Sete Anos.

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Bom dia/ Boa tarde/ Boa noite/ Boa madrugada.

Volteiiiiiiiiii !

Boa leituraaaaaaaa!

Byeeeeeeeeeeeee!

( Ps : A história vai alternar muito no início entre passado e presente, afinal é necessário entender a história da Pandora para que quando o momento do clímax chegar ninguém fique confuso, sem contar que é necessário entender como tudo chegou ao momento atual, então aproveitem, porque esse livro será maior e as batalhas aqui serão mais intensas. )

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É extraordinário como o tempo parece ter passado rápido desde que Pandora foi deixada em minha porta, mal posso acreditar que aquela garotinha que peguei em meus braços com todo cuidado possível fez sete anos, mas o mais incrível é o quão talentosa, inteligente e possuidora de um intelecto peculiar para uma criança ela é. Olho para a garotinha treinando para aprimorar seu controle de magia como nas últimas semanas, sua aparência angelical e seu olhar maduro para uma criança de tal idade me faz acreditar que tenha sido mesmo o destino ela ter sido deixada em minha porta, seu talento natural e acima da média me faz crer que ela possa ser uma híbrida ou algo além disso, sua capacidade de se adaptar aos treinos que tenho lhe passado desde os cinco anos é algo absurdo e essa magia imensa dentro dela esconde uma áurea tenebrosa.

Essa áurea que me assusta quando ela se sobressai em certos momentos.

Tenho pensado na possibilidade de haver algo dentro dela.

No entanto, não consigo sequer pensar na possibilidade de alguém ter selado algo horrível dentro de uma criança, essa possibilidade me enoja, mas o colar que estava no fundo da caixa me faz crer que talvez eu esteja certa, afinal, notei uma mudança em sua áurea quando ela não está com ele, aparentemente o colar parece esconder sua presença, no entanto, sem ele, a sua presença se torna ameaçadora, tão ameaçadora que recentemente tivemos alguns problemas com a tríade, o primeiro dele foi há quatro anos e eu não acredito que o mais recente tenha sido o último, afinal, a maneira como aquele homem encarou o colar e a marca acima do peito esquerdo de Pandora e a chamou de " demônio de Jersey " me fez entender que há algo grande em torno dela e que em breve talvez tenhamos que nos mudar novamente, porque deixar Mount Holly provavelmente não foi o suficiente.

As coisas provavelmente vão ficar ainda mais turbulentas para nós, a medida em que minha caixinha de esperança for crescendo.

No entanto, eu estarei ao seu lado o tempo todo, eu irei protegê-la de tudo e de todos até o último dia da minha vida.

Porque agora eu tenho um propósito de verdade para viver, não há mais nada importante para mim além de ver a Pandora crescer bem, antes de encontrá-la não havia mais nada que eu não quisesse além de vingança, não havia nada mais importante para mim que não fosse aguardar ansiosamente pela ruína da família Blackwood, porém, eu encontrei, o destino a trouxe até e agora somos uma família, mãe e filha, eu não pensei que poderia fazer algo assim, mas espero estar me saindo bem e espero que possamos ser para sempre assim. Suspiro vendo a minha garotinha se aproximar com uma expressão confusa, sua sobrancelha direita está levemente arqueada, a testa franzida e há um sorriso de canto se formando em seus lábios, enquanto ela olha para o lado, tais gestos a deixam fofa e eu não consigo evitar de apertar suas bochechas quando ela para de frente para mim e sorrir.

- Mamãe, eu consegui fazer quatro círculos mágicos de uma só vez sem perder o controle, olha! - exclama animada e em seguida se afasta.

A observo com atenção, aguardando que ela recite os feitiços como eu a ensinei, no entanto ela apenas sorrir e em seguida olha de canto para a parede ao lado e eu acompanho seu olhar, ao fazer isso me surpreendo com o círculo enoquiano sendo desenhado por uma força invisível na parede, olho para Pandora que sorrir e faz um gesto para que eu olhe para a parede atrás de mim e eu o faço, vejo outro círculo se formando e ao tornar a olhar para minha filha, vejo outro círculo se formando na parede atrás dela e em seguida outro na parede do ou lado da sala.

- Incrível! - exclamo sorrindo para ela que retribui com uma expressão orgulhosa. - Você é muito talentosa minha caixinha de esperança. - completo e ela se joga em meus braços e eu a pego, a colocando em meu colo em seguida.

- Eu quero ser tão boa quanto você, mamãe. - diz com uma expressão divertida e em seguida pega algo no bolso de seu short.

Com a mão fechada, ela a estende pra mim e em seguida faz um gesto indicando que eu a toque, então sem enrolação eu toco sua mão e ela a abre, vejo uma das folhas do seu caderno de desenho toda dobrada e a pego em silêncio, quando a desdobro totalmente, vejo o desenho de uma orquídea, uma orquídea familiar para mim, no entanto não consigo me lembrar onde já a vi antes, olho para Pandora que sorrir com uma expressão divertida e em seguida olha para a folha entre meus dedos e então o desenho começa a brilhar num tom rosa neon, o desenho da orquídea que lembra o formato de um coração começa a se mover como se a mesma tivesse prestes a desabrochar e segundos depois posso ver suas pétalas reluzentes. Sorrio encantada com a maneira criativa de Pandora usar sua magia, enquanto me pergunto onde ela poderia ter visto a orquídea e onde é que eu mesma já a vi antes.

- Gostou? - pergunta Pandora com expectativa e eu a olho de imediato.

- Eu amei, mas onde você viu essa orquídea meu amor? - pergunto e ela faz uma careta travessa e eu sei que em seguida ela irá fingir pensar sobre isso. Esse é um gesto típico dela, minha garotinha sempre faz essa careta travessa quando pretende falar alguma bobagem ou ser sarcástica.

- Eu vi isso na terra do nunca quando viajei para lá ontem a noite com o Peter Pan. - responde divertida me fazendo rir e em seguida aperto suas bochechas rosadas a vendo fazer uma careta em resposta. - Eu sonhei que eu estava em um campo dessas orquídeas com uma menina e um menino e a gente se divertia muito quando elas brilhavam. - diz com uma expressão nostálgica ao lembrar do sonho e eu faço uma careta curiosa, a observando com atenção. - Eu tive a sensação de que os conhecia mamãe e que eles deviam está comigo agora, que devíamos estar juntos. - completa com um tom confuso, me olhando nos olhos.

- É a primeira vez que você sonha com essa orquídea e essas crianças? - pergunto e ela assente. - Eu posso dá uma olhada? - pergunto e ela assente pegando minha mão, a unindo a sua.

- Pode olhar mamãe. - responde sorrindo e em seguida encosta sua testa na minha, sorrio e então me concentro em olhar suas memórias.

A memória do sonho ainda está nítida em sua mente, o que facilita meu acesso ao seu subconsciente, no entanto, tenho a sensação de que devo ir mais além, então tento ir mais longe, navegando entre seu subconsciente, vendo suas memórias mais recentes e as que mais lhe marcaram durante seus primeiros anos de vida, noto que há algo mais afundo, uma espécie de bloqueio, tento alcança-lo, mas de repente sou jogada para fora da sua mente, não sinto o calor da testa de Pandora sobre a minha e então abro os olhos, paraliso ao ver seus olhos azuis tomados pela escuridão, a marca do demônio de Jersey acima de seu peito parece reagir a energia concentrada em seu colar transbordando para conter a áurea tenebrosa emanando dela.

- Filha? - chamo por ela que pisca os olhos várias e várias vezes, antes do tom escuro sumir dando lugar as esferas azuis outra vez.

- Sim, mamãe? - questiona confusa com um sorriso de canto e eu a abraço.

- Nada meu amor, eu só... - não consigo encontrar palavras para descrever a sensação ruim em meu peito ao vê-la daquela maneira. - Eu só te amo muito minha caixinha de esperança. - completo e ela ri.

- Eu também te amo mamãe. - diz divertida e eu sorrio.

A abraço com força, ouvindo sua risada abafada contra meu peito e em seguida suspiro aliviada, no entanto minha cabeça está cheia de perguntas sobre o que aconteceu, sobre a tríade vindo atrás da Pandora, a orquídea, seu sonho, a maneira como ela foi chamada de " demônio de Jersey ", o demônio da lenda de como surgiram os seres sobrenaturais, tudo isso tem ligação e eu preciso descobrir o que tudo isso significa pelo bem da Pandora, pelo bem da nossa família.

________________ Continua _________________

( Ps : No próximo capitulo voltaremos ao tempo atual da história. )

The Rise Of The Jersey Devil. Onde histórias criam vida. Descubra agora