Rastros de um Crime

Capítulo 2 - Agora F*deu de Vez

Me sento em um banco da praça.

"Tá bom. Eu acredito em você"

"Olha" - o desconhecido envia uma imagem.

"Hm. E o que tem? É só uma foto escura que mal pode ser enxergada"

"Aumente o brilho da tela e veja bem."

Eu aumento o brilho da tela e vejo um dedo de um pé que parece estar ensanguentado.

"Onde você achou isso?"

"No celular dos seus pais. Diga-me, você tem eles aí?"

"Tenho. Eu peguei eles antes que a polícia pudesse pegar."

"Menina esperta. Você está bem? Você não parece estar abalada pelo o que aconteceu hoje."

"Acho que ainda não caiu a minha ficha. Mas eu estou bem assim. É como se eu tivesse misturado crack e maconha e fumado."

"Você acha que tem a possibilidade de alguém ter te drogado?"

"Sei lá. Não estou nem aí também." - respondo "escuta aqui, não tem como você hackear o meu celular, certo?"

"Eu posso fazer isso. Mas não quero. Você tem sorte" - ele escreve - "o que você acha de me dar o celular dos seus pais?"

"Mas isso não seria invasão de privacidade?" - pergunto.

"Mas seus pais não vão te impedir"

"..."

"Foi mal. Meus impulsos agiram mais forte"

"Eu estou na dúvida se realmente faço isso. Eu nem te conheço"

"Eu sei que é difícil acreditar em um estranho sem nenhuma informação. Mas se você quiser contribuir com a investigação, você vai ter que confiar em mim"

Respiro fundo.

"Me dê um motivo para confiar em você "

"Eu sou a única esperança que você tem para a investigação de seus pais. Pergunte aos policiais e eles vão se negar a investigar. Você tem que ser rápida. Essa cidade é pequena e eu posso ser desmascarado e até preso por hackear".

"Então você mora aqui... Interessante, hum? Você é meio descuidado para um hacker"

"Eu dei essa informação de propósito. Para ver se você confia mais em mim"

"Não é o suficiente"

"O que mais você quer? Meu nome completo? Meu CPF? Meu RG? Minha família?"

"Certo. Então ao menos fale seu primeiro nome"

"..."

"Não seja tímido"

"Juan"

"Então você tem descendência espanhola. Legal" - elogio-o.

"Por favor, mantenha isso em segredo, ok?"

"Eu prometo que não vou contar a ninguém. Você não tem medo que eu ache um Juan na rua?"

"Você não vai me achar. Mal tenho vida social aqui e estudo em outra cidade"

"Que pena"

"Até agora você não me disse se quer participar da investigação" - ele envia.

"Certo. Eu participarei."

Ele me manda um rosto sorridente:
"Obrigado. Sua presença na investigação vai significar muito para nós."

"Nós?"

"Se não tiver problema, mais duas pessoas farão parte da investigação."

"Não tem problema nenhum"