CAPÍTULO 5 ⸺ INCERTEZA

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— Cuidado, Lua! — Noora gritou lançando sobre os monstros suas heras venenosas — Foi por pouco! Vá salvar os outros, eu dou cobertura.

— Ok! — e Lua voou para fora da arena.

Os monstros tinham aproximadamente dois metros, portanto, eram pequenos, mas eram ferozes e tinham vários dentes como o de um tubarão, e eles se pareciam com ouriços. As criaturas não tinham olhos, eram da cor da ferrugem e tinham uma boca bem grande que devoravam o que viesse em sua frente. Noora foi lutando contra eles sozinha, enquanto Lua não encontrou ninguém lá fora, mas assistia uma multidão deles entrando por trás da arena. Ela pensava no que iria fazer, se eles estavam por outro lado da cidade atacando alguém, se alguma pessoa saiu sem se ferir — e agora não estava mais vendo ninguém.

E Lua usou seu cetro para localizar a visão geral da cidade, apresentando um mapa em sua frente. Parecia que toda a área da cidade estava limpa, exceto o Bosque da Cidreira, que era da onde vem os monstros que Lua avistou antes mesmo de abrir o mapa. Agora ela sabia bem o que fazer.

— A guardiã ordena que todos estes monstros voltem pro portal da onde vieram — e apontou seu cetro contra os monstros fazendo-os ficarem estáticos.

Alguns segundos após usar seu poder, foi como se eles tivessem voltado no tempo. Foi como colocar a câmera para voltar ao estar vendo um filme. Todos davam passos para a direção contrária da onde iam de antemão. Eles deram passos para trás até sumir junto com o portal, que Lua selou com seu cetro.

— Fechar portal! — ela ordenou, e assim ocorreu.

Ela suspirou de alívio, e Noora voou até ela logo após.

— Bom trabalho — sorriu.

— Foi você quem me deu cobertura, eu só mandei eles de volta — e riu coçando a cabeça.

As duas olharam e viram alguém se aproximando novamente. Pareciam batidas de asas e ambas viraram as costas uma para a outra, voando e observando tudo em sua volta.

— Outro inimigo? — Noora perguntou.

— Eu não sei, mas fique atenta.

As batidas foram se aproximando cada vez mais e elas sentiam a aura, mas não conseguiam identificar quem era. E então surgiu do bosque uma moça com cabelos prateados e mais curtos que o cabelo de Beckett, olhos acinzentados e armadura preta que possuía asas assim como elas.

— Oi, tudo bem com vocês?

— Era você?! — Noora e Lua disseram juntas.

— Sim, eu mesma, Arabella, da mesma banda que vocês ouviram tocar — piscou de um olho.

— O que você estava pensando? Poderíamos ter te matado!

— Com essa migalha de energia que lhe restou? — e riu debochadamente da cara da guardiã.

— Como se atreve... — Noora se irritou.

Aquilo era mais comum do que o normal, pois os guardiões da terra sempre foram, por muitos anos, considerados mestres em manter o equilíbrio, o domínio próprio e a paciência como virtudes fundamentais. Com seus pés no chão, como as raízes das árvores, sempre tomavam suas decisões e reagiam de maneira racional. Mas até mesmo estas criaturas têm seus pontos fracos.

— Ei, calma aí... — mostrou a palma das mãos para Noora, gesticulando que estava na defensiva — foi só uma brincadeira — ela sorriu.

— Mas... Arabella, não é? — perguntou Lua.

— Sim.

— O que estava fazendo esse tempo todo?

— Bom, eu estava tentando me certificar de que ninguém se ferisse, então guiei todos os meus fãs enquanto vocês estavam lá dentro lutando contra os monstros, sendo assim, me transformei em um anjo que sou e os protegi. Mesmo não sendo uma guardiã, fiz esse favorzinho para vocês — e piscou novamente, como de costume.

O Adormecer do AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora