THE HACKERS TWINS (Vol.2)

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*Esse capítulo contém assuntos violentos/tristes que podem causar gatilho para certas pessoas.*

Aila ama tirar foto das coisas mais aleatórias. Ela sempre diz que enxergar melhor o mundo através da câmera. Eu enxergo melhor ao lado dela.

Saímos do carro e andamos direito em direção a fila grande que percorre até a calçada do shopping, um senhor disse que hoje é dia de promoção então o local está lotado.

O celular da morena toca incontáveis vezes, é impossível ignorar tanta urgência. Aila tira o aparelho de dentro na bolsa e pede para que eu espere um pouco antes de entrarmos.

Me distraio olhando as vitrines da loja.

Por que me distrai?
Por que olhei para os manequins?
Por que ligaram para ela naquele momento?

São tantas perguntas que poderiam mudar tudo.

Aila estava perto do fim da calçada quando alguém passou correndo, esbarrando nela com força. Em questão de segundos escutei diversos sons: Gritos, pessoas correndo e um tiro. Apenas um tiro. Um tiro que pegou na pessoa errada.

Larguei o buque que estava escondido em minhas mãos e corri em direção a garota. Aila caiu em meus braços com seu vestido branco manchando com o tom vermelho escuro. Seus olhos estavam arregalados com lágrima mas mesmo assim ela sorriu para mim.

-Eu vou te ajudar... -Minhas mãos começaram a tremer e meu coração acelera. Muito sangue estava saindo do ferimento. A respiração dela falhando. Não sei como evitar que ela...

-Ta tudo bem. -As mãos frias de Aila passam pelo meu rosto e acariciam minhas bochechas molhadas- Se cuidar. Eu te amo muito para te perder.

-Meu amor, para de falar assim, você não vai morrer! Fica comigo! Fica com os olhos abertos até a ambulância chegar. -Ela sorri. Pessoas estão em volta ligando para diversos números- Eu te amo tanto...

-Não fica assim... -Ela entrelaça nossas mãos. Seus olhos azuis estão cheios de lágrimas.

-Por que você ta aceitando isso? Você não vai morrer! Para de aceitar!

-Estarei te esperando lá no paraíso como combinamos.

-Por favor... CADÊ A AJUDA! -Grito enquanto choro. Passo meus dedos em seu rosto tirando o cabelo colado com o sangue. Ela me olha sem medo, como se estivesse pronta para aquele momento.

-Estou nos braços do meu primeiro amor... -Essas foram as últimas palavras do amor da minha vida. Aila fechou os olhos...para sempre. Minha namorada está em meus braços, mas não posso protege-la e isso dói muito. Não direi adeus porque isso significa para sempre.

-NÃO.... -Estou gritando com um Deus que nem sei se acredito. Estou sozinho aqui entre os céus e as cinzas. Aila Jacob tirou o melhor do meu coração e agora deixou o resto em pedaços... -NÃO MEU AMOR! NÃO, NÃO POR FAVOR!

Era assim que terminava a minha história de amor?
Minha mulher caída em meus braços usando seu vestido favorito que agora cheirava a sangue, o vestido de lhe dei de presente.