001 ── king's landing

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CAPÍTULO UM
porto real
121 D.C

❝ às vezes você nunca saberá o valor de um momento até que se torne uma memória

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❝ às vezes você nunca saberá
o valor de um momento até que
se torne uma memória.




Em meio aos suspiros pesados e ao caos ecoando pelas paredes avermelhadas de Red Heep, Rhaenyra se debatia em dores, entregando-se ao nascimento de seu terceiro filho com Laenor Velaryon. A agitação reinante pesava sobre o ambiente, tornando-o tenso e inquietante, como se a própria estrutura do lugar sofresse os impactos daquele momento.

Mas longe das muralhas altas e do frenesi dos serviçais, em uma tranquila e escondida clareira de uma pequena floresta, Vaelorya encontrava seu refúgio particular em King's Landing. Ali, um lago sereno refletia a calmaria, uma ponte adornada por dragões pintados à mão se estendia sobre suas águas azuladas, todos meticulosamente pintados pela própria Vaelorya. Este era seu espaço sagrado, onde poucas pessoas sabiam que ela ia.

Dragões.

Eles dominavam cada pincelada de Vaelorya, uma obsessão que se entrelaça com sua essência.

Ela amava a ideia de voar, a sensação dos ventos acariciando seus cabelos, a admiração pelas majestosas escamas dos dragões, tudo isso alimentava sua paixão.

Contudo, seu maior anseio residia em ter um dragão próprio, um companheiro juramentado dedicado exclusivamente a ela. Saedrus, a dragoa de tom azul profundo com quem compartilhava o espaço desde o berço, não estabeleceu aquela ligação de montador e dragão, algo que seus pais atribuíam à diferença entre ambas. No entanto, Vaelorya nutria a convicção de que um dia teria seu próprio vínculo com um dragão.

Ela ponderou tentar.

Ah, mas não me peça para revelar o desfecho desse intento; é uma história que preferem não conhecer.

Sentada ali, a jovem de cabelos platinados dedicava-se à pintura de dois dragões. Um, imponente e negro como o carvão, erguia-se majestoso ao lado de outro de tonalidade alaranjada, tão radiante quanto um pôr do sol. Ambos pairavam nos céus sobre um oceano azul.

Cada pincelada carregava um significado íntimo, uma narrativa que Vaelorya esperava estar transmitindo. Esta obra desviava dos padrões habituais de suas criações; era um vislumbre de um sonho, embora ela mal conseguia recordar, porém esta parte se prendeu na mente da Targaryen.

Seus olhos repousaram sobre a tela, onde a aparente serenidade da pintura contrastava com a inquietação que transparecia. O comportamento do maior dos dragões na pintura transmitia algo que escapava ao entendimento de Vaelorya. Ele parecia relutante, mas sobre o quê? Havia uma aura protetora em relação ao menor dragão, embora mantivesse certa distância. Já o dragão alaranjado parecia absorto em pensamentos próprios, como se ansiasse por voltar para casa após seu voo, talvez para se reunir com outros de sua espécie?

FIRE BLOOD | house of the dragonOnde histórias criam vida. Descubra agora