céu as coisas eram bem diferente agora. Apenas conversamos durante meu trajeto ao hospital com Song e nossa avó não querendo desligar mas precisei, tive que me despedi de Mon querendo que ela estivesse comigo mas não poderia. Primeiro que seus pais nunca permitiriam que viajasse comigo dessa forma e segunda que eu não saberia dar atenção que merece com tanta preocupação na minha cabeça, mas confesso que ela seria um apoio melhor do que estou sendo a mim mesma. Olhei o hospital enorme um dos melhores vendo as notas de notícias que não revelavam nada, comecei a andar entrando naquele local passando pelos fotógrafos com a ajuda dos seguranças do hospital, meu pai era um homem conhecido e provavelmente nossa chegada era esperada.

Seu quadro não era nada bom, infelizmente durante a cirurgia houve uma complicação que ainda não entendi como aconteceu, só sei que meu pai entrou em um estado de coma vegetativo um dos piores que poderiam existir, não sabíamos quando ele iria acordar nem se um dia acordaria. Não conseguimos falar com ele depois da cirurgia e fiquei me segurando para não chorar vendo Song desesperada nos braços da nossa avó, apenas me sentei em uma das poltronas da sala de espera olhando minhas mãos tremendo, eu estava em estado de choque mas não queria chorar na frente de ninguém o tanto que me segurei só Deus sabe. Não sabia lidar com esse tipo de situação mas precisava ser forte para o pior. Minha avó não iria desligar as máquinas que o ajudavam a manter vivo, nem eu iria permitir se estivesse em seu lugar, ainda tenho esperanças que meu pai acordo em breve mas não sei quando isso vai acontecer, por essa razão estamos morando temporariamente no país.

A cirurgia acabou e podíamos ver nosso pai no quarto em que ficaria, quando entramos minha avó passava os dedos no cabelo do seu filho enquanto ficava do outro lado da cama encarando sem acreditar no que estava acontecendo. Song pegou na mão do homem e me incentivou a fazer isso mas de repente a memória da minha mãe rodeou a minha cabeça, recuei a mão rapidamente alegando não está pronta pra isso e elas pareciam me entender. Soltei um suspiro vendo minha irmã cansada e nossa avó também, apenas disse que ficaria até a noite com nosso pai enquanto isso as duas foram para a casa descansar pois minha avó é uma senhora de idade e precisava de companhia. Depois de alguns minutos fiquei sozinha naquele quarto me sentando na poltrona ao lado da sua cama encarando meu pai por vários momentos.

Pensei no que Mon havia me dito antes de viajar de como deveria deixar o passado no passado mas ainda sim precisava ser muito forte para fazer isso, era quase uma piada meu pai está internado por uma doença que foi a causa da morte da minha mãe, era muita ironia para ser tudo verdade. Todas as vezes que meu pai tentava se aproximar de mim entregando presentes ou tentando saber sobre meu dia, por mensagem ou pessoalmente me deixa pensativa, ele se esforçava para parecer uma pessoa boa mas não conseguia deixar o passado no passado naquela época. Os presentes que joguei no lixo, as ligações que ignorei em dias importantes como meu aniversário, ele nunca esqueceu um aniversário apesar de tudo, não sei o que pensar muito menos como agir nesse tipo de situação. Mesmo que seja um motivo racional para se odiar um pai, ele ainda era meu pai... Eu nunca soube por que o jornal da escola fez uma retratação para falar sobre minha relação com Mon mas Song me revelou durante a viagem, foi nosso pai que fez aquilo... Ele soube da história e percebeu o quanto Mon é importante na minha vida, praticamente convenceu o diretor a fazerem os alunos pararem de falar sobre isso com a notícia, agora faz sentido... Naquele dia segurei na mão do meu pai pela primeira vez fechando meus olhos conseguindo perdoar e esquecer tudo aquilo.

Rubber Of Love [SamMon MonSam]Onde histórias criam vida. Descubra agora