Capítulo 06

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Quando meu pai me disse sobre o casamento fiquei muito bravo, nossa família sempre foi unida e compreensiva, meus pais nunca nos obrigaram a fazer algo que não quiséssemos, meu pai não foi do tipo que queria que eu me tornasse alguém como ele, se eu dissesse que seria médico ninguém me impediria, ficariam felizes, por isso quando meu pai quis que me casasse por contrato, eu não acreditei, mas depois de uma longa conversa eu tinha entendido, não queriam que eu assumisse a presidência sem estar casado, minha fama não era das melhores, nunca desrespeitei uma mulher, porém sou solteiro e fico com quem eu quiser também.

O problema em si era que meu pai não estava 100% de saúde e precisava ficar um tempo se cuidando, porém como não me queriam na presidência ele teria que passar para o meu primo, que por mais que pareça ser responsável e já estar casado, ele iria falir a empresa em poucos meses, não confio nele, não confio em meu tio, e seu casamento claramente foi baseado em negócios. Meu pai não poderia ficar muito mais tempo na presidência, só mais alguns meses e teria que se afastar para se cuidar e eu não deixaria que a empresa que eu tanto amo e sonho desde que era criança cuidar fique nas mãos do meu primo.

Demorou um pouco para acostumar com a ideia, meu pai disse que já tinha alguém em mente, que além de ter um motivo a mais para querer participar de algo assim, ainda tinha uma filha bonita, que era responsável e que ajudaria a melhorar a minha imagem, sem contar que minha mãe amaria ela só pelo fato de ser filha de uma amiga falecida dela, ela queria ter sido mais próxima dela, mas as circunstâncias do passado não permitiram.

Quando vi suas fotos eu achei ela uma menina muito bonita e ao ver seu currículo observei seu instagram e ela sai algumas vezes, mas sócom seu irmão e amiga , nunca se envolvia em problemas e não aparecia nas mídias de forma negativa. Se ela aceitasse seria muito bom. Nosso primeiro encontro eu ainda não sabia sobre os problemas com meu primo e a empresa e acabei sendo grosso com ela, mas depois disso procurei meu pai e ele tinha me explicado tudo direito. Me arrependo um pouco como falei com ela no início, sei que errei, não sou uma pessoa ruim.

Passamos alguns períodos juntos e ela era uma boa companhia, ela não tinha ilusões de que seríamos um casal, ela entendia que era fingimento e não nutria ilusões o que tornou tudo mais fácil, muito do tempo que passamos no meu apartamento eu estava no escritório trabalhando e ela fazendo qualquer outra coisa, aliás ela come muita besteira, sempre tenho que deixar os armários cheios de besteiras, coisa que mal entrava na minha cozinha antes, mas tudo bem, somos pessoas totalmente diferentes e precisamos nos adaptar.

Nós já conversamos sobre alguns assuntos, os principais o resto durante nossa rotina a gente vai se ajeitando. Nos damos bem, não brigamos, sempre tentamos manter tudo bem claro, depois que eu entendi as circunstâncias para ela aceitar percebi que ela não era uma garota mimada que queria manter seu padrão de vida, ela era bem esforçada pra ter o seu, sem depender tanto do pai, depois percebi também que a vida dela não foi tão simples, e ela acabou precisando ser alguém que não era dependente de ninguém.

Hoje quando cheguei no local do casamento eu estava bem tenso, quase surtando, minha vida ia mudar e eu teria que mentir para as pessoas que mais amo, ela também está tendo que fazer isso, eu percebi o quando isso machuca ela também, ela sempre usa a desculpa de ficar em meu apartamento para passar menos tempo com o irmão e a amiga, acho que assim torna mais fácil esconder a mentira.

Quando a cerimônia começou eu só queria que acabasse, ela começou a entrar e ela estava deslumbrante, eu estava admirado com tamanha beleza, seus cabelos pareciam bagunçados, mas de um jeito que realçava a beleza dela, ela estava usando um vestido lindo, combinava bem com ela, ela estava chorando, seus olhos transmitiam tristeza talvez, mas seu sorriso era bem largo, ela estava se esforçando. Então o juiz disse._ Já pode beijar a noiva._ e nos beijamos, beijo bom, muito bom.

A festa continuou tranquila nós divertimos em alguns momentos com nossos amigos, o irmão dela é muito de boa, centrado, vai ser bem responsável com a empresa, mas é muito ciumento. Eu até o entendo tenho a Sophia e também sou ciumento com ela. Antes de irmos para o quarto a amiga de Luara meio que estava bêbada demais e acabou me dizendo pra ter cuidado com a amiga pois ela teria sua primeira vez. Queria dizer pra ela não se preocupar, pois não faríamos nada, mas fiquei em choque, ela nunca tinha ficado com ninguém, me surpreende pois ela parece muito bonita e cheia dos pretendentes, sem dúvida não foi por falta de oportunidade, sem julgamentos, só fiquei surpreso mesmo, é meio difícil encontrar alguém que tenha 24 anos e ainda seja virgem.

Depois disso fomos para o escritório, lá depois de pouco tempo o pai dela se transformou e deu um tapa na Luara, eu imaginava que ele ficaria bravo, mas não que chegaria ao ponto de bater nela, eu fiquei em choque em um primeiro momento, mas em seguida já fui defender pois ele queria bater nela novamente. Mesmo que seja filha dele, ela a partir de agora é minha esposa e não vou admitir que ela seja tratada dessa maneira em minha frente, tentei fazer com que ele saísse de lá o mais rápido, era muito visível que ela estava muito abalada, e as palavras que ele usou contra ela, nem parecia um pai falando com a sua filha. Sabia que meu pai também não tinha gostado da atitude do pai dela.

Nossa família sempre respeitou muito as mulheres, meu pai aprendeu muito com minha mãe e nós também, aprendemos muito sobre o respeito que elas merecem. Jamais admitiriamos que alguém fizesse mal a uma mulher na nossa frente, o pai dela não deu o braço a torcer, assinou o contrato, porém não se redimiu com a filha, mas eu ainda o farei se desculpar, eu fiquei muito nervoso, se fosse outra situação já teria lhe batido, não acho que as coisas se resolvam na violência, mas nesse caso não faria mal algum. Quando ele saiu eu fui com Luara para o quarto, a ajudei a esconder o rosto, poderia ficar complicado se alguém visse e seria ainda pior se fosse algum paparazzi, não sei como mas eles sempre conseguem entrar nas festas ou conseguir alguma foto, não duvidaria que tivesse um a espreita na festa, se aparecesse na mídia poderiam dizer que fui eu, quem acreditaria que foi o próprio pai.

Quando chegamos no quarto ela foi direto para o banheiro se preparar para dormir. O quarto era bem grande e tinha um sofá pequeno, a cama era grande, bem grande, o sofá não me cabia muito bem, mas eu deixaria ela ficar na cama e eu ia me virar no sofá, então já comecei a preparalo, assim que ela saísse do banheiro eu tomaria um banho também e iria dormir, eu queria conversar com ela, mas talvez ela não queira ter conversa alguma hoje, então vou esperar o momento dela.

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