4 bem vindo a familia

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Assim que sai da carruagem. Com ajuda do cavaleiro. Eu ajudei Ash a descer, ele parecia apreensivo assim que viu a residência de minha família, e eu sabia exatamente o que eu se passava por sua cabeça, me curvei para ficar da mesma altura de Ash e segurei sua pequena e suja mão sem me importar com os olhares do cocheiro e do cavaleiro.

-vai ficar tudo bem Ash, pode confiar em mim.

Sorri para o pequeno garoto e então logo estávamos passando pela porta principal. Não tinha me acostumado a ter empregados ainda, mas assim que vi os olhos deslumbrados e brilhantes de Ash eu arranjei coragem para seguir em frente.

-Esse é o Ash. Quero que o tratem com respeito e cuidem dele, o lavem e busquem roupas limpas, assim que o fizerem levem ele para meu quarto.

Sorri para Ash antes de ir encontrar meu pai. Esperava do lado de fora, em frente a porta, respirei fundo antes de bater na porta e ouvir uma voz grave vir de dentro da sala, girei a maçaneta e entrei fechando a porta atrás de mim como uma presa encurralada

-filha? O que faz aqui ?- meu pai pergunta deixando os papeis que estava analisando e me olhando com preocupação, caminhei lentamente para perto dele

-pai, eu vim pedir algo- digo baixo, essa era a primeira vez que falava diretamente com ele, e nessa primeira vez eu estava pedindo algo

-pedir?- meu pai levanta uma das sobrancelhas, incrédulo com o que acabou de ouvir, era compreensível já que na novel, Daphnne Oryn nunca pedia algo. Ela exigia. Mas eu não era Daphnne

-Eu.. encontrei um garoto órfão e vim pedir sua permissão para adota-lo- minha fala parece a de uma pessoa amedrontada, ele se inclina apoiando o queixo nas mãos, com as sobrancelhas juntas me analisando com uma expressão seria

-permissão negada - ele diz ainda serio e depois voltando para os documentos - e vá descansar, ouvi que sua saúde não está muito boa ultimamente- ele sequer estava dando atenção ao meu pedido, logicamente eu sabia o porque, se eu quisesse algo do pai de Daphnne, eu precisava agir como Daphnne, respirei fundo, eu precisava fazer isso, fechei meus olhos com força assim como seu punho, meu corpo tremia, eu preciso ser aquela pessoa nesse momento

-Eu quero aquele garoto- gritei como uma criança mimada de cinco anos, se eu precisava ser a Daphnne, eu só tinha que parecer muito mimada e escandalosa- Eu vou adotar ele e ele vai ficar aqui em casa- gritei novamente batendo o pé no chão, obviamente aquilo tinha chamado a atenção do meu pai que me olhava nervoso, podia ser um suor escorrer de sua têmpora, aquilo estava dando certo, o pai de Daphnne sempre fazia tudo o que ela queria e agora ela sabia o porque, ele estava totalmente nervoso enquanto eu agia como uma criança birrenta

-Q-Querida, a sua saúde...- ele estava gaguejando, mais um pouco e conseguiria o que eu queria

-Eu não to pedindo permissão, eu quero, e quero agora - essa foi a cartada final, vi o homem a minha frente engolir em seco, ele não sabia o que fazer, respirou fundo e se levantou se aproximando de mim e segurando meus ombros

-okay filha, tudo o que você quiser- ele diz um pouco inconformado por ter aceitado aquilo tão rapidamente, até eu me surpreendi com a facilidade que havia dobrado ele

-Ótimo, o nome dele é Asher Oryn - digo me virando de costas para ele e de frente para a porta

-Asher? - Meu pai me acompanha ainda um pouco nervoso em direção a porta. Desculpe pai da Daphnne. Estava chorando por dentro de alivio por Ash, e pena do pobre pai ao meu lado- Mas com essa criança agora, não será difícil para seu noivo o aceitar querida querida ? talvez até cancele o casamento- paro quase que subitamente, uma pontada de esperança estourava dentro de mim, Asher poderia ser uma solução para o meu casamento indesejado ?- porque está sorrindo desse jeito querida?- meu pai perguntava, nem percebi que estava sorrindo sinistramente com a possibilidade de isso dar certo

-vamos ao meu quarto ver ele pai, Ash já deve estar pronto- digo indo rapidamente em direção ao meu quarto com o sorriso ainda no rosto, abro a porta e vejo um garoto totalmente diferente do garoto maltrapilha que havia encontrado, os cabelos ensebados, sujos e maltratados de Ash agora brilhavam em um tom cinza assim como seus olhos acinzentados pareciam brilhar, ele estava exatamente como um elegante filho de nobre, como se nascesse de alguém da elite - Pai, esse é o Asher, Asher esse é o conde David Oryn, meu pai - digo os apresentando, apesar de parecer um nobre na aparência, ele não agia como um, estava nervoso ao ver meu pai, seu pequeno corpo tremia, meu pai se aproximou sem hesitar de Ash

-sua idade - ele disse serio

-quin-quinze- ele diz ficando com o rosto vermelho e o olhar apavorado se tirar os olhos do meu pai e de sua postura autoritária, o conde o olhou nos olhos por alguns segundos e então o abraçou

-Bem vindo a família Oryn, Asher- pela expressão de medo no rosto do garoto ele não esparava um abraço e sim força da violência, mal pude imaginar pelo que ele teve que passar para estar tão assustado, pequeno e magro, quinze anos, ele era apenas dois anos mais novo que eu mas parecia mais ter doze anos, meu pai se separou do abraço e o olhou docemente, ele havia se acalmado com o abraço- você precisa comer muito pequeno Asher, está tão magro - o conde falava tão docemente com o garoto que nem de longe parecia que haviam acabado de se conhecer, sorri com a cena- bem, tenho que voltar ao trabalho, qualquer coisa venha a mim criança- ele diz bagunçando o cabelo de Asher e então me deixando sozinha com o mesmo e as empregadas que estão nos cantos do quarto.

 A Noiva é a vilã ?Onde histórias criam vida. Descubra agora